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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Viciados em "Selfie"


selfie
Selfie foi eleita a palavra em inglês do ano.
Foto by DRJays.com
 
 
 
 
Muito além de uma simples foto tirada de si mesmo, o viciado em selfie (a tendência de tirar fotos pessoais através dos smartphones) busca aprovação e reconhecimento através de suas fotos.
Os que postam esse tipo de foto, buscam obter o reconhecimento público e sentem-se frustados ou motivados de acordo com o números de comentários e curtidas em suas fotos.
 
As redes sociais estão cheias deles, e o comportamento tem chamado a atenção de estudiosos da saúde mental, pois pode estar diretamente relacionado a problemas de saúde mental, tais como depressão, obsessão ou mesmo paranóia. 
 
Os adolescentes mostram maior tendência ao vício, mas a coisa não para neles: adultos que apresentam baixa autoestima,  ou sentem-se envelhecendo e não aceitam bem o fato, tendem a postar muitos “selfies” em redes sociais também. Eles sentem a necessidade de reconhecimento social e da “afirmação”, vinda pelos elogios, de que continuam “belos e jovens”.
 
O que se observa é que as fotos 'selfies' tem tido um impacto emocional na vida das pessoas. A recompensa dos que as publicam, são os elogios e “likes” em suas fotos.  Sem eles, os viciados em selfie, podem se sentir rejeitados pelos amigos ou familiares, afetando relações sociais e a autoimagem.
 
Existe também um comportamento compulsivo por trás da ação de postar muitos selfies, e eles podem gerar outros disturbios mentais como o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC - se refere a preocupação excessiva por um defeito corporal mínimo ou por defeitos corporais imaginários) e o TOC (Transtorno Obssessivo Compulsivo – refere a repetição de um comportamento e obsessão de pensamentos).
 
Isto é simples de entender: se fazemos algo e encontramos uma pequena recompensa, voltaremos a repetir a ação. A recompensa dessa ação seria a aceitação social. Alguns contentam-se obtendo poucos 'likes', outros necessitam atingir o máximo que puderem e ficam "viciados" neste reconhecimento social.
 
A pessoa que não atingir a quantidade de apoio esperado, invariavelmente irá optar por publicar uma nova foto 'selfie'. Se a resposta continuar a ser negativa isso poderá afetar a autoconfiança ou criar pensamentos negativos sobre si mesmo.
 
Confira os sintomas:
  • Você presta demasiada atenção às suas fotografias publicadas?
  • Controla quem as vê ou a quem agrada ou comenta?
  • Entra inumeras vezes online nas redes sociais para conferir as vizualizações de suas fotos?
  • Fica ansioso com a esperança de atingir o maior número de 'likes'?
  • Caso não atinja o reconhecimento desejado, deleta a sua foto?
  • Você tira inumeras fotos de si mesmo em várias situações e lugares e as posta nas redes sociais?
  • Perdeu a motivação por outras atividades e tem estado demasiadamente preocupado com a aparência?  
  • Perdeu a noção do “bom senso” do que é público e privado e publica fotos “selfies” em situações como: ao acordar, no banho, tomando café, etc?  
Um caso clínico
selfie
Danny Bowman Foto by TV2.no
 
Um jovem britânico de 19 anos tentou cometer suicídio depois que ele não conseguiu obter o “selfie perfeito”. Danny Bowman ficou tão obcecado em capturar a foto perfeita, que passou 10 horas por dia tirando fotos de si mesmo. Ele perdeu quase 30 quilos, abandonou a escola e não saiu de casa por seis meses em busca da sua imagem perfeita. Logo ao acordar, ele já tirava umas 10 fotos suas.
 
Frustrado em suas inúmeras tentativas, Bowman, eventualmente, tentou tirar a própria vida por uma overdose, mas foi salvo por sua mãe. Ele disse: "Eu estava constantemente em busca da foto perfeita e quando eu percebi que eu não poderia obté-la eu queria morrer. Perdi meus amigos, meu ano letivo, minha saúde e quase a minha vida "
 
Uma das maneiras de evitar cair no vício é estar atento aos sintomas e perguntar a si mesmo, antes de publicar uma foto selfie, o porquê de estar fazendo isso.  Escute as respostas, elas darão a você uma boa noção do que é bom senso ou do que ultrapassa a barreira do estranho e sem sentido. Caso você sinta que a situação está ficando fora de controle, procure ajuda médica.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Frustração, como lidar com ela?



O tema me pareceu propício para o momento atual na vida de alguns brasileiros. Muitos estão demasiadamente frustrados com a derrota da seleção de futebol, e alguns estão agindo com a imaturidade de quem não sabe lidar com as frustrações da vida.  Esse é um aprendizado contínuo e precisa de prática e persistência, pois caso contrário, podemos nos tornar adultos mimados que “quebram” tudo quando não são atendidos em seus desejos.
 
Não é novidade que a  vida é cheia de frustrações; das pequenas irritações de perder algo até o problema maior do fracasso de um objetivo desejado. O que esquecemos é que muitas coisas que realmente queremos sempre vão trazer consigo um grau de frustração, pois as expectativas são sempre diferentes da realidade. Ser capaz de administrar esse sentimento nos permite permanecer felizes e positivos, mesmo em circunstâncias difíceis.
 
A frustração deve ser levada a sério, pois pode ter um impacto altamente negativo sobre o nosso estado de espírito, humor e vida. Ela pode transformar uma pessoa positiva em uma pessoa que vê quase tudo como um problema. Pode atrapalhar ou inibir o progresso pessoal, e às vezes imobilizar completamente as nossas ações e atitudes. 
 
