segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Beije seus filhos antes de dormir

Foto by Lila Rosana
Foto by Lila Rosana
 
Valorizamos mais o que acreditamos que perderemos
 
Você conhece bem a cidade em que vive? Já visitou todos os lugares turísticos ou já experimentou todas as comidas típicas? Provavelmente não, certo?
 
Eu vivi onze anos na ensolarada Fortaleza e nunca conheci um dos lugares mais famosos do Ceará, a bonita Jericoacoara. Sempre achei que um dia eu iria até lá e, com isso fui adiando a viagem. Hoje moro a milhares de quilômetros de distância dela.
 
Já perceberam que quando estamos de férias, visitamos quase toda a cidade em apenas uns poucos dias? Por que será? Penso que a certeza de que temos pouco tempo naquele lugar, nos faz viver mais intensamente cada momento nele.
 
Bem, o artigo de hoje não é sobre turismo ou algo parecido, mas uso o texto acima como link para o tema da postagem.
 
Sobre os nossos filhos
 
Todos os dias estamos com os nossos filhos e, metaforicamente falando, eles são como as cidades em que moramos e deixamos de explorar.  Se pararmos para analisar vamos encontrar inúmeras coisas que deixamos de fazer com eles por acreditarmos que teremos tempo amanhã ou depois. Todos nós sabemos que a nossa única certeza é a nossa impermanência nesse mundo, mas vivemos como se ela não existisse.
 
Relato de uma Mãe
 
Certa vez conversando com a mãe de um adolescente, ela me relatou que frequentemente tinham brigas por motivos diversos. Ficavam até dias sem se falar. Pequenas coisas que o jovem fazia a irritava profundamente. Ela não gostava das músicas que ele escutava, das roupas que vestia e nem dos amigos que ele tinha. Tudo era motivo para desavença. Tristemente, ela perdeu o filho, na época com 16 anos, em um acidente de carro. “Como muita coisa poderia ter sido resolvida de uma maneira mais saudável, como eu poderia ter dedicado mais tempo para entender o mundo dele, quantos abraços e beijos eu deixei de dar no meu menino...” – lamentava a mãe com lágrimas nos olhos e o coração aos pedaços.
 
Você já deu um beijo ou abraço em seus filhos hoje? Não? O que está esperando? Beije e abrace seus filhos antes de dormir (ou a qualquer hora do dia, é claro!), pois você nunca sabe que dia terá amanhã.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Nossas crianças ou nossos Smartphones?

fone

 
Esta semana presenciei uma cena que me fez pensar sobre o lugar da tecnologia na família, seus perigos e benefícios. A cena foi de um pai e sua filha (cerca de 13 anos), desfrutando de um almoço. O pai passou toda a refeição com o seu smartphone, ele fazia telefonemas e jogava. A menina, que não tinha um smartphone (pelo menos se tinha um, não o estava usando naquele momento), parecia sombria, seus olhos estavam vazios e com um tom de raiva. Entre as rodadas de jogos e conversas, quando o pai decidiu se dirigir a sua filha, ela não fez nenhum contato visual com ele e mal falava. Confesso que a cena partiu meu coração.
 
Geração de orfãos
 
Penso que não somos apenas nós, os pais que corremos o risco de perdemos os nossos filhos para a tecnologia; nossas crianças também tendem a perder seus pais pela mesma razão. Eu me pergunto, será que estamos criando uma geração de órfãos, crianças cujos cuidadores desapareceram em uma pequena caixa preta?
 
Filhos precisam de atenção e contato 
 
O amor é atenção. Atenção é o amor. As crianças se sentem amadas quando passamos o tempo com elas e doamos a nossa presença. Nós precisamos começar a prestar atenção às mensagens que estamos enviando para os nossos filhos quando frequentemente desviamos o olhar delas para as nossas telas. É claro que temos coisas a fazer e não podemos ter 100% do nosso tempo dedicado para as nossas amadas “crias”, sem falar que as crianças precisam de tempo sem os pais também. No entanto, quando passamos o tempo interagindo com a tecnologia ao invés da companhia de nossos filhos, estamos enviando alguns sinais que merecem atenção. Vamos olhar para eles?
 
Fique atento aos sinais
 - Primeiro, estamos dizendo: Eu estou mais interessado no que está acontecendo neste jogo do que em você.
 
 - Segundo, nós estamos dizendo que os jogos virtuais ou as nossas mensagens de texto, são uma valiosa forma de gastar o nosso tempo neste planeta.
 
 - Terceiro (e mais perigoso), quando escolhemos nossos dispositivos ao invés de nossos filhos (que é como uma mente jovem entende esse nosso comportamento), estamos dizendo que vocês, filhos, não são tão importantes.
 
Bem, se o seu smartphone ou o seu computador de última geração vem sendo o seu motivo de atenção nas suas horas vagas, então entenda que as suas crianças irão fazer o mesmo e acabarão obsessivamente jogando ou usando demasiadamente a tecnologia ao invés das relações; isso não só porque eles foram ensinados que esta é uma valiosa forma de passar o seu tempo, mas, às vezes, porque não confiarão que alguém irá querer prestar atenção neles.
 
O impacto da tecnologia nas relações familiares
 
Não estou aqui questionando a importância e função da tecnologia em nossas vidas, ate mesmo porque sei que hoje em dia seria difícil viver sem ela, no entanto, devemos estar conscientes como a estamos utilizando e se ela não vem sendo um fator impedidor de estarmos desfrutando a boa companhia de nossos filhos. Não podemos esquecer de que a nossa presença com qualidade é um dos maiores presentes que podemos oferecer aos nossos filhos. Isso é amor, uma forte demostração de amor.
 
Em determinadas idades, as crianças ainda não são capazes de perceber que somos nós, os pais, que estamos em falta para com elas, e interpretam esta experiência como a sua própria falha. O que eles entendem é que eles não são dignos de nosso amor, não são importantes o suficiente para nós e não são dignos de nossa atenção. E, de fato, estamos ensinando nossos filhos que ler as nossas mensagens de texto ou jogarmos, é melhor do que estarmos com eles.
 
Nós pais, somos premiados com o profundo poder de mostrar aos nossos filhos que eles são amados, ensinar-lhes que eles são valiosos e importantes como seres humanos. Na verdade, esta é uma das mais valiosas tarefas materna/paterna. Por isso, vamos sim usar a tecnologia, mas antes vamos prestar atenção aos nossos filhos e conviver com eles.