O castigo passou a ser a nova palmada na educação dos filhos. Digo isso porque atualmente sem mais nem menos os pais enchem o peito e falam aos filhos: Você vai ficar de castigo!! Digo para que tenhamos muito cuidado com isso, pois castigar não é uma atitude banal, é preciso muita consciência e sensibilidade com esse ato. Os filhos precisam entender o motivo do castigo e não acharem que estão sendo punidos por autoritarismo ou irritação dos adultos.
O que eu percebo é que alguns pais ainda não conseguem discernir o “educar para aprender” do “educar sob angústia”, quando a criança passa a ter pequenos traumas com os maus ensinamentos de seus criadores.
O castigo não é a solução para tudo, ele só deve ser usado em último caso ou em situações extremas. O caminho ainda é o diálogo, a orientação e a educação pelo exemplo.
Um exemplo: se a criança tentar colocar o dedo na tomada ou subir em lugar perigoso, os pais devem fazer cara feia para expor que aquela atitude não é certa, pois machuca. Caso a atitude se repita, continue com a cara feia e seja um pouco mais firme ao falar. Agora se a criança fizer a coisa certa, recompense-a com um sorriso ou um carinho. Com isso, os pais vão determinando regras e estabelecendo atitudes claras sempre que algumas regras sejam quebradas pelo pequeno, de forma que ele cresça com essa consciência.
A expressão facial e o tom de voz, são ótimos para nos ajudar no processo de educar. Lembre-se de NUNCA gritar. Você pode usar um tom de voz mais alto e ou firme, mas não é necessário gritar. Gritar assusta, inibe, amedronta e jamais educa!
Outro exemplo: A criança que escreve na parede da sala. É claro que ela não sabe que vai sujar, ficar feio, etc. A questão é a forma de ensinar isso à ela. Os pais devem ensiná-la o porquê de não escrever na parede da sala e caso a atitude se repita, deixá-la sem os lápis por um tempo.
A coerência na hora da punição é fundamental. Quanto maior o grau da infração, maior o castigo. Castigue quando o ato mereça e não porque está cansado ou com raiva. Diminua passeios ou tire algo da rotina da criança que goste, sempre explicando o motivo da punição.
Tenha sempre calma e lembre-se de nunca gritar, pois as crianças acostumam com os gritos e isso não mais as assustarão. Fale sempre com objetivo e rigidez, olhando para a criança e fazendo com que entenda que você está chateada com a tal atitude e não propriamente com ela. Portanto, lá vai uma dica: nunca diga “Como você é feio” e sim “Que coisa feia você fez”. Quando vamos falar sobre algo que alguém fez, cite o fato e não a pessoa.
Cuidado para não se “desmanchar” com choros e chantagens. Depois da decisão tomada, não volte atrás! Por isso pense bem antes de dar um castigo. Escolha um que você possa cumprir.
Abraços,
Lila