domingo, 28 de março de 2010

Castigar ou não a criança?

O castigo passou a ser a nova palmada na educação dos filhos. Digo isso porque atualmente sem mais nem menos os pais enchem o peito e falam aos filhos: Você vai ficar de castigo!! Digo para que tenhamos muito cuidado com isso, pois castigar não é uma atitude banal, é preciso muita consciência e sensibilidade com esse ato. Os  filhos precisam entender o motivo do castigo e não acharem que estão sendo punidos por autoritarismo ou irritação dos adultos.  
O que eu percebo é que alguns pais ainda não conseguem discernir o “educar para aprender” do “educar sob angústia”, quando a criança passa a ter pequenos traumas com os maus ensinamentos de seus criadores.

O castigo não é a solução para tudo, ele só deve ser usado em último caso ou em situações extremas. O caminho ainda é o diálogo, a orientação e a educação pelo exemplo.

Um exemplo: se a criança tentar colocar o dedo na tomada ou subir em lugar perigoso, os pais devem fazer cara feia para expor que aquela atitude não é certa, pois machuca. Caso a atitude se repita, continue com a cara feia e seja um pouco mais firme ao falar. Agora se a criança fizer a coisa certa, recompense-a com um sorriso ou um carinho. Com isso, os pais vão determinando regras e estabelecendo atitudes claras sempre que algumas regras sejam quebradas pelo pequeno, de forma que ele cresça com essa consciência.

A expressão facial e o tom de voz, são ótimos para nos ajudar no processo de educar. Lembre-se de NUNCA gritar. Você pode usar um tom de voz mais alto e ou firme, mas não é necessário gritar. Gritar assusta, inibe, amedronta e jamais educa!

Outro exemplo: A criança que escreve na parede da sala. É claro que ela não sabe que vai sujar, ficar feio, etc. A questão é a forma de ensinar isso à ela.  Os pais devem ensiná-la o porquê de não escrever na parede da sala e caso a atitude se repita, deixá-la sem os lápis por um tempo.

A coerência na hora da punição é fundamental. Quanto maior o grau da infração, maior o castigo. Castigue quando o ato mereça e não porque está cansado ou com raiva. Diminua passeios ou tire algo da rotina da criança que goste, sempre explicando o motivo da punição.

Tenha sempre calma e lembre-se de nunca gritar, pois as crianças acostumam com os gritos e isso não mais as assustarão. Fale sempre com objetivo e rigidez, olhando para a criança e fazendo com que entenda que você está chateada com a tal atitude e não propriamente com ela. Portanto, lá vai uma dica: nunca diga “Como você é feio” e sim “Que coisa feia você fez”. Quando vamos falar sobre algo que alguém fez, cite o fato e não a pessoa.

Cuidado para não se “desmanchar” com choros e chantagens. Depois da decisão tomada, não volte atrás! Por isso pense bem antes de dar um castigo. Escolha um que você possa cumprir.

Abraços,
Lila

sábado, 27 de março de 2010

Vamos apagar as luzes hoje a noite!!!



Hoje é dia de apagar as luzes da nossa casa por uma boa causa. Entre 20h30 e 21h30 na hora local de cada país, sempre à noite, mais de 1.200 edifícios apagarão suas luzes. É um evento que todos nós podemos participar. Ele é organizado pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

Centenas de monumentos mundialmente famosos como o Cristo Redentor, a Torre Eiffel e a Cidade Proibida ficarão às escuras neste sábado dia 27/03/2010 durante a "Hora do Planeta". Uma ação destinada a promover a luta contra o aquecimento global durante o qual se prevê a participação de milhões de pessoas. 

Esta quarta edição, que acontece três meses depois do fracasso da cúpula do clima de Copenhague, promete ter mais adesões, com 125 países participantes ante os 88 do ano anterior. Muitas multinacionais como o Google, Coca-Cola, Hilton, McDonalds, Canon, HSBC ou Ikea aceitaram participar do apagão pelo planeta.
E você?
 
Abraços,
Lila

segunda-feira, 22 de março de 2010

Esclarecendo o TOC - Transtorno Obssessivo Compulsivo

Você já deve ter assistido ao Filme "Melhor Impossível" , onde o personagem principal é um simpático/antipático e ranzinza, que mesmo com todas as suas “manias” conquistou o público. Melvin, um escritor de meia-idade que lavava as mãos obcecadamente, levava seus próprios talheres ao restaurante e não se sentia confortável ao pisar nas calçadas multicoloridas da cidade. Ele sofria de TOC -Transtorno Obsessivo-Compulsivo. O filme ajudou a tornar mais conhecida pela maioria das pessoas, essa síndrome que hoje se apresenta de maneira mais comum do que se imagina em adultos, adolescentes e crianças.

