quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Laços de Família


 
A postagem faz parte da blogagem coletiva do blog Mães Internacionais. No blog, mães brasileiras que moram mundo afora, contam suas experiêcias através dos temas sugeridos mês a mês.
Para conhecer um pouco do universo materno em diversas regiões do nosso planeta azul, acesse: http://www.maesinternacionais.com/ 
 
Laços de Família
Morar longe da família tem suas perdas e ganhos, como tudo na vida, é claro! Quando escutamos a palavra laços de família, logo vem à mente o vínculo afetivo que a palavra nos induz. Estar “enlaçado” é bom, é saudável, é flexível e bonito, gostoso de viver e sentir, mas e quando o laço vira ?  Ai fica difícil desatar, não é?

Bem, para muitas pessoas que moram longe da família, a saudade é uma companheira constante.  E quando se tem filhos, este sentimento tende a crescer.

Sentimos falta de coisas simples, que apenas o cotidiano com essas pessoas amadas é capaz de nos oferecer. Tomar café juntos, rir com os avós, deixar os filhos brincando com os primos e assim por diante.  Coisas boas que nas primeiras semanas parecem mais o paraíso de tão mágico que é. Porém, como já se refere o dito popular: “visita depois de uma semana começa a feder.” Opa! Parece grosseira a frase (é de fato é!), mas ela serve para expressar o ponto de colapso, o clímax, o topo, o marco ou o momento de passagem em que o laço vira nó nesta relação interfamiliar.   

Quantos de nós que moramos longe já ficamos azul de saudade da família e, começamos a ter pequenos (ou grandes) desentendimentos após os sete primeiros dias de peace and Love together?  

Viver longe da família nos priva de muita coisa boa, mas nos poupa de muitas outras nada agradáveis, como os incansáveis palpites na comida dos filhos, no ritmo da casa e da família, na maneira de se vestir ou de falar com as crianças, etc. Em horas como essas, damos um grande viva para a era da tecnologia, onde um skype ou MSN e afins nos conecta apenas com momentos bons e saudáveis; nos oferece a facilidade de estar falando de afetos e amores e, quando a conversa fica séria ou invasiva demais, a desconexão chega em boa hora.

O tema vem de longa data sendo pauta de discussão e observação de pessoas das mais diversas nuances intelectuais. Com isso não seria difícil de imaginar que a nossa adorável escritora Clarisse Lispector não dedicasse algumas horas para escrever seu livro com o mesmo tema desta postagem: Laços de família. No livro, ela relata a vida de personagens que se encontram de alguma maneira entrelaçados em suas relações familiares, fazendo com que cada convívio influencie o modo de viver das demais personagens.
Família é isso: é influência, permanência, referência e ausência.

Tudo tem a sua medida certa, basta não querermos passar dos limites do copo que tudo tende a ficar bem.
Abraços,

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Mamãe eu quero ler!

Lembram de um antigo comercial em que um menininho pedia para a mãe comprar brócolis no supermercado? Parece meio fora do comum, não? Mas é perfeitamente possível desenvolver hábitos saudáveis em nossos filhos. Isso vale para a alimentação e para a leitura.
 
"É preciso desenvolver o encantamento pela leitura.
É preciso desenvolver a paixão por um bom livro.
É preciso tornar a leitura parte do cotidiano" - Lila Rosana

Infelizmente o Brasil é um pais onde poucos tem o hábito de ler. Já recebi e-mails de pais que comentavam que nas escolas de seus filhos, nem biblioteca tinha. Por aí podemos ter uma idéia de como ler não é levado a sério por uma boa parte da população brasileira, incluindo os educadores.
 
Parece contraditório que em uma escola, o habito da leitura não seja incentivado. Que o Brasil é um país onde a educação não é prioridade não é novidade para ninguém; por isso é dever dos pais, acima de qualquer instituição, incentivar os filhos a pratica da leitura. Não vamos esperar que alguém faça isso no nosso lugar. Este é um dos valiosos hábitos que temos o dever de incentivar em nossos filhos!!  
 
Conheço muita gente que detesta ler. Quando pergunto para estas pessoas se elas liam quando eram crianças, elas geralmente me respondem: Não!
 
É claro que você não vai amar algo que você nunca teve contato, ou se teve foi por mera obrigação e não por prazer. Dizer para os filhos: "Você TEM de ler!" não ajuda em nada a incentivá-los à leitura, muito pelo contrário, vai gerar neles um mal estar assim que colocar os olhos neste retângulo cheio de folhas.
 
É preciso desenvolver o encantamento pela leitura, é preciso desenvolver a paixão por um bom livro, é preciso tornar a leitura parte do cotidiano. E para que isso aconteça, a motivação pela leitura deve ser desenvolvida desde a infância (não importando a idade) e deve ser feita com alegria, entusiasmo e de maneira atraente.
 

Aqui algumas dicas para isso:

 
- Leia para seus filhos sempre. Isso vale para quando eles ainda são bebês e nem sequer sabem o que é um livro. Este hábito é valiosíssimo, pois a criança irá se acostumar com a sua voz lendo e fará a associação da leitura com um gesto de afeto materno/paterno.
 
- Leia seus próprios livros. Este é um belo exemplo para os bambinos. Afinal, gestos falam mais que palavras. Não adianta você falar para os seus filhos: "Vocês precisam ler!" se você nunca senta e se delicia com um bom livro.
 