Entendendo a frustração 
 
A frustração é uma emoção que ocorre nas situações em que somos impedidos de alcançar um resultado desejado. Em geral, sempre que chegamos a um dos nossos objetivos, nos sentimos satisfeitos e felizes, e sempre que somos impedidos de alcançar qualquer objetivo podemos sucumbir à frustração e nos sentir irritados, tristes ou com raiva.
 
Quanto mais importante for seu objetivo, maior será a sua frustração ou raiva se ele não se realizar; e quanto mais frustrações sofremos, começamos a perder a confiança nos nossos objetivos e em nós mesmos.
Frustração3 
 
Os dois lados da frustração
 
Frustração não é necessariamente algo ruim. Podemos usá-la como um indicador dos problemas na nossa vida e como um motivador para mudar de estilo de vida ou mesmo de objetivos. No entanto, quando a frustração resulta em raiva, irritabilidade, estresse ou ressentimento, ela torna-se uma espiral descendente e passamos a ter um sentimento de renúncia ou desistência, o que pode levar a depressão profunda ou mesmo a autodestruição.
 
Tipos de frustrações 
 
Basicamente existem dois tipos de frustrações: as internas e as externas.
 
A frustração interna geralmente começa quando não podemos ter o que queremos, como resultado de deficiências reais ou imaginárias, como por exemplo a falta de confiança em nós mesmos, o medo diante de situações sociais ou o excessivo auto-julgamento.
 
A externa envolve condições fora do controle da pessoa, tais como barreiras físicas que encontramos na vida incluindo outras pessoas ou situações que atrapalham o alcance de nossos objetivos. Estas podem ser inevitaveis, o que não significa que precisamos nos entregar a situação sem agir. Podemos aprender que aceitar a dança da vida é um dos segredos de evitar a frustração.  Lutar para que as coisas “ruins” desapareçam é desejar que tudo seja do nosso jeito, do nosso modelo de vida e pensamentos e isso só gera mais e mais frustrações.
 
Frustração1
Respostas típicas a frustração
 
  • Raiva: A frustração gera raiva e raiva gera agressão. A raiva e a agressão proveniente da frustração, é direcionada para algo ou alguém que tenha poucas chances de reagir.
  • Desistir: Tornar-se apático, sem vida, desistir do objetivo de uma maneira passiva.  Se nos frustramos várias vezes, podemos abandonar a escola, sair de empregos ou nos afastar de pessoas.
  • Perder a confiança: A perda da confiança é um terrível efeito colateral que vem acompanhando do desistir diante de um objetivo não alcançado. Quando perdemos a auto-confiança e auto estima,  podemos ter dificulade para planejamos uma proxima meta, e podemos não ser capazes de avaliar com precisão a nossa capacidade de realizá-la. 
  • Estresse: O estresse é o "desgaste" do nosso corpo e da nossa mente quando não alcançamos os nossos objetivos. Quando temos dificuldade em aceitar que nosso ambiente está em constante mudança, podemos experimentar sinais de irritabilidade, raiva, fadiga, ansiedade, dores de cabeça, depressão, dores de estômago, hipertensão, enxaquecas, úlceras e até ataques cardíacos.  
  • Depressão: Ah! a depressão! Essa é um dos maiores sinais de que você não está lidando muito bem com as frustrações da vida. A vida não está como você quer, então você deprime, se entrega, abandona seus objetivos, deixando de acreditar na vida.
Lidando com a frustração
 
Frustração e raiva são emoções fundamentais que todos experienciamos de vez em quando. Elas fazem parte da vida e por isso precisamos aprender a lidar com essas emoções se queremos viver com qualidade e nos desenvolver emocionalmente.  Eu costumo dizer que ou nós controlamos a nossas frustrações, ou elas controlam a nossa vida.
 
Lembrar que não podemos eliminar as frustrações de nossa vida é um primeiro passo para aprender a lidar com elas. Entender que apesar de todos os nossos esforços, as circunstâncias da vida nem sempre estarão sobre o nosso controle e irão acontecer numa ordem que nem sempre é a nossa.
 
A vida é cheia de frustração, dor, perda, e de ações imprevisíveis de outras pessoas. Não podemos mudar isso; mas podemos mudar a nossa maneira de deixar tais eventos nos afetar.
 
Frustração2
Fotos retiradas da internet
 

domingo, 18 de maio de 2014

Faça o que você ama e mude a sua vida

Foto: galeria pessoal
 
Nós vivemos dia após dia e raramente usamos o nosso tempo para pensarmos sobre a nossa vida. Dedicamos muita energia ao nosso trabalho e desejamos que através dele, consigamos ganhar e economizar dinheiro. É claro que o dinheiro tem a sua importância, e precisamos dele para nos mantermos em relação as nossas necessidades materiais. Mas a vida não significa apenas ganhar e economizar dinheiro, a vida é muito mais que isso.
 
Você tem vivido a sua vida com amor? Tem feito o que ama? Se você acorda e reclama do que vai fazer durante o dia, então provavelmente não está fazendo o que ama, está fazendo algo por necessidade, obrigação, mas não com amor. Seja ir para o trabalho ou cuidar de seus filhos em casa, se não tem amor, virará obrigação e peso.
 
Reflexões 
 
Você já parou para pensar quais são os seus valores na vida? O que é importante para você? Por qual motivo você vive? Quais são as suas prioridades? O que o deixa feliz? São perguntas simples, mas quando respondidas podem nos levar a reflexões, e quem sabe, a tomada de decisões e a novos rumos na vida.
 
Vamos pensar em algo bem lógico e simples: temos em média apenas 100 anos ou menos para vivermos essa vida, e um dia todos nós vamos morrer. Esse é o ciclo natural da vida. Acredito que todos já saibam. Então, antes que isso aconteça poderíamos pensar sobre o nosso atual estilo de vida e como estamos usando os nossos preciosos dias na terra.
 
