sexta-feira, 29 de junho de 2012

Cinco coisas que os pais NÃO deveriam dizer aos seus filhos - A Quinta

"Eu vou embora sem você!” - Seu filho se recusa a deixar a loja de brinquedos ou a sair de um parque, e você está atrasada para um compromisso. Então você pensa em dar um ultimato com o propósito de tirar o seu filho daquela situação e resolver o seu problema de atraso, aí você diz: “Eu vou embora sem você!". Perigo nesta frase! Para a maioria das crianças, o medo de ser abandonado pelos pais é muito real, então quando você fala isso, ele vai realmente acreditar e ficar em um provável mix emocional. Mas o que acontece quando a sua ameaça não funciona? Você fala e o seu filho não move um dedo do lugar em que está. Bem, por uma série de razões, nós queremos que as nossas crianças acreditem no que dizemos. Se for isso que você deseja então não fale nada que não seja verdadeiro.
 Se você rotineiramente manifesta situações falsas, então você é um bom candidato ao descrédito pelos seus filhos. O resultado é que a criança aprende rapidamente que a mãe ou o pai fazem ameaças vazias. Se você diz aos seus filhos que irá fazer algo, então faça, pois o contrário irá fazer com que eles percam a confiança em você. É claro que não me refiro a cumprir ameaças, pois o ideal é que elas nem saiam da sua boca.
  Em geral, as frases ameaçadoras são ditas pelos pais, quando eles já não sabem mais o que fazer ou dizer aos filhos. Porém tome cuidado com elas, pois além de não ser construtiva para a relação, ela é uma inimiga do diálogo. Quando ameaçamos alguém, estamos impondo a nossa decisão sobre a vontade do outro.
 Dica:    Não diga para seus filhos que você vai sair sem eles. Em vez disso, planeje com antecedência as suas saídas e o tempo que irão ficar em determinados lugares. Por exemplo: “Nós vamos até o parque e você poderá brincar por 2 horas, depois disso precisamos vir embora, pois terei um compromisso que não posso me atrasar, ok?” Feito o acordo e esclarecidas as regras do passeio, ficará mais fácil cobrar que ele respeite o tempo e atenda ao seu chamado para ir embora.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Cinco coisas que os pais NÃO deveriam dizer aos seus filhos - A Quarta

"Você ainda não entendeu?” - Você já ensinou o seu filho como pegar uma bola de handball cinco vezes, ou como somar e subtrair frações inúmeras vezes. Ele mostra sinais de que não está entendendo ou de que está tendo dificuldades para fazer o que você ensina, se a partir disso, você apressadamente pergunta: "Você ainda não entendeu?" Podemos não nos dar conta disso, mas este é um comentário degradante.  Se a criança “tem que entender algo que você está tentando ensinar, ela irá querer desesperadamente fazer algo para agradar você, para que atenda as suas expectativas.
 
Dificilmente a frase “você AINDA não entendeu isso? Vem com um tom de voz gentil ou empático, se assim o fosse essa frase não teria sentido ou razão para sair da sua boca. Ela deixa implícitos os seguintes comentários de julgamentos: “Por que você não consegue fazer isso?” - “O que há de errado com você?”  Ao falarmos dessa maneira, penso que não temos a intenção de dizer tais frases aos nossos filhos, mas é dessa forma que eles as entendem, então tomar cuidado com o que falamos é mais que importante, é vital aos nossos filhos. Palavras não apenas ferem, elas destroem muita coisa dentro de nós: o carinho pelos pais, o respeito por si e pelos outros, a autoestima, a consideração, a imagem positiva de si e dos outros e por ai vai – a lista é imensa.
Certa vez escutei de um menino de seis anos a seguinte frase: “mamãe disse que sou burro e louco”. Perguntei para ele como foi a frase que ele escutou da mãe, e ele me respondeu. “A frase foi assim: você não percebe que isso que você fez foi uma burrice? Foi uma loucura!” Bem, esta frase é agressiva até para um adulto escutar, apesar de termos um “crivo auditivo” que seleciona palavras e significados antes de chegar a um entendimento final. Agora imaginemos isso para o ouvido de uma criança que ainda não tem esta capacidade de discernir metáforas. Faz pequenos estragos, não?
Dica: Se você está cansado de ensinar determinadas coisas aos seus filhos, então dê uma pausa para todos. Diga: “Ok, vamos dar um tempo, acho que todos estamos um pouco cansados, vamos fazer algo diferente e daqui a X tempo voltamos, certo?” Provavelmente você vai ouvir: “Oba mamãe!” ou “Claro! Voltamos depois do lanche” “Ufa! até que enfim uma pausa, já estava cansado disso!” (esta é a favorita do meu filho).
Caso você perceba que ensinar não é a sua melhor qualidade, procure alguém que possa fazer isso por você, assim desgastes emocionais e relacionais serão evitados e o aprendizado acontecerá de maneira saudável para todos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Cinco coisas que os pais NÃO deveriam dizer aos seus filhos - A Terceira