- Compre mais livros que brinquedos. Não iremos entregar o ouro aos pequenos dizendo para eles: "Mamãe vai comprar um livro no lugar deste carrinho/boneca, tá?" É claro que ele(a) vai odiar a idéia. Mas se o fizermos discretamente, como um gesto quase que natural, cotidiano, eles irão associar  entretenimento com leitura. E por favor, não deixe de comprar brinquedos, pois brincar faz parte da infância tanto quanto ler.
 
- Leve seus filhos frequentemente à bibliotecas. Sejam elas na escola ou nas públicas. Estar em contato com ambientes de leitura vai ajudá-los a incorporar a idéia de leitura.
 
- Quando seu filho ler um livro, peça que ele lhe fale a respeito do tema lido. Mostre interesse pela leitura dele fazendo perguntas e comentários positivos.
 
- Compre ou empreste um livro diferente por mês. Escolha um mais elaborado, com mais figuras e informações, afinal você fará isso apenas uma vez por mês. Leiam juntos e pesquisem mais sobre o tema na internet. Unir os dois mundos (gráfico e virtual) torna a atividade atraente para esta geração que vive conectada.
 
- Para os filhos que já sabem ler, não permitam que eles durmam sem antes ler ao menos uma página de um livro. No começo eles vão reclamar dizendo que estão com sono, cansados, etc. Farão tudo em nome da não leitura (principalmente se este não for um hábito antigo), mas com carinho, jeitinho e motivação, diga-lhes: "É apenas uma página. Estou curiosa para saber o que acontece na página seguinte desta história." Este é um pequeno, mas infalível truque para incentivar os  sonolentos leitores a ler a página seguinte.  
 
-  Cada idade um livro: Quanto menor a criança mais figuras e menos letras um livro deve ter. O primeiro passo para desenvolver a paixão pela leitura é a criatividade. As crianças muito pequenas, irão olhar a figuras e imaginar o que elas querem dizer. Com o tempo, elas terão o desejo de saber o que as palavras dizem sobre as imagens vistas. A partir daí, o interesse está lançado, agora é só motivar dia a dia.  

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Transtorno de Identidade de Gênero. O que é isso?

Fiquei sabendo desta reportagem através de um grupo no facebook. Achei importante escrever a respeito no intuito de esclarecer o que vem a ser o TIG-transtorno de identidade de gênero.
 
 
A reportagem
 
“Um pai alemão começou a usar saias porque o filho de cinco anos gosta de usar vestidos”. A história mexeu com um vilarejo tradicional no sul da Alemanha. Niels Pickert percebeu que seu filho gostava de usar vestidos e era ridicularizado por isso no jardim de infância. Segundo Pickert, "usar saia era a única maneira de oferecer apoio ao meu filho".
 
Em uma carta, Pickert explica: "Sim, eu sou um daqueles pais que tentam criar seus filhos de maneira igual. Eu não sou um daqueles pais acadêmicos que divagam sobre a igualdade de gênero durante os seus estudos e, depois, assim que a criança está em casa, se volta para o seu papel convencional: ele está se realizando na carreira profissional enquanto sua mulher cuida do resto".
 
De acordo com o pai, ele não podia simplesmente abandonar o filho ao preconceito alheio. "É absurdo esperar que uma criança de cinco anos consiga se defender sozinha, sem um modelo para guiá-la. Então eu decidi ser esse modelo". “Um dia eles resolveram sair pela cidade vestindo saias.” 
 
Meninos vestindo saias e meninas usando cuecas. O que vem a ser isso?
 
Existe uma explicação cientifica para isso que é o chamado transtorno de identidade de gênero. É um transtorno de ordem psicológica e médica e se manifesta na condição em que a pessoa de um sexo se identifica com o oposto.
 
As causas podem ser as mais variadas possíveis dando margem para as divergências cientificas em teorias e opiniões. Porém, o que eu pude observar pessoalmente, em casos que atendi de crianças com este transtorno, foi que os pequeninos interpretam as mensagens conscientes e inconscientes de seus pais como não sendo amadas por serem quem são, especialmente em relação ao sexo ao qual pertencem, portanto não podem amar a si próprias se não pertencerem ao sexo oposto.
 
Crianças gostam de explorar o mundo
 
O que eu percebo hoje em dia é que os pais querem educar da maneira mais livre possível e tentando respeitar ao máximo as vontades dos filhos. Isso é valoroso, porém é um campo minado, pois se não soubermos como fazer isso, iremos mais confundir os nossos filhos do que ajudá-los.
Uma criança de 5 anos de idade não tem clareza sobre as consequências das suas escolhas. É claro que para ela nada é definido como certo ou errado, pois isso ainda está em construção. A sociedade em que ela está inserida e a educação que receberá irão dar essas diretrizes.
 
Crianças são verdadeiros exploradores que saem pelo mundo a fora em busca de conquistas. Com isso, se um menino vê sua mãe, irmã (caso o tenha) ou tias usando saias, ele pode ter a curiosidade, vontade ou desejo de usar também. Isso não significa que ele esta é uma escolha definitiva dele. Crianças são exploradores, lembram? No momento em que ela é incentivada a fazer isso com mais frequência, estimulada por um adulto, ela poderá começar a incorporar como sendo o correto a fazer.