segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Sua hora chegou. Feliz Ano Novo!

Outro Ano. Renove a sua Esperança!
Foto by Lila Rosana
 
Estamos nos despedindo de mais um ano em nossas vidas e 2012 ficará para a história pessoal de cada um de nós. Quantas vivências, quantas experiências elaboradas ou não, mas cheias de significados.
 
Sobrevivemos, e agora?
 
Sobrevivemos a uma previsão de um fim absoluto do nosso reinado e estamos aqui para contar a história. Cá estamos para recriar a vida, para dar novo significado as coisas ao nosso redor, para olhar para as pessoas com um olhar menos exigente, estamos aqui para fazermos novos planos ou mesmo apenas para tentarmos cumprir os velhos. Mas sugiro que antes de olharmos para o futuro e de fazermos novos planos, possamos dedicar algum tempo para avaliar as oportunidades que tivemos e que deixamos passar, vamos olhar para as pessoas que deixamos de amar, para os filhos que deixamos de beijar, para o lixo que deixamos de reciclar.
 
Novo ano. Nova chance!
 
A vida nos dá mais uma oportunidade de vivê-la e cabe a cada um de nós decidir o que fazer com esta nova chance. Não sou eu quem digo essa frase, mas todos nos sabemos que a “única certeza que temos é que um dia deixaremos de existir nesse corpo, nessa forma humana”, mas vivemos como se esse dia nunca fosse chegar. Okay! Não estou tentando trazer um olhar triste para este momento festivo, mas apenas tentando refletir com cada um de vocês que não é possível planejar um futuro feliz, sem termos noção do que nos deixou infelizes no passado. Sem ao menos entendermos que cada um de nós faz parte desse todo maior e que cada ação individual é refletida no todo, e que além de tudo não temos a eternidade para realizarmos o que desejamos. O momento é agora!
 
Exercício de TPT
 
Você está onde você está na vida por causa de uma série de circunstâncias e escolhas pessoais. Existe um trabalho na psicologia que chamamos de “Terapia de Perspectiva do Tempo (TPT). Com ele, tentamos olhar para o  nosso passado e tentamos ter consciência de como chegamos onde estamos.
Se você desejar fazer um exercício da TPT, sugiro que esteja em um local silencioso e possa estar sozinho. Quando você se sentir relaxado, pense sobre as coisas que aconteceram ao longo do ano passado - no que diz respeito a relacionamentos, trabalho, hobbies e prazeres. Lembre-se dos momentos negativos, bem como dos positivos. Tente não buscar soluções ou justificativas sobre o que aconteceu ou sobre o que você fez. O que aconteceu - aconteceu.  Se você machucou alguém, faça uma promessa a si mesmo para fazer as pazes o mais breve possível. Se você fez algo que lhe deixou orgulhoso de si, acolha esse gesto e dê brilho a sua auto-estima.
 
O que fazer com o passado?
 
Após ter olhado para o passado, espero que você tenha encontrado aspectos positivos que lhe aconteceram. Mas se você percebeu que não houve nada para se alegrar sobre, acredito que você esteja em uma fase difícil e que precisa tomar consciência de algo fundamental: Perceber que a sua vida não é controlada por destinos fora da sua capacidade de alterar, modificar ou interferir. Você está no controle da sua vida e você poderá criar uma realidade melhor, um futuro melhor.
Todos nós, por vezes, ficamos deprimidos o que é perfeitamente normal e aceitável, pois este estado emocional (quando não duradouro) nos leva a inúmeras e valiosas reflexões. Mas não devemos ficar presos na nossa “própria miséria”. Mudar o foco e tomar as rédeas das nossas vidas é fundamental. Esperar que o príncipe encantado venha lhe salvar, ou que  a mulher dos seus sonhos bata a sua porta e esteja pronta para lhe amar sem lhe causar nenhum incômodo, ou que o bilhete premiado caia aos seus pés e lhe torne um milionário, vai demandar mais tempo de espera inútil e, com isso anos e anos passarão sem que nada especial aconteça na sua vida. As coisas especias acontecem sim, e você precisa não apenas acreditar nelas, mas fazê-las acontecer.  
 
Faça pequenas coisas, mas faça algo!
 
Depois que você fez um balanço de todas as coisas que você tem tido na vida e de como está lidando com elas - como a família, os amigos, a saúde, um teto sobre sua cabeça, o que comer, um emprego, etc. Comece a pensar no que você deseja para o novo ano. Lembre-se: Se você quer que algo mude na sua vida, VOCÊ terá que fazer algo!
 
Se você pensou sobre o seu ano passado e refletiu sobre o seu ano futuro e mesmo assim não sabe por onde começar a fazer alguma coisa diferente, ou que fazer para que algo diferente aconteça na vida de outras pessoas, então sugiro algumas pequenas e simples atividades que podem mudar as coisas ao seu redor. Experimente, não lhe custará muito tempo.
 