Olhe para a sua vida. Olhe para dentro de si mesmo e analise que tipo de coisas você gostaria de mudar. O que o incomoda? O seu corpo? A sua saúde? A sua vida de um modo geral? O seu emprego? As suas atitudes? Seus pensamentos?
 
Talvez você tenha sonhos que colocou na gaveta e esteja esperando o “momento certo” para realizá-los. Porém, muitas vezes esquecemos algo importante: não sabemos nada sobre o futuro, e muito menos se teremos tempo suficiente para realizar tudo o que queremos. Então, a hora é agora!
 
Embora haja uma longa distância entre fazer planos para o futuro e tomar decisões sobre eles, muitas vezes é mais fácil manter os sonhos em nossa mente. Isso nos dá a ilusão de que eles estão por perto e que podem se realizar algum dia. Mas lembre-se: sem ação, os sonhos são apenas uma ilusão.
 
Pensando no “Aqui e Agora”
 
Aprendi através da filosofia budista, um simples, porém profundo exercicio de reflexão que você poderá fazer todos os dias antes de dormir. Ele tem o intuito de nos ajudar a pensar sobre como estamos vivendo atualmente, e o que podemos quem sabe, começar a mudar.
 
Aqui está: Antes de dormir pense que este foi seu último dia de vida e que pela manhã você não mais acordará. Diante desse pensamento, reflita sobre como foi seu último dia de vida. Você esteve feliz? Com raiva? Triste? Arrepende-se de algo que fez ou que não fez? Desejava ter mais tempo de vida para mudar algo? Queria ter dito ou feito coisas boas para alguém? O que gostaria de ter feito? Ou o que desejou não ter feito ou dito?  - Na manhã seguinte, ao acordar, lembre-se do que refletiu na noite anterior e perceba a sua nova chance que a vida está lhe dando. Aja! 
 
Na primeira vez que você fizer esse exercício, provavelmente você sentirá uma leve angustia, pois pensar na morte e no morrer ainda é um tabu para todos nós. Desejamos colocar essa idéia para o mais longe possível de nossos pensamentos, e não trazê-la para nossas reflexões diárias. Isso é natural, pois esse tipo de reflexão ainda não faz parte da nossa cultura.
 
Polaridades
 
Falando sobre o agir e o existir; o morrer e o viver. Convido você a pensar na polaridade na qual o universo é sustentado. Temos o dia e a noite, a água e o fogo, o mar e o deserto, o céu e a terra, a vida e a morte e assim por diante. Nada é uma coisa só, tudo tem o seu oposto que o ajuda a manter o equilibrio. O estado unilateral é um estado patológico, que precisa do seu oposto para tornar-se equilibrado e sadio. Por exemplo, ninguém é feliz ou triste o tempo inteiro. Isso nos dá a tranquilidade de pensarmos que tudo tem uma finitude. Quando nos apropriamos desta informação, temos força para suportar a dor, e serenidade para valorizar os momentos felizes.
 
Então, não encare “o pensar sobre o viver e o morrer” como algo fúnebre ou sem sentido, apenas tome consciência de que para vivermos plenamente, precisamos nos apropiar da nossa finitude, pois muitas vezes agimos como se tivéssemos a certeza da existência do amanhã, e não temos.
 
Não desperdice a sua vida fazendo o que não ama, e nunca perca de vista os seus sonhos. Traga-os para perto de você, coloque-os em prática. Faça da sua vida algo absolutamente brilhante.
 
Independente das suas crenças, tenha sempre consciência que nesse corpo, com essas pessoas e nesse estilo de vida, só se vive uma vez. Essa sua existência, nesse formato, é única. Torne-a especial!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A continuação do Abuso


Foto retirada da net e editada por mim.
Foto retirada da net e editada por mim
 
Tenho visto essa foto circulando pela mídia e percebo que ela tem chocado os mais conscientes e extraído risos dos que ainda não percebem além do senso comum.
Quando vi a imagem pela primeira vez, uma pergunta me veio à mente: “O que poderia estar pensando e sentindo a pessoa que tirou a foto?”.
 
A nossa sociedade vem vivendo a perpetuação de uma cultura de abuso. Os pais que estimulam esse tipo de comportamento em seus filhos ou com outras crianças, provavelmente têm feridas antigas de abuso.
 
Uma vez falando sobre esse tema, uma pessoa me perguntou: “Todos nós temos traumas de infância, então porque não agimos da mesma maneira?”. Dentre muitas possíveis respostas, escolhi uma: “Porque percebemos e digerimos as experiências de maneiras diferentes.”
 
Deformando Personalidades
 
Experiências traumáticas podem deformar a nossa personalidade. Por isso é importante buscarmos ajuda para cicatrizar as nossas feridas antigas.
 
A tomada de consciência e o conhecimento da verdade que nos assombraram (ou assombram) podem ser libertadores e nos ajudar a caminhar em harmonia conosco e com os que dependem de nós.
 
Criança Ferida
 
Todo adulto tem dentro de si uma criança ferida. Em muitos há feridas enormes que deformam personalidades, tornando adultos cruéis e insensíveis; e são estas feridas que promovem a perpetuação do ciclo do abuso.
 
Algumas pessoas que foram vítimas de abusos (sejam físicos, emocionais ou sexuais) durante a infância, podem não ter tido a oportunidade de desenvolver uma qualidade essencial para a vida em sociedade, a empatia. E tornaram-se como soldados prestes a atirar, puxa o gatilho na primeira oportunidade que tem para descarregar a dor de dentro de si.
 
Pessoas profundamente machucadas e sofridas são como bombas relógio que inconscientemente estão prestes a explodir. A explosão é uma maneira de extravazar a raiva, o medo e o abuso sofrido.
 
