terça-feira, 16 de abril de 2013

Como perdoar a si mesmo

Forgive
     A culpa é uma das piores cargas emocionais que podemos carregar ao longo da vida. Ela pode ser destrutiva se não for digerida rapidamente e da melhor maneira possivel.
   
    Ao longo do meu trabalho como psicóloga, pude observar como a culpa tende a ser uma destruidora de sonhos; uma verdadeira amarra que nos prende e, quando se atreve a nos soltar para respirarmos um pouco, nos deixa andando em círculos.
 
    Você sente que machucou alguém? Você está carregando culpa, vergonha ou constrangimento por isso? Bem, penso que seja a hora de deixar ir essa bagagem emocional. É hora de curar. E a melhor maneira de fazer isso e trazer a paz interior é perdoar a si mesmo.
 
      Perdão é uma palavra forte eu sei, porém prefiro usá-la nesse texto pois sei que ela é a perfeira e extrema parceira da culpa.
 
     Talvez você se sinta tão culpado que não consegue nem pensar na misericórdia de perdoar a si mesmo. Eu sei, eu entendo isso. Mas se você mudar de idéia e decidir dar uma nova chance a si mesmo, te convido a ler algumas pequenas dicas que me atrevo a escrever.
 
     Não são receitas mágicas, apenas estou compartilhando alguns pequenos aprendizados que a vida generosamente me presenteou, ao me permitir conviver com pessoas que me ensinaram isso. À todas elas a minha gratidão.
 
RECONHECER o que aconteceu. Ok, você “estragou tudo”. Ninguém é perfeito. Entenda por que você fez o que fez. Aprenda com a experiência para que você não cometa o mesmo “erro” novamente.
 
ACEITAR a responsabilidade. Responsabilidade aqui significa a capacidade de responder diante do que aconteceu. Observe como você reage ao que aconteceu. Você pede desculpas? Tenta compensar a pessoa com algo ou alguma coisa? Ok. Faça o que é construtivo e razoável para resolver a situação.
 
PEDIR PERDÃO. Caso sinta a necessidade não hesite em pedir perdão à pessoa que você magoou. Ela pode ou não perdoar você, porém independente disso, buscar o perdão é um passo para curar as feridas emocionais.
 
PERDOE-SE. Se alguém te perdoar ou não não anula o mais importante de tudo: você deve perdoar a si mesmo. Não seja tão exigente consigo. A vida é uma caixa de surpresas e ninguém sabe o que vai acontecer no minuto seguinte. Então porque nos exigimos acertar sempre?
 
TOMAR CONSCIÊNCIA que você não é a única pessoa que errou na vida. Todos nós cometemos, estamos cometendo ou ainda vamos cometer erros ao longo da vida e vamos nos sentir culpados por isso. Você não está só nesse barco.
 
SEGUIR EM FRENTE. O que está feito está feito. Você tem como voltar no tempo e fazer diferente? Acredito que não, certo? Então só te resta seguir em frente. Ficar parado remoendo a culpa só vai lhe trazer prejuizos emocionais.
 
SE PERMITIR acertar da próxima vez. Digo isso porque em geral a pessoa culpada sente que merece ser punida e isso é uma bola de neve que traz pelo caminho não só a auto punição, mas a auto-sabotagem e a auto-destruição. Tudo isso vem com um pensamento frequente: “Eu não mereço ser feliz, pois fiz alguém sofrer”.
 
Então, será que dá para tentar começar a perdoar a si mesmo? Espero que sim!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Melhore a comunicação com seus filhos adolescentes

 
A comunicação com o adolescente é extremamente importante, mas muitas das mudanças típicas que ocorrem durante a adolescência tendem a interferir com a eficácia e a qualidade da interação entre eles e seus pais. Embora os adultos tenham muito mais experiência de vida do que o adolescente, esses geralmente não aceitam ou não acreditam no fato. Por esse motivo, o conselho, a sabedoria, e as orientações dos pais deixam de ser valorizados.
 
Fale apenas para estar conversando
 
Uma meta importante para melhorar a comunicação com os adolescentes é: apenas falar com eles, sem tentar fazer outra coisa do que falar. Na hora de uma conversa leve e descontraída, não há espaço para sermões.
Grande parte da interação verbal que temos com os jovens é projetado para obter um ponto de vista ou para ensinar algo. Tentamos mudar a atitude deles, assim como tendemos a dizer o que eles estão fazendo de errado e mais, já ensinamos o suposto caminho certo. Convencer passa a ser a nossa meta numa conversa, mostrando a importância de determinadas atividades. Em outras palavras, quando falamos com eles, estamos tentando realizar algo mais do que uma conversa simples e agradável, estamos tentando ensiná-los algo que eles não estão nos pedindo no momento.
Quando queremos conselhos nós pedimos, certo? Com os adolescentes funciona do mesmo jeito. Se eles não pedem para você, irão pedir para outra pessoa.
 
A semente do diálogo deve ser plantada na infância
 
Se você deseja ter um adolescente que converse mais com você, comece a desenvolver o diálogo com ele desde a infância. Se você não conversou com seus filhos quando eram pequenos, o que lhe faz pensar que os mesmos irão fazê-lo justamente na adolescência?
 
Não transforme uma conversa numa palestra
 
Alguns adolescentes relatam que quando falam com seus pais sobre várias coisas, a conversa geralmente termina em palestras ou pregações: "Quando eu estou falando com eles é só para ter uma conversa, eles usam o que eu digo, quer para me mostrar seus pontos de vista, para me ensinar algo ou para explicar certas coisas."
 
Conversando com um adolescente de 16 anos, ele me contou que que tentou falar com a mãe sobre seu amigo que foi trabalhar num restaurante fast-food e que por isso ele havia deixado a escola. O adolescente estava tentando falar sobre como estava triste por perder o amigo na escola e a mãe não perdeu a chance de aconselhar, mas perdeu a chance de escutar e aproximar-se do filho. Quando os adolescentes tentam conversar com seus pais e recebem esse tipo de resposta, a comunicação com eles vai desaparecer.
 
Seja Positivo
 
Imagine que você tem um chefe ou colega que está constantemente criticando seu desempenho na empresa. O que você faria? Evitaria essa pessoa ou a convidaria para almoçar todos os dias? Para os adolescentes ter pais “palestrantes ou julgadores” de valores é uma chatice. Eles vão evitar ao máximo qualquer interação verbal e física. Mas não pensem que essa é uma atitude exclusiva dos adolescentes; todos nós tendemos a evitar situações que produzem sensações negativas. Portanto, se a maioria de sua interação com o adolescente é negativa, ele vai tentar evitá-lo.
 
Pense nas últimas dez conversas que você teve com seus filhos adolescentes. Será que a maioria delas envolveu algum tipo de correção ou discussão que enfatizou o que eles estavam fazendo de errado? ou foi uma conversa agradável, dando espaço para expressão de sentimentos, sem a necessidade de dar a sua experiente e valorosa opinião? Caso a resposta tenha sido a segunda, parabéns você está sendo um bom ouvinte de seus filhos adolescentes. Caso tenha sido a segunda, está na hora de começar a pensar em mudar algumas atitudes. Afinal ter filhos que confiam em você, que conversam e se sentem seguros é uma conquista da relação e não uma tarefa a ser cumprida ou obrigação a ser aceita.
 
Lembre-se que na medida em que os filhos vão crescendo, eles vão se libertando das nossas amarras e, lá na frente a única coisa que vai “prendê-los” a nós será a relação construída quando eles ainda viviam “embaixo das nossas asas”.