Sobre o TOC: É uma doença caracterizada pela presença de obsessões e compulsões que se apresentam de forma repetitiva, causando sofrimento à pessoa portadora. As obsessões se referem a pensamentos e idéias de conteúdo negativo (morte, azar, etc.) que se repetem, originando sofrimento e angústia sem que algo na realidade externa as explique. As compulsões são comportamentos repetitivos e estereotipados que funcionam como resposta às obsessões e servem para aliviá-las (afastar o azar, evitar um acontecimento ruim). Esses pensamentos de caráter negativo invadem a mente da pessoa sem que ela tenha controle sobre eles. Para neutralizá-los, é necessário realizar uma série de rituais, como lavar as mãos, organizar objetos, contar em voz baixa, etc., na tentativa de evitar que se tornem realidade. Assim, o dia-a-dia de quem sofre desse transtorno passa a ser regulado em função dos rituais, consumindo tempo, energia e resultando em grande sofrimento e angústia.

É muito importante não confundir o TOC com algumas características de personalidade presentes em muitos de nós, como organização e perfeccionismo. Para que esse transtorno seja diagnosticado, esses elementos devem estar presentes em um nível muito elevado, prejudicando as relações sociais, o trabalho e o cotidiano de maneira geral.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para que uma pessoa receba o diagnóstico de estar sofrendo de transtorno obsessivo-compulsivo, ela deve apresentar:
- Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento, são experimentados como intrusivos e inadequados, causando ansiedade ou sofrimento, não sendo meras preocupações excessivas com problemas da vida real.

Em algum ponto durante o curso do transtorno, a pessoa reconhece que as obsessões ou compulsões são excessivas ou irracionais (esse item não é valido para o diagnóstico em crianças).

As obsessões ou compulsões causam acentuado sofrimento, consomem tempo (tomam mais de 1 hora por dia) ou interferem significativamente na rotina, funcionamento ocupacional (ou acadêmico), atividades ou relacionamentos sociais habituais do indivíduo.

O transtorno obsessivo-compulsivo pode ser vivenciado também por crianças. Nesse caso, pais e professores devem prestar atenção a sinais específicos, como medo persistente de doenças; contar e recontar buscando a exatidão; demora em realizar as tarefas escolares por causa da necessidade de apagar constantemente os exercícios já feitos; inflexibilidade e rigidez nas brincadeiras; e ritual diário de higiene repetitivo e exagerado.

É importante que pais e educadores aprendam a identificar esses sintomas e sinais, já que as crianças nem sempre costumam verbalizar seus sentimentos. Deve-se estar atento à conduta de crianças e adolescentes e, frente a dúvidas, buscar o apoio de profissionais especializados.

A realização de um diagnóstico adequado é imprescindível em qualquer idade, uma vez que este transtorno pode estar associado a outras doenças, como depressão, ansiedade e problemas alimentares, que devem ser tratados em conjunto. O tratamento ocorre geralmente mediante a associação de terapia e novas medicações, e seus resultados vêm sendo positivos, principalmente em relação à notável diminuição dos sintomas.
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Fonte e Sugestão de Leitura:
SILVA, Ana Beatriz. Mentes e Manias. São Paulo, Gente: 2004.
CORDIOLI, Aristides. Vencendo o Transtorno Obsessivo-Compulsivo. São Paulo, Artmed: 2003

domingo, 14 de março de 2010

Síndrome de Asperger ou Síndrome de Gênio

Há poucos anos atrás, mal se ouvia falar em síndrome de Asperger, mas atualmente tem sido tema de livros, palestras, congressos, pesquisas, etc. Isso é muito bom para esse grupo de pessoas que possuem comportamentos diferenciados da grande maioria.