Ciclo do Abuso
 
O ciclo do abuso pode ser identificado de diversas maneiras, como por exemplo: Nos pais que abusam de seus próprios filhos; nos profissionais da lei que abusam de seu poder; nas mulheres que não valorizam seu corpo e os expõem em excesso ou colocam-se em risco sem a menor consideração ou respeito por elas mesmas; no excessivo uso de álcool e no consumo de drogas, etc. São muitas as maneiras que permitimos equivocadamente, sair de dentro de nós, o medo, o terror e a repulsa por abusos sofridos.
 
Tomada de Consciência
 
Uma das mais eficazes maneiras de romper com o ciclo de abuso é a tomada de consciência. Quando agimos sem nos questionar, nos tornamos robotizados e passamos em frente os nossos medos na tentativa de curá-los. A teoria do trauma fala bem sobre isso: Quando vivenciamos uma situação traumática (toda experiência que não digerimos bem e que consideramos inacabadas, como uma perda, um acidente, uma doença), tendemos a repeti-la inconscientemente na tentativa de resolvê-la de vez.
 
O nosso inconsciente tem uma sabedoria, ele entende que não vamos viver em paz enquanto determinados traumas dentro de nós estão inacabados. Traumas geram mais traumas e abusos geram mais abusos. É um ciclo. Por isso é importantíssimo a tomada de consciência e o encerramento dos ciclos. Caso contrário, continuaremos perpetuando-os de maneira errada, como expondo crianças em cenas abusivas e nos divertindo com elas, assim como quem nos abusou no passado se divertiu e nos expôs.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Ensinando e transmitindo empatia aos filhos

Amizade 2
Tenho um filho de 9 anos que me ensina todos os dias sobre a arte da maternidade. Com esses aprendizados tenho percebido que meus argumentos com ele precisam ser mais consistentes e que a minha empatia precisa ser mais eficaz, pois em muitos momentos ele me questiona ordens e atitudes minhas, e em outros me faz pensar sobre como ele se sente em determinadas situações. Já escutei ele me questionar: “Você já parou para pensar como eu me sinto?”. Minha resposta para ele sempre é: “Claro filho, eu sempre penso sobre como você se sente”. Ai ele me presenteou com a seguinte frase: “Então sinta o que eu sinto”.
 
Os nossos filhos frequentemente nos “cobram” empatia, mesmo não tendo a clareza de que o estão fazendo. Eles anseiam por compreensão e entendimento, e nós pais somos os responsáveis para ensinar isso a eles. O que é a empatia? Empatia fala sobre “Ver através dos olhos do outro”. Essa é uma boa e simples definição, mas que para ser um pouco mais completa é importante ter a continuação: “Colocar-se no lugar do outro”. Ver o mundo do outro pelo olhar dele e colocar-se temporariamente no lugar e perceber como a pessoa se sente, é um excelente exercício de empatia.
 
Empatia é diferente de Simpatia
 
Algumas pessoas confundem empatia com simpatia. Apesar da quase similaridade das palavras, o significado é completamente diferente. A simpatia é um sentimento de piedade por outra pessoa; ser empático é entender a perspectiva da outra pessoa, colocar-se no lugar dela e ver o mundo através dela.
 
Pais e Filhos Empáticos
 
Na relação pais e filhos, a empatia significa que quando os pais interagem com seus filhos, eles acabam treinando os mesmos a ter e receber empatia; isso se o fizermos da maneira correta. Muitos pais se consideram empáticos e se enchem de orgulho dizendo: “Somos empáticos com nossos filhos e sempre olhamos o mundo pelos olhos deles”. Será?
 
Ao longo do meu trabalho com pais e filhos, descobri que é muito mais fácil sermos empáticos com aqueles que pensam e agem de acordo com o que queremos e acreditamos. A parte desafiadora vem quando precisamos ser empáticos em momentos em que não concordamos com o ponto de vista, ação ou atitude de nossos filhos.
 
Pense numa vez que ficou chateado com seus filhos devido a algo que eles fizeram que você não gostou ou não concordou. Como agiu? Você foi empático? Ou simplesmente ficou aborrecido e esqueceu de pensar sobre como eles estavam se sentindo? Ou melhor, deixou de sentir como eles se sentiam.
 
Se quisermos que nossos filhos nos escutem e aprendam conosco, se desejamos que eles desenvolvam uma personalidade confiante e sejam empáticos, então precisamos pensar sobre como os abordamos e como as nossas palavras e ações são percebidas por eles.
 
O que a empatia nos oferece?
 
Com e através dela, podemos com mais clareza entender a visão e o mundo de nossos filhos e a reagir de uma maneira a criar um clima no qual eles aprendam conosco ao invés de se ressentirem. Filhos magoados e tristes não costumam pensar nos pais como exemplos para a vida, na verdade eles pensam em como não desejam ser. Isso poderia ser positivo se não estivesse vindo de uma relação entre pais e filhos. Em outros relacionamentos pode até funcionar. Por exemplo, alunos que não gostam da postura de um professor e decidem para si mesmos que não agirão assim quando se tornarem adultos e profissionais é uma maneira positiva desse aprendizado “não quero fazer e nem ser como você faz e é”. Mas na relação parental, se os filhos veem os pais apenas como modelos a não seguir, eles perdem a referência para uma vida adulta, e podem se sentir sozinhos e perdidos.
 
Nós pais somos a base, o alicerce para os nossos filhos. Costumo usar uma metáfora para definir essa relação: Todo prédio é construído sobre um alicerce que depois de pronto não a vemos mais, mas ela continua ali. Se o prédio se manteve de pé, firme e majestoso por anos, então sabemos que ele foi construído em bases sólidas. Mas se o prédio desaba sabemos que algo durante o processo de construção não foi bem feito. Assim é a nossa relação com nossos filhos e a empatia nos ajuda a dar uma base sólida para ela.

sábado, 17 de agosto de 2013

Meninas adoram comprar roupas. E os meninos?