3- "Peça desculpas!" – Seu filho de 2 anos pega o brinquedo de outra criança e isso a faz chorar. Você instantaneamente diz para ele: “Devolva o brinquedo e peça desculpas ao amiguinho!” É claro que você está tentando ensinar ao seu filho a ter compaixão e a ser educado com os outros, o que é um objetivo louvável.  Mas "forçar” uma criança pequena a pedir desculpas não vai ensiná-la a ter essas habilidades sociais.
Crianças pequenas não entendem automaticamente o porquê de elas terem que se desculpar.  Quando você “obriga” uma criança a dizer que está arrependida, isso pode atrasar a aceitação natural dela de desculpar-se com alguém. Como assim? Vamos pensar juntos. Pedir desculpas é mais que um gesto gentil, é uma capacidade de sentir compaixão pelo outro, de sentir empatia, de perceber que o que fizemos machucou outra pessoa, então quando automatizamos este gesto com os nossos filhos pequenos, eles não assimilam no tempo deles, a grandeza do “pedir desculpas a alguém”.

Os primeiros aprendizados de uma criança são através dos exemplos que veem, principalmente os exemplos das pessoas que estão próximas, das que cuidam delas no dia a dia. Com isso, os pais são os melhores modelos para ensinar através do exemplo.

Quando você se desculpa com alguém e a sua criança vê isso, ela vai aos poucos percebendo o rico significado da palavra e da ação. Quando você se desculpa com os seus filhos, eles vão sentir “na pele” como é bom ser compreendido e ser acolhido. Estas são as principais maneiras de ensinar “o desculpar-se” aos seus filhos pequenos. Lições aprendidas nos primeiros anos de vida vão caminhar com eles nos demais dias da sua existência. Mas atenção, depois que eles crescem, é a hora de lembra-los do aprendizado obtido lá atrás. Isso serve para as ocasiões em que uma criança de 6 anos faz algo e não se desculpa, aí sim cabe a sua observação a ele: “Filho, cadê a palavrinha mágica?.”  

Dica: Para começar a ensinar aos pequeninos sobre a desculpa nos relacionamentos com os outros (além do exemplo, é claro) tente desculpar-se com a outra criança, isso ajudará o seu filho a entender emocionalmente todo o processo. Esta é uma maneira de modelar o comportamento que você está tentando incentivar. Mas antes se certifique que você está em situações em que um pedido de desculpas é realmente necessário, para que o seu filho não se sinta injustiçado. Se ele não fez nada, mas você entendeu que sim, e pede desculpas por ele, isso poderia gerar um sentimento de injustiça na criança: “Poxa, eu não fiz nada!”

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Cinco coisas que os pais não devem dizer aos seus filhos - A Segunda

  • “Você não tem mais idade para isso!” - Sua filha tem dez anos, e você acha que ela está agindo como se tivesse cinco, então você diz para ela: “Pare com isso, você não tem mais cinco anos!” Este tipo de fala tem uma grande relação com a nossa dificuldade de gerir a nossa própria frustração em relação aos nossos filhos. Queremos que eles se comportem de um jeito e eles fazem de outro, então “jogamos a bomba.” O resultado disso? Filhos ouvem seus pais criticá-los num momento em que eles estão tendo problemas. Problemas? Isso mesmo! Quando uma criança se comporta dessa maneira, é uma forma de nos falar: “eu não sei o que fazer com isso! Antes essas coisas não aconteciam comigo.”  
 É claro que num primeiro momento vai lhe parecer um “jogo”  do tipo encenando um papel para conseguir algo. Mas fiquemos atentos a uma coisa: Nós somos os pais e os adultos dessa relação. As crianças ou adolescentes ainda não possuem a suposta sabedoria que podemos (ou deveríamos) ter. Entender como um jogo, um mimo, uma manhã ou algo do gênero, não significa que você tem razão. Precisamos confirmar esta percepção com eles, e para fazermos isso precisamos ser cuidadosos.  Este é o segredo da empatia (perceber os sentimentos das outras pessoas colocar-se no lugar delas para compreender o seu ponto de vista).  Quando criticamos ou simplesmente apontamos que a criança ou o adolescente está se comportando “mal”, perdemos a grande chance de demonstrar empatia para com eles.
Vou dar um exemplo prático para ficar mais claro: Certo dia chamei meu filho de 8 anos para tomar banho, ele me disse “Eu não vou. Não quero tomar banho!” Achei aquela resposta estranha, pois ele geralmente não responde com aquele tom ou daquela maneira a um chamado meu. Naquele momento pensei que ele estava se comportando como um menino de 3 ou 4 anos (lembrem-se: perceber não significa dizer isso para eles). Continuei falando com ele e perguntei “Por que você não quer tomar banho?” – resposta “Por que não!”.  Opa! Algo está acontecendo (pensei), pois ele não costuma responder sem argumentar ou dizer o que deseja. Cheguei perto dele e perguntei: “Hoje aconteceu algo que você não gostou? Na escola, em casa ou com os amigos?”. Esta é uma boa opção de pergunta, pois ela abre um leque de possibilidades de respostas. Ele me olhou com a cara meio zangada e com os olhos cheios de lágrimas e me disse o que havia acontecido na escola.  Ele tinha um problema, não sabia como lidar com ele e, se comportar como uma criança “tola” que não obedece à mãe era só uma válvula de escape.  Conheço o meu filho, sabia que aquele comportamento não era típico dele, então era claro que havia uma razão para tudo aquilo estar acontecendo.  Quando estamos atentos aos filhos, podemos perceber com mais clareza o que está diferente neles e com eles.
Parece difícil usar a empatia ou a percepção? Acreditem no que eu vou dizer. Apenas parece difícil, mas não é! É claro que agir dessa maneira vai exigir um pouco mais de você. Vai exigir paciência e treino. Quanto mais você praticar esta maneira de se relacionar com os seus filhos, mas fácil ela vai se tornar.
Já escutei algumas pessoas dizerem que não tem paciência, que na hora da raiva e difícil lembrar essas “regras de convivência”, que não conhecem sobre psicologia então nunca irão conseguir agir dessa maneira, etc. Bem, eu só tenho uma resposta para quem pensa assim: Se você não deseja ou acha que não consegue ter paciência, se você não quer dedicar seu tempo para um relacionamento mais saudável com os seus filhos, se você não acredita que é possível agir dessa maneira na hora em que “o circo pega fogo”, então talvez você precise pensar se deseja apenas criar seus filhos (dando alimento, lazer, escola, roupas, etc.) ou pretende educar. Educar não apenas para que possam cumprir com as regras sociais ou de etiquetas, mas educar para que se tornem pessoas saudáveis, íntegras e úteis para a sociedade. Tornar-se bom pai/mãe não é difícil, mas é preciso dedicação.