Mas o que é a Síndrome de Asperger?
É um transtorno do desenvolvimento da família do autismo, mas entretanto diferentemente do autismo, a pessoa quando criança com Síndrome de Asperger, apresenta desenvolvimento cognitivo e intelectual normal e não apresenta atraso no desenvolvimento da fala.  O desenvolvimento da criança parece normal, mas no decorrer dos anos seu discurso torna-se diferente, monótono, peculiar e há com freqüência a presença de preocupações obsessivas. Sua capacidade de interagir com outras crianças torna-se difícil, é pouco empática, apresenta comportamento excêntrico, suas vestimentas podem se apresentar estranhamente alinhadas e a grande dificuldade de socialização tende a torná-los solitários. Há prejuízo na coordenação motora e na percepção viso espacial. Elas apresentam interesses peculiares e pode passar horas assistindo ao canal da previsão do tempo na televisão ou estudando exaustivamente sobre temas ou assuntos preferidos como dinossauros, carros, aviões ou mapas de ruas, por exemplo. (Fonte: Livro- Olhe nos meus olhos – Minha vida com Síndrome de Asperger – John Elder Robison)

Tenho atendido, nesses últimos anos, algumas crianças e adolescentes com Asperger. A grande reclamação desses é a incompreensão dos familiares, da escola e dos amigos para o comportamento social apresentado. Eles são acometidos pela Aspie (abreviatura de Asperger), mas e na grande maioria das vezes, não diagnosticados, o que torna ainda mais difícil esta interação. O que dificulta o diagnóstico, é que a pessoa com Aspie é muito inteligente, por isso, os pais podem pensar como o seu filho tão inteligente pode estar doente. Bem, enquanto o diagnóstico não vem, as pessoas com Aspie vão sendo incompreendidas e maltratadas, principalmente na escola porque os professores, os auxiliares e os demais alunos não estão ainda familiarizados com a patologia. O mesmo acontece no trabalho (quando adulto) e nos relacionamentos em geral. Algumas crianças e adolescentes são alvo de bullying (ameaça ou agressão de forma intencional e repetida) não só na forma de violência física, mas na psicológica.

O Psicólogo e diretor de estudos de crianças autistas da Universidade de Yale em Connecticut Ami Klin realizou uma pesquisa com grupos de pessoas com e sem a síndrome de Asperger, para verificar o raciocínio lógico. Foi apresentado um desenho animado com um círculo e um triângulo dentro de uma elipse.

No vídeo, o triângulo se movia em direção ao circulo e dava um empurrão. O círculo se balançava, mas voltava a ficar parado. Na terceira vez, após receber o empurrão do triângulo, o círculo saiu em direção ao objeto e a elipse acabou sendo estourada.

O pesquisador perguntou ao grupo de pessoas sem a síndrome, como elas traduziam aquela situação. A maioria disse que o triângulo estava provocando o circulo e chegou um momento que o objeto não suportou e decidiu sair correndo para tomar satisfação com o triângulo.

Já o grupo com Apie viu uma fusão nuclear, quando duas partículas que se repelem mutuamente acabam destruindo um átomo.

Fique atento para alguns sintomas característicos de crianças com Síndrome de Asperger:

1. Faz pouco contato visual com o outro, não consegue passar muito tempo olhando nos olhos de outra pessoa.
2. Provavelmente não usa gestos como acenar, apontar, assentir ou fazer ”shh” com o dedo significando silêncio.
3. Não tem muitos amigos
4. Prefere brincar sozinho ao invés de interagir com outras pessoas
5. Nas brincadeiras em grupo, destaca-se pelo comportamento distinto, por exemplo: Continua a vagar pela sala enquanto as outras crianças já estão sentadas na hora de ouvir uma história.
6. Parece fascinado por partes do brinquedo ao invés de brincar com ele. Por ex: gira constantemente as rodas de um carrinho, ao invés de fazê-las rodar no chão
7. Passa longos períodos enfileirando objetos e fica mais perturbado do que o normal se alguém os muda de lugar
8. Demonstra interesse em coisas incomuns para uma criança, por ex: postes de iluminação, liquidificador, mapas, logotipos.
9. Prefere a rotina
10. Evita revezamentos e gosta de ser o primeiro o tempo todo
11. Repete a mesma coisa várias vezes
12. Não facilita o diálogo quando o assunto é algo sobre o qual apenas o outro deseja falar
13. Fala sem se preocupar se o outro está interessado ou entediado com o assunto sobre o qual ele está falando
14. Faz movimentos incomuns e repetidos, como girar o corpo e agitar os braços
15. Muito sensível ao barulho
16. Mostra a tendência a ser muito formal
17. Tem uma comunicação rebuscada, eloqüente, de um modo incomum, com o tom muito alto e sem expressão ou com sotaque distinto. (Fonte: Livro Convivendo com Autisto e síndrome de Asperger – Chris Williams e Barry Wright)

A melhor maneira de ajudar uma pessoa com a síndrome é entendendo os seus sintomas e procurando ajuda para a mesma. O tipo de terapia indicada é a Relacional, onde vão aprender a se socializar.