                        
                        
Foto: Arquivo Pessoal
Sou mãe de um menino de nove anos que me acompanha para a maioria dos lugares que preciso ir e, que ele pode frequentar, é claro.  Ele é realmente um companheiro fiel e disposto.  Porém, quando o assunto é ir ao shopping para comprar roupas, mesmo que sejam para ele… Ops! A disposição muda e as desculpas começam a aparecer.
 
 
Eles mudam com o tempo
 
Antes era mais fácil convencê-lo a ir para alguns lugares e, com o passar dos anos essa missão vem se tornando mais difícil. Por quê? Porque com o passar dos anos, os meninos se diferenciam ainda das meninas e começam a se desidentificar da figura materna desenvolvendo mais interesse por atividades tipicamente masculinas.
 
 
Igual a mamãe
 
Em contrapartida, as meninas adoram ir às compras. Elas de deliciam com cada peça de roupa ou acessório encontrado pelo caminho. Divertem-se experimentando coisas e dando palpites nas escolhas da mãe.  Ao compartilhar “assuntos e momentos de mulher” com a mãe, elas se sentem valorizadas e próximas daquela que é um modelo de mulher para a vida adulta.
 
 
A impaciência revelada em perguntas
 
Quando o assunto é ir às compras, a última pessoa que você deveria pensar em convidar seria seu filho maior de nove anos. Eles não têm o menor interesse nesse assunto e, nem paciência para esperar que a mãe vasculhe minuciosamente o que deseja comprar. Caso você insista nessa aventura, esteja preparada para ouvir por diversas vezes as perguntas: “Já terminou?”, “Podemos ir agora?”, “Você ainda vai demorar muito?”.  Exigir que os meninos gostem dessa atividade é quase o mesmo que pedir às meninas para ir alegremente à oficina esperar o conserto de um carro.
 
Trocando de parceiros
 
Uma experiência interessante que todos os pais deveriam tentar (sei que alguns já fazem isso) seria a mãe fazer coisas de meninos com o filho e o pai coisas de meninas com a filha. O menino se sente valorizado e animado quando a mãe aprecia o que ele faz. Caso a mãe o leve para os treinos de futebol, ele vai se empenhar mais para “fazer bonito” para a “mamãe ver”. E as meninas adoram ir às compras com o pai, pois com um irresistível charme poderá conseguir mais facilmente que ele compre a bolsa que tanto deseja ou o sapato da moda. O pai em geral tende a ser mais flexível do que a mãe quando o assunto é por a mãe no bolso para agradar a sua princesinha.
 
Criando vínculos
 
De uma coisa estejam certos: Fazer coisas junto com seus filhos aumentará o vínculo, criará mais intimidade, fortalecerá a amizade e a confiança entre vocês. Quanto mais convivemos com nossos filhos mais companheiros nos tornamos.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Adolescência e a necessidade de separação dos pais

 
 
Se você tem filhos adolescentes ou já esteve por algumas horas na companhia de um, você certamente está familiarizado com o “desdenhoso olhar” que eles costumam usar para expressar inquietação, incômodo ou desprezo pelo o que está sendo dito. Muitas vezes o referido olhar vem acompanhado de suspiros ou falas que deixam claro o incômodo da turma teen. Esse olhar é quase um equivalente ao bater de portas de forma dramática.
 
 
Rebelião adolescente

Adolescentes são gênios em fazer coisas que sabem que vão irritar você. Por exemplo, se você o está esperando para um calmo jantar em família, eles provavelmente vão fazer uma careta e reclamar da refeição. Se você tentar prever seu humor e agir em conformidade, eles vão mudar o humor. Se eles não concordam com o seu pedido, eles irão esquecer ou ignorar suas promessas.
 
Ao contrário do que muitos adultos pensam, adolescentes definitivamente não gostam de excessiva atenção, principamente quando esta é no sentido de censurar, avaliar ou criticar o que eles fazem. Tal como a excessiva atenção, os conselhos fazem parte do pacote que eles “odeiam”.
 
 
Necessidade de Sepação
 
Os pais precisam perceber que essa fase “rebelde” que os filhos passam nada mais é do que a imensa necessidade de demonstrar que já cresceram, que não são mais os bebês dependentes e sim seres auto-suficientes. É claro que nós pais sabemos que eles ainda precisam da nossa ajuda e apoio, mas eles não querem admitir isso, pois precisam se sentir capazes de encontrar seu caminho sem o constante direcionamento dos pais. Para a maioria dos adolescente, a nossa ajuda é percebida como uma interferência.
 
Eles procuram criar suas próprias regras e valores na tentativa de estabelecer a sua própria identidade. A tão conhecida “rebeldia adolescente”, seja na forma de estilos de roupas, censuráveis ​​cabelos, músicas, quartos desarrumados, ou mesmo o consumo de álcool e a prática da mentira, são tentativas de iniciar o processo de separação dos pais.
 
 
O que fazer?
 
Você pode estar se perguntando: “Então devo deixar meu filho ser um rebelde para ele conquistar a tão sonhada liberdade dos pais?” A minha resposta é não. A rebeldia se instala quando eles não vêem outra saída; quando eles percebem que as amarras que os pais colocam é tão forte que não os permite andar, e para tirá-las eles precisam “do grito”.
 
Já tive a oportunidade de escutar inúmeros adolescentes e posso afirmar que eles não são iguais. Ao contrário do que a grande maioria das pessoas panfletam sobre essa fase humana, a adolescência é uma fase linda e de grande importância na vida de um ser. O que nós precisamos aprender e entender, é que os nossos filhos estão crescendo e tendo a necessidade de fazer escolhas, correr riscos, conhecer o mundo pelos olhos deles.
 