Tente compartilhar experiências com outras pessoas:
 
* Dê um passeio e cante uma canção enquanto você faz isso,
* Jogue um jogo qualquer com a família,
* Diga a um amigo o quanto é grato pela amizade,
 
*Faça um exercício físico
 
* Faça carinho em um animal ou em uma criança
* Vá para a natureza e admire a sua beleza
* Faça a alguém um elogio justificável
* Cozinhe a sua comida favorita para alguém e acolha os elogios
* Conclua um projeto simples que você começou
Indo um pouco além
 
Depois que você conseguiu fazer as pequenas coisas acimas citadas, vamos tentar partir para planos um pouco mais elaborados. Quando fazemos planos para o ano novo, ganhamos um senso de controle sobre nossos pensamentos - e nosso futuro. Seu plano para o próximo ano não tem de ser detalhado, ele pode ser geral. Você poderá começar  com os planos para o próximo mês ou dois. Aqui estão alguns exemplos:

• Trabalhe no sentido de melhorar as habilidades de comunicação, tanto em casa e no trabalho

• Faça um plano para entrar em contato com aqueles amigos ou familiares que estiveram uma vez perto de você, mas que por qualquer motivo se afastaram

• Se você gosta ou se interessa por, inicie o cultivo de um jardim de ervas ou simplesmente plante algo – cuide de outra vida

• Faça planos para visitar museus e outros espaços culturais

• Trabalhar para melhorar a sua saúde física, mental e emocional
. Leia livros que você gosta e enriqueça a sua vida
 
Seu futuro será brilhante. Acredite!
 
Ter um plano, mesmo que incompleto, para o próximo ano vai lhe dar metas para trabalhar, e uma maneira de se sentir melhor sobre si mesmo e sobre a sua vida.
 
Se você continuar fazendo o que sempre fez, continuará obtendo o que sempre teve. Se os velhos hábitos não lhe agradam mais, então é a hora de fazer algo e mudar tudo isso.
 
O novo ano é a sua nova chance, não a desperdice!

Desejo à todos nós um feliz Ano Novo!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Pais separados e a época do Natal


Como pais separados ou que nunca viveram juntos, administram estar com os filhos na noite de Natal?
 
Há quem não goste do Natal, mas convenhamos, a data pode fazer alguns pequenos milagres internos, principalmente em relações que foram despedaçadas no passado.
 
Já ouvi bonitas histórias de como os pais colocam todos os seus conflitos pro lado e se juntam apenas para o dia de Natal, com o objectivo de promover às crianças um momento de união como "uma família" mesmo que por um tempo curto.
 
É claro que dependendo de como foi a separação, as feridas podem ser profundas e dolorosas demais para uma reencenação do que era ou do que poderia ter sido, então estes momentos juntos precisam ser evitados.
 
Muitas variáveis entram em jogo para casais separados que têm filhos - aqui estão algumas:
 Nunca viveram juntos - Pai / mãe por perto, mas não regularmente
• viveram juntos - agora estão separados
• viveram juntos - agora estão divorciados
• Casados e agora, separados
• Divorciados - um dos parceiros com novo companheiro(a)
• Divorciados - ambos com novos parceiros
Às vezes, as "regras" de como vai ser o Natal ou com quem ficam as crianças na data, são regidas pelas influências dos outros familiares - não é incomum ouvir as palavras abaixo e versões infinitas destas questões:
 
• "Os meus pais (avós das crianças) esperam o ano todo para ver os netos no dia de Natal, não podemos mudar isso"
• "Você não pode estar com as crianças mais tempo do que eu. Ano passado você ficou com eles no Natal”
• "Sempre fizemos de Natal desta forma, por isso temos de continuar a fazer a mesma coisa este ano"
• "Você tinha as crianças no ano passado, é a minha vez este ano"
• "Eu não quero vê-los no Natal, é muito doloroso"
• "Minha namorada / namorado quer viajar no Natal, por isso não vou estar por perto este ano"
• "Eu não quero que as crianças participem de festas de Natal"
 
O que realmente poderia ajudar a criar a paz e a boa vontade nesta época? Aqui estão algumas pequenas idéias que podem facilitar a vida:
 
Pensem nas crianças primeiro
Pode ser que para as crianças não seja a melhor alternativa ter os pais separados na mesma sala no Natal. Eles podem sentir que estão fazendo o jogo da "família feliz". Se eles tem idade suficiente para expressar as idéias e emoções, verifique com eles o que acham da idéia. Faça isso com cuidado, pois seu objetivo não é magoar os seus filhos diante de um tema tão sensível.
 