Abaixo, um vídeo que resume um pouco dos sintomas da Aspie.
Abraços,
Lila

segunda-feira, 1 de março de 2010

Podemos fazer algo pelo nosso Planeta?

As noticias de desabamentos no Rio, infindável chuva em São Paulo, tempestade na França, terremoto no Haiti e agora no Chile, me deixaram imensamente pensativa e preocupada (não que já não estivesse antes). Não posso deixar de pensar nas vítimas, seus familiares e acima de tudo no nosso Planeta Terra.

É evidente que esse super organismo vivo que é a Mãe Terra, está doente e por isso, buscando formas de retornar ao seu equilíbrio natural. E certamente vai consegui-lo, mas não sabemos a que preço. É provável que a natureza e todos os seres que nela habitam paguem um valor inestimável por esse equilíbrio.

Muitos já devem conhecer o documentário de Al Gore (ex-vice presidente dos EUA) "Uma Verdade Inconveniente". Nele, é ressaltada uma postura Global, que é a do descaso diante da catástrofe e do inevitável. Agimos como se o que ocorre no mundo não fosse ou não estivesse nos atingindo, e como se nada tivéssemos a ver com isso. Mas na verdade somos parte disso tudo! "A atual crise climática talvez dê a impressão de ocorrer lentamente; mas na verdade, ela está acontecendo muito depressa, e já se tornou uma verdadeira emergência planetária. Em chinês, a palavra ''crise'' consiste em dois caracteres. O primeiro é o símbolo do perigo; o segundo é o símbolo de oportunidade. Para enfrentar e vencer o perigo temos de reconhecer que estamos diante de uma crise. Sendo assim, por que nossos líderes parecem não escutar esses sinais de alerta tão claros? Estariam eles resistindo a reconhecer a verdade porque sabem que, no momento em que o fizerem, terão de enfrentar o imperativo moral de agir? Ou será apenas mais conveniente ignorar os alarmes? Talvez seja; mas o fato é que as verdades inconvenientes não desapareceram apenas por não serem vistas. Quando ninguém reage a elas, sua importância não diminui, mas aumenta." Al Gore.

Não dá para fazer "vista grossa" diante dos inúmeros avisos da natureza. Precisamos realmente fazer a nossa parte. Mas o que podemos fazer? Qual é a nossa parcela de responsabilidade nisso tudo? É claro que não dá mais para acreditar que o que fazemos não afeta aos demais. A nossa atitude positiva é tudo.

O que você pode fazer pelo planeta hoje? Poderia citar aqui inúmeras coisas possíveis de se fazer, desde a reciclagem até atitudes ativistas, mas vou me deter à educação dos nossos filhos. Quando penso que o nosso planeta está doente e procurando curar-se, penso nas crianças. O que restará para elas? Como poderão lidar com tantas mudanças, e o que elas poderão fazer para ajudar? Como pais, é nossa responsabilidade educá-los para um mundo melhor. Geração após geração educada com uma maior consciência ecológica possibilitará um futuro para o planeta. Quando falo em ecologia, não me refiro apenas em plantar árvores, mas em uma ecologia profunda, baseada no respeito pelos seres. Pois quando respeitamos aos outros, não faremos nada que possa causar dano. Não consumimos exageradamente, gerando cada vez mais e mais lixo, não destruímos árvores, não matamos animais, não batemos em crianças, não tratamos do nosso lixo sem o menor cuidado...

Para gerarmos mudanças em nós e em nossos filhos, precisamos assumir a realidade que nós cerca. Não dá mais para fingir que não fazemos parte de tudo isso e que a nossa atitude não fará diferença nenhuma no processo de mudança. Acredite, fará sim!

Compartilho com vocês o vídeo "The story of Stuff - A História das Coisas". A criadora do filme é Annie Leonard, uma ativista que passou 10 anos viajando pelo mundo engajada na luta contra ameaças ambientais. Ela narra a História das Coisas de forma leve e com uma visão bem realista. Este vídeo é apenas o início da história. Você pode se envolver com a idéia de Preservação no site www.StoryofStuff.com.

Abraços,
Lila