O que nós precisamos aprender é a apoiar essa jornada dos nossos filhos, não controlá-los e super protegê-los. O mundo não deixará de ser perigoso se mantivermos nossos filhos sobre nossas asas; não temos o direito de tentar controlar a experiência que eles desejam ter e nem tão pouco deixar de permitir que explorem o mundo sobre a perspectiva deles.
 
Precisamos definitivamente aprender que os filhos não nos pertencem. Eles pertencem ao mundo e para ele precisam ir e explorar. É claro que amamos esses pequenos que esticaram e perderam as bochechas rosadas, mas nosso amor não pode ser uma prisão e sim um lugar seguro para que eles possam voltar ao sentirem a necessidade de recarregar as forças e de um abraço amoroso.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Mantendo a autoridade e o respeito com os seus filhos

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O modo como tratamos nossas crianças poderá determinar como eles irão se relacionar conosco no futuro, com os próprios filhos e com as demais pessoas ao redor deles.
 
Para que boas relações sejam mantidas hoje e fortalecidas amanhã, precisamos educá-los com autoridade e respeito.
 
Se você está confuso ou não tem certeza de como fazer isso, abaixo coloco algumas dicas.
  • Fale calmamente em vez de gritar. Gritar é a total perda da autoridade.
  • Seja firme e nunca cruel. Use seu tom de voz para demonstrar firmeza. Nunca contato físico ou dedo em riste.
  • Tranquilize as crianças quando estiverem assustadas. Nunca ignore seus medos.
  • Seja tão educado com seus filhos quanto gostaria que eles fossem com você.
  • Não precisa ser insensivelmente crítico quando eles fazem algo que você não concorda. Trate o assunto com seriedade, mas com delicadeza.
  • Aceite que você não apenas ensina seus filhos, mas que aprende com eles.
  • Nunca corrija seus filhos em público. Isso é humilhante e ele não estará lhe escutando num momento desses e sim preocupado em se esconder de quem possa estar assistindo a cena.
  • Sempre que possível, respeite os desejos e escolhas que eles fazem. Isso ajuda na auto-confiança e auto-estima.
  • Valorize a opinião deles em qualquer conversa.
As crianças também são pessoas – o fato de serem menores e dependerem da gente, não nos dá o direito de fazermos ou dizermos o que bem entendemos.
 
Se você trata seus filhos com respeito agora, tenha certeza de que eles estão assimilando essa grande e valiosa lição.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ciúmes do Irmãozinho

 
É normal um filho único se ressentir da chegada de um irmãozinho. Afinal, de uma hora para outra, ele deixa de ser o centro das atenções e precisa aprender a compartilhar, o que não é nada fácil para uma criança.
 
Comportando-se como um bebê
 
Voltar a agir como bebê é uma forma de a criança mostrar que se sente excluída, e provavelmente ela retoma os antigos hábitos quando tiver a certeza de que continua sendo amada e valorizada pelos pais.
 
A necessidade de segurança
 
Compreender e respeitar esse sentimento da criança é o primeiro passo para ajudá-la a restabelecer a segurança. Enquanto a criança não se sentir segura, ela continuará atuando como um bebê, pois para ela, esse é o caminho para receber atenção e carinho, afinal é assim que o recém-chegado na família recebe a valiosa atenção dos pais.
 
O que fazer para ajudar?
 
Proibir ou censurar os comportamentos da criança só irá aumentar o ciúme pelo novo bebê. Então o que fazer? Faça concessões, permita que a criança expresse a sua insegurança e vá garantindo a ela através da sua atenção e dos seus cuidados, que ela continua tendo o seu antigo lugar. Explique que ela não precisa ser parecida com o bebê e valorize as qualidades dela na idade que tem. Você pode chamá-la para lhe ajudar nas tarefas simples com o novo morador da casa, mas só faça isso se ela aceitar e se sentir a vontade para tal. Experimente falas motivadoras como: “Olha só, você já foi um bebezinho como este e agora já é um garotinho que anda e fala. Você já faz muitas coisas sozinho”. Comentários como esses estimulam o diálogo e encorajam a criança a falar sobre seus medos e inseguranças que provavelmente não viriam à tona diante de uma pergunta mais direta.
 
Descobrindo caminhos
 
À medida que a criança percebe a atenção da família, ela abandonará espontaneamente as atitudes ciumentas e passará a ver o irmãozinho com novos e felizes olhos. Para os pais, o desafio será de descobrir o caminho para harmonizar as diferentes necessidades de cada um. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Transtorno de Identidade de Gênero. O que é isso?

Fiquei sabendo desta reportagem através de um grupo no facebook. Achei importante escrever a respeito no intuito de esclarecer o que vem a ser o TIG-transtorno de identidade de gênero.
 
 
A reportagem
 
“Um pai alemão começou a usar saias porque o filho de cinco anos gosta de usar vestidos”. A história mexeu com um vilarejo tradicional no sul da Alemanha. Niels Pickert percebeu que seu filho gostava de usar vestidos e era ridicularizado por isso no jardim de infância. Segundo Pickert, "usar saia era a única maneira de oferecer apoio ao meu filho".
 
Em uma carta, Pickert explica: "Sim, eu sou um daqueles pais que tentam criar seus filhos de maneira igual. Eu não sou um daqueles pais acadêmicos que divagam sobre a igualdade de gênero durante os seus estudos e, depois, assim que a criança está em casa, se volta para o seu papel convencional: ele está se realizando na carreira profissional enquanto sua mulher cuida do resto".
 
De acordo com o pai, ele não podia simplesmente abandonar o filho ao preconceito alheio. "É absurdo esperar que uma criança de cinco anos consiga se defender sozinha, sem um modelo para guiá-la. Então eu decidi ser esse modelo". “Um dia eles resolveram sair pela cidade vestindo saias.” 
 