terça-feira, 19 de junho de 2012

5 Coisas que NÃO devemos dizer aos nossos filhos - A Primeira

 Não é nenhum segredo que os pais devem prestar muita atenção em como se comunicam com seus filhos. O que dizem e como dizem faz muita diferença nas relações a curto e a longo prazo. Fiquem atentos às palavras, pois pequenas e não positivas declarações em um momento de raiva ou frustração podem causar um dano maior mais tarde. Palavras ferem e não podem ser retiradas, então tome cuidado.

Ser cuidadoso não significa perder a autenticidade. É claro que podemos falar o que pensamos e sentimos, mas sejamos além de cuidadosos, apaixonados, conscientes e responsáveis com os nossos filhos.

Manter a calma é algo fundamental na relação entre pais e filhos. O que poucos sabem é que a calma é contagiosa e coisas melhores saem de nossas bocas quando paramos de reagir irritados.

Vale a pena lembrar uma coisa: nós estamos ensinando nossos filhos como queremos que eles se comportem em situações diversas, certo? Então é preciso estar atentos ao que dizemos, fazemos e demonstramos a eles.

Precisamos aprender a transformar um momento de frustração em uma lição de vida positiva para todos. Como fazer isso? Bem, eu não tenho receitas, apenas a minha experiência com crianças, adolescentes e seus pais. Baseado nisso, pensei em escrever sobre cinco coisas que os pais não devem dizer para os filhos.

Vocês irão perceber que são frases que provavelmente já disseram antes em um determinado momento para seus filhos. Caso isso tenha ocorrido, por favor, não se sintam culpados, pois educar filhos é um aprendizado contínuo. O importante é tentar fazer e dar o seu melhor sempre.

  •  Falarei a cada dia sobre uma delas para que tenhamos a calma necessária para apreendê-las sem pressa.  Vamos então à primeira.

  1º) Isso não é importante." - As crianças pequenas gostam de   compartilhar detalhes sobre tudo o que acontece com elas, de suas conversas  de recreio com os amigos, da formação de nuvens que pensam parecer com uma serpente, do porquê de espremer um tubo inteiro de pasta de dentes dentro da banheira... Muitas vezes nós pais simplesmente não queremos ouvir esses detalhes.  Não queremos porque achamos que não é importante, porque não temos tempo, etc. Nessas horas, tenha cuidado para não falar desapercebidamente coisas que podem ferir seus filhos.  Quando dizemos “Isso não é importante”, estamos cortando a comunicação com eles e mais, dizemos que algo importante para eles não é tão importante para você.  Já escutei muitos pais reclamarem da comunicação com os filhos adolescentes e, sempre que escuto isso, faço a seguinte pergunta: “Como era a comunicação entre vocês e seus filhos adolescentes quando os mesmos eram crianças?” O que nós pais esquecemos que relacionamento é algo construído em longo prazo e deve evoluir positivamente com o passar dos anos. Se você se comunicava bem com seus filhos quando ainda eram crianças, então você não terá muita dificuldade para continuar se comunicando com seus filhos adolescentes.  Detalhe importante: Se você em um determinado momento você não tem tempo para ouvir atenciosamente aos seus filhos, diga-lhes que em outra hora com mais calma você fará isso. E não esqueça jamais de retomar ao assunto. Fazendo isso, você estará desenvolvendo a autoestima de seus filhos e conquistando a confiança e a admiração deles.