Pode ser que a ideia de “revezar os pais” no Natal seja a melhor escolha para eles. Já escutei de muitas crianças e adolescente sobre as preferências de passar a noite de Natal em um lugar e o dia 25 em outro.
 
Caso não seja possível para você ver seus filhos na noite de Natal, lembre-se que sempre existem alternativas para isso, como o telefone ou outros recursos similares. Deixar de manter contato nesta época pode magoá-los. Pode ser que a data não signifique nada para você, mas e para eles?
 
Evite deixar a decisão nas mãos dos filhos, eles pode opinar, dar ideias, mas não são eles quem decidem como administrar este momento. Pois em geral os filhos vão tender a escolher/decidir de acordo não com os seus desejos, mas na maioria dos casos, de acordo com quem poderia se machucar mais. Eles farão tudo para você não sofrer.
 
Planos
Faça planos com antecedência, para que todos possam se acostumar com a ideia.
 
Caso a sua solução seja uma viagem, tenha alternativas extras, pois imprevistos acontecem e não seria legal ficar sem nada interessante para fazer, caso uma viagem não aconteça.
 
Envolva as crianças nas escolhas, mas não nos seus problemas e preocupações.
 
Presentes
Se as crianças têm idade suficiente para fazer uma lista de desejos de Natal – seria ideal poder compartilhá-la com o pai/mãe que não mora com ela.
 
Tente não competir nos presentes.  Escolher o melhor presente que o seu ex-companheiro(a) não a tornará uma mãe/pai melhor.
 
Evite promessas que não possam ser cumpridas, pois a decepção é resultado das expectativas.
 
Se você não convive diariamente com as crianças, procure saber sobre o que elas já possuem e do que precisam. Evite excessos desnecessários.  E lembre-se sempre: Presente não substitui amor, afeto, presença e amizade.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Mantenha o bom humor e torne a sua vida mais leve com seus filhos

Infelizmente quase que diariamente eu escuto frases do tipo: “Hoje meus filhos me tiraram do sério”, “Tive que me controlar para não bater em um deles”, “Eles me irritam demais quando não levam as suas atividades a sério, “Eu não aguento mais brigar com meus filhos.” Bem, a lista de frases é grande, mas estas servem como uma pequena amostra de como os adultos estão perdendo o bom humor para lidar com as suas crianças.

A vida pode ser difícil, pois podemos ter problemas no trabalho, estresse no trânsito, doenças na família, vida pessoal para administrar e etc. Por tudo isso, o bom e querido humor perde seu espaço no nosso cotidiano. Mas vamos pensar em como podemos aliviar a nossa carga quando encontramos bom humor em nossas vidas.

Somos modelos para os nossos filhos

Penso que desejamos ensinar os nossos filhos a serem sérios e responsáveis em suas vidas quando adultos, e não ranzinzas e estressados. Já escutei de algumas crianças a seguinte frase: “Eu não quero ser adulto, pois eles são muito chatos, estressados e mal humorados”.

Trazendo o bom humor para o dia- a-dia

Pense que a maioria dos problemas com as crianças podem ser tratados com bom humor e boa vontade. Mesmo quando você estiver sério por causa de algum trabalho a fazer ou com uma preocupação recorrente, tente injetar um pouco de bom humor no trato com as suas crianças e você verá que algo mudará dentro de você e na sua relação com os seus filhos.

Se a criança derramou suco na mesa ou no tapete, o que você faz? Reclama e diz horrores à criança? Ou aproveita o momento para ensiná-la (com bom humor) a se responsabilizar pelos seus atos e a ser mais cuidadosa?

Imagine a seguinte cena e duas prováveis e diferentes respostas dos pais a elas:

Cena
Você preparou uma deliciosa sopa para o jantar e acreditava que todos os seus filhos iriam amar toma-la. Quando eles chegam à mesa e olham o que tem pela frente para comer, eles fazem uma cara de quem não gostou da ideia e olham para você com um olhar ligeiramente desesperado, como se quisessem lhe perguntar: “Vou ter de comer isso?”.

Resposta da mãe/pai MAL humorado: “Eu não acredito que vocês não gostaram da sopa se ainda nem provaram para ver se está boa. Eu passei horas na cozinha preparando o jantar enquanto vocês estavam assistindo TV e agora nem comer vocês se dão ao trabalho? Pois se não tomarem a sopa, vão ficar com fome.”

Resposta da mãe/pai BEM humorado: “Pela cara de vocês eu estou achando que a sopinha não vai rolar, não é?”.

Percebem a diferença? Em qual das duas respostas acima vocês acreditam que os filhos se sentiriam mais felizes, leves, confiantes e verdadeiros admiradores dos pais?