Meninos vestindo saias e meninas usando cuecas. O que vem a ser isso?
 
Existe uma explicação cientifica para isso que é o chamado transtorno de identidade de gênero. É um transtorno de ordem psicológica e médica e se manifesta na condição em que a pessoa de um sexo se identifica com o oposto.
 
As causas podem ser as mais variadas possíveis dando margem para as divergências cientificas em teorias e opiniões. Porém, o que eu pude observar pessoalmente, em casos que atendi de crianças com este transtorno, foi que os pequeninos interpretam as mensagens conscientes e inconscientes de seus pais como não sendo amadas por serem quem são, especialmente em relação ao sexo ao qual pertencem, portanto não podem amar a si próprias se não pertencerem ao sexo oposto.
 
Crianças gostam de explorar o mundo
 
O que eu percebo hoje em dia é que os pais querem educar da maneira mais livre possível e tentando respeitar ao máximo as vontades dos filhos. Isso é valoroso, porém é um campo minado, pois se não soubermos como fazer isso, iremos mais confundir os nossos filhos do que ajudá-los.
Uma criança de 5 anos de idade não tem clareza sobre as consequências das suas escolhas. É claro que para ela nada é definido como certo ou errado, pois isso ainda está em construção. A sociedade em que ela está inserida e a educação que receberá irão dar essas diretrizes.
 
Crianças são verdadeiros exploradores que saem pelo mundo a fora em busca de conquistas. Com isso, se um menino vê sua mãe, irmã (caso o tenha) ou tias usando saias, ele pode ter a curiosidade, vontade ou desejo de usar também. Isso não significa que ele esta é uma escolha definitiva dele. Crianças são exploradores, lembram? No momento em que ela é incentivada a fazer isso com mais frequência, estimulada por um adulto, ela poderá começar a incorporar como sendo o correto a fazer. 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Cinco coisas que os pais NÃO deveriam dizer aos seus filhos - A Quarta

"Você ainda não entendeu?” - Você já ensinou o seu filho como pegar uma bola de handball cinco vezes, ou como somar e subtrair frações inúmeras vezes. Ele mostra sinais de que não está entendendo ou de que está tendo dificuldades para fazer o que você ensina, se a partir disso, você apressadamente pergunta: "Você ainda não entendeu?" Podemos não nos dar conta disso, mas este é um comentário degradante.  Se a criança “tem que entender algo que você está tentando ensinar, ela irá querer desesperadamente fazer algo para agradar você, para que atenda as suas expectativas.
 
Dificilmente a frase “você AINDA não entendeu isso? Vem com um tom de voz gentil ou empático, se assim o fosse essa frase não teria sentido ou razão para sair da sua boca. Ela deixa implícitos os seguintes comentários de julgamentos: “Por que você não consegue fazer isso?” - “O que há de errado com você?”  Ao falarmos dessa maneira, penso que não temos a intenção de dizer tais frases aos nossos filhos, mas é dessa forma que eles as entendem, então tomar cuidado com o que falamos é mais que importante, é vital aos nossos filhos. Palavras não apenas ferem, elas destroem muita coisa dentro de nós: o carinho pelos pais, o respeito por si e pelos outros, a autoestima, a consideração, a imagem positiva de si e dos outros e por ai vai – a lista é imensa.
Certa vez escutei de um menino de seis anos a seguinte frase: “mamãe disse que sou burro e louco”. Perguntei para ele como foi a frase que ele escutou da mãe, e ele me respondeu. “A frase foi assim: você não percebe que isso que você fez foi uma burrice? Foi uma loucura!” Bem, esta frase é agressiva até para um adulto escutar, apesar de termos um “crivo auditivo” que seleciona palavras e significados antes de chegar a um entendimento final. Agora imaginemos isso para o ouvido de uma criança que ainda não tem esta capacidade de discernir metáforas. Faz pequenos estragos, não?
Dica: Se você está cansado de ensinar determinadas coisas aos seus filhos, então dê uma pausa para todos. Diga: “Ok, vamos dar um tempo, acho que todos estamos um pouco cansados, vamos fazer algo diferente e daqui a X tempo voltamos, certo?” Provavelmente você vai ouvir: “Oba mamãe!” ou “Claro! Voltamos depois do lanche” “Ufa! até que enfim uma pausa, já estava cansado disso!” (esta é a favorita do meu filho).
Caso você perceba que ensinar não é a sua melhor qualidade, procure alguém que possa fazer isso por você, assim desgastes emocionais e relacionais serão evitados e o aprendizado acontecerá de maneira saudável para todos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Cinco coisas que os pais NÃO deveriam dizer aos seus filhos - A Terceira

3- "Peça desculpas!" – Seu filho de 2 anos pega o brinquedo de outra criança e isso a faz chorar. Você instantaneamente diz para ele: “Devolva o brinquedo e peça desculpas ao amiguinho!” É claro que você está tentando ensinar ao seu filho a ter compaixão e a ser educado com os outros, o que é um objetivo louvável.  Mas "forçar” uma criança pequena a pedir desculpas não vai ensiná-la a ter essas habilidades sociais.
Crianças pequenas não entendem automaticamente o porquê de elas terem que se desculpar.  Quando você “obriga” uma criança a dizer que está arrependida, isso pode atrasar a aceitação natural dela de desculpar-se com alguém. Como assim? Vamos pensar juntos. Pedir desculpas é mais que um gesto gentil, é uma capacidade de sentir compaixão pelo outro, de sentir empatia, de perceber que o que fizemos machucou outra pessoa, então quando automatizamos este gesto com os nossos filhos pequenos, eles não assimilam no tempo deles, a grandeza do “pedir desculpas a alguém”.

Os primeiros aprendizados de uma criança são através dos exemplos que veem, principalmente os exemplos das pessoas que estão próximas, das que cuidam delas no dia a dia. Com isso, os pais são os melhores modelos para ensinar através do exemplo.

Quando você se desculpa com alguém e a sua criança vê isso, ela vai aos poucos percebendo o rico significado da palavra e da ação. Quando você se desculpa com os seus filhos, eles vão sentir “na pele” como é bom ser compreendido e ser acolhido. Estas são as principais maneiras de ensinar “o desculpar-se” aos seus filhos pequenos. Lições aprendidas nos primeiros anos de vida vão caminhar com eles nos demais dias da sua existência. Mas atenção, depois que eles crescem, é a hora de lembra-los do aprendizado obtido lá atrás. Isso serve para as ocasiões em que uma criança de 6 anos faz algo e não se desculpa, aí sim cabe a sua observação a ele: “Filho, cadê a palavrinha mágica?.”  

Dica: Para começar a ensinar aos pequeninos sobre a desculpa nos relacionamentos com os outros (além do exemplo, é claro) tente desculpar-se com a outra criança, isso ajudará o seu filho a entender emocionalmente todo o processo. Esta é uma maneira de modelar o comportamento que você está tentando incentivar. Mas antes se certifique que você está em situações em que um pedido de desculpas é realmente necessário, para que o seu filho não se sinta injustiçado. Se ele não fez nada, mas você entendeu que sim, e pede desculpas por ele, isso poderia gerar um sentimento de injustiça na criança: “Poxa, eu não fiz nada!”

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Cinco coisas que os pais não devem dizer aos seus filhos - A Segunda

  • “Você não tem mais idade para isso!” - Sua filha tem dez anos, e você acha que ela está agindo como se tivesse cinco, então você diz para ela: “Pare com isso, você não tem mais cinco anos!” Este tipo de fala tem uma grande relação com a nossa dificuldade de gerir a nossa própria frustração em relação aos nossos filhos. Queremos que eles se comportem de um jeito e eles fazem de outro, então “jogamos a bomba.” O resultado disso? Filhos ouvem seus pais criticá-los num momento em que eles estão tendo problemas. Problemas? Isso mesmo! Quando uma criança se comporta dessa maneira, é uma forma de nos falar: “eu não sei o que fazer com isso! Antes essas coisas não aconteciam comigo.”  
 É claro que num primeiro momento vai lhe parecer um “jogo”  do tipo encenando um papel para conseguir algo. Mas fiquemos atentos a uma coisa: Nós somos os pais e os adultos dessa relação. As crianças ou adolescentes ainda não possuem a suposta sabedoria que podemos (ou deveríamos) ter. Entender como um jogo, um mimo, uma manhã ou algo do gênero, não significa que você tem razão. Precisamos confirmar esta percepção com eles, e para fazermos isso precisamos ser cuidadosos.  Este é o segredo da empatia (perceber os sentimentos das outras pessoas colocar-se no lugar delas para compreender o seu ponto de vista).  Quando criticamos ou simplesmente apontamos que a criança ou o adolescente está se comportando “mal”, perdemos a grande chance de demonstrar empatia para com eles.
Vou dar um exemplo prático para ficar mais claro: Certo dia chamei meu filho de 8 anos para tomar banho, ele me disse “Eu não vou. Não quero tomar banho!” Achei aquela resposta estranha, pois ele geralmente não responde com aquele tom ou daquela maneira a um chamado meu. Naquele momento pensei que ele estava se comportando como um menino de 3 ou 4 anos (lembrem-se: perceber não significa dizer isso para eles). Continuei falando com ele e perguntei “Por que você não quer tomar banho?” – resposta “Por que não!”.  Opa! Algo está acontecendo (pensei), pois ele não costuma responder sem argumentar ou dizer o que deseja. Cheguei perto dele e perguntei: “Hoje aconteceu algo que você não gostou? Na escola, em casa ou com os amigos?”. Esta é uma boa opção de pergunta, pois ela abre um leque de possibilidades de respostas. Ele me olhou com a cara meio zangada e com os olhos cheios de lágrimas e me disse o que havia acontecido na escola.  Ele tinha um problema, não sabia como lidar com ele e, se comportar como uma criança “tola” que não obedece à mãe era só uma válvula de escape.  Conheço o meu filho, sabia que aquele comportamento não era típico dele, então era claro que havia uma razão para tudo aquilo estar acontecendo.  Quando estamos atentos aos filhos, podemos perceber com mais clareza o que está diferente neles e com eles.
Parece difícil usar a empatia ou a percepção? Acreditem no que eu vou dizer. Apenas parece difícil, mas não é! É claro que agir dessa maneira vai exigir um pouco mais de você. Vai exigir paciência e treino. Quanto mais você praticar esta maneira de se relacionar com os seus filhos, mas fácil ela vai se tornar.
Já escutei algumas pessoas dizerem que não tem paciência, que na hora da raiva e difícil lembrar essas “regras de convivência”, que não conhecem sobre psicologia então nunca irão conseguir agir dessa maneira, etc. Bem, eu só tenho uma resposta para quem pensa assim: Se você não deseja ou acha que não consegue ter paciência, se você não quer dedicar seu tempo para um relacionamento mais saudável com os seus filhos, se você não acredita que é possível agir dessa maneira na hora em que “o circo pega fogo”, então talvez você precise pensar se deseja apenas criar seus filhos (dando alimento, lazer, escola, roupas, etc.) ou pretende educar. Educar não apenas para que possam cumprir com as regras sociais ou de etiquetas, mas educar para que se tornem pessoas saudáveis, íntegras e úteis para a sociedade. Tornar-se bom pai/mãe não é difícil, mas é preciso dedicação.