Vantagens do  bom humor
Outra vantagem de tratar a maioria dos problemas com leveza e um toque de alegria, é que quando você estiver sério, seus filhos saberão que você realmente está falando sério e não é apenas mais um de seus ataques de mal humor. Eles aprenderão a distinguir isso na sua voz e na sua fisionomia.  Nesse momento eles saberão prestar atenção no que você tem a dizer para eles, pois o assunto deve ser respeitado.

Dicas para ir trazendo aos poucos a leveza e o bom humor na sua vida com seus filhos
 - Preserve a espontaneidade na sua vida. De vez em quando quebre a rotina e ofereça aos seus filhos um delicioso sundae, por exemplo, mesmo que isso estrague o jantar – ou faça isso em vez do jantar.
- Reserve um tempo para se divertir de verdade com seus filhos. Faça algo que os dois apreciem e se sintam bem.

Encontrar um ponto de equilíbrio entre as coisas sérias e as brincadeiras, vai proporcionar a você e a seus filhos uma oportunidade de se apreciarem realmente como pessoas.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ciúmes do Irmãozinho

 
É normal um filho único se ressentir da chegada de um irmãozinho. Afinal, de uma hora para outra, ele deixa de ser o centro das atenções e precisa aprender a compartilhar, o que não é nada fácil para uma criança.
 
Comportando-se como um bebê
 
Voltar a agir como bebê é uma forma de a criança mostrar que se sente excluída, e provavelmente ela retoma os antigos hábitos quando tiver a certeza de que continua sendo amada e valorizada pelos pais.
 
A necessidade de segurança
 
Compreender e respeitar esse sentimento da criança é o primeiro passo para ajudá-la a restabelecer a segurança. Enquanto a criança não se sentir segura, ela continuará atuando como um bebê, pois para ela, esse é o caminho para receber atenção e carinho, afinal é assim que o recém-chegado na família recebe a valiosa atenção dos pais.
 
O que fazer para ajudar?
 
Proibir ou censurar os comportamentos da criança só irá aumentar o ciúme pelo novo bebê. Então o que fazer? Faça concessões, permita que a criança expresse a sua insegurança e vá garantindo a ela através da sua atenção e dos seus cuidados, que ela continua tendo o seu antigo lugar. Explique que ela não precisa ser parecida com o bebê e valorize as qualidades dela na idade que tem. Você pode chamá-la para lhe ajudar nas tarefas simples com o novo morador da casa, mas só faça isso se ela aceitar e se sentir a vontade para tal. Experimente falas motivadoras como: “Olha só, você já foi um bebezinho como este e agora já é um garotinho que anda e fala. Você já faz muitas coisas sozinho”. Comentários como esses estimulam o diálogo e encorajam a criança a falar sobre seus medos e inseguranças que provavelmente não viriam à tona diante de uma pergunta mais direta.
 
Descobrindo caminhos
 
À medida que a criança percebe a atenção da família, ela abandonará espontaneamente as atitudes ciumentas e passará a ver o irmãozinho com novos e felizes olhos. Para os pais, o desafio será de descobrir o caminho para harmonizar as diferentes necessidades de cada um. 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Amigos Imaginários

Quadrinhos: bichos de pelúcia, como o tigre Haroldo, companheiro de Calvin, ganham vida e personalidade.

Os seus filhos já “criaram” um amigo imaginário? Aquele com o qual eles brincam, falam e convivem diariamente como se fosse real? Caso a sua resposta seja sim, saiba que você não é o único a ter essa experiência, pois uma em cada três crianças nutre temporariamente uma relação existente apenas na fantasia – o que não é motivo para preocupação.

Pais podem respirar aliviados, pois todos os estudos sobre esse fenômeno chegam ao mesmo resultado: não há motivo para preocupações! Os amiguinhos imaginários até estimulam o desenvolvimento das crianças, podem suprir eventuais lacunas afetivas e ajudam na elaboração de questões psíquicas.

Idade em que surgem os amigos
 Esse comportamento geralmente surge a partir do terceiro ano de vida de uma criança, quando já é possível diferenciar entre o “eu” do “outro”. Observem que o amigo inventado quase sempre tem um nome, é de um sexo determinado e tem aparência bem definida, com traços de personalidade específicos, que podem sofrer alterações com o decorrer do tempo e avanço na idade da criança.

Finalidade dos Amigos
Companheiros imaginários podem ter funções variadas. Algumas crianças e jovens iniciam essa amizade quando se sentem sozinhos.

Para os mais novos, o amigo “de mentirinha” é quase sempre um companheiro de brincadeiras que pode estar  “presente”  também à mesa na hora das refeições, pode ser chamado pelo nome, e pode até acompanhar a criança durante todo o dia.

Fato Interessante
Alguns pesquisadores afirmam que praticamente todos nós temos um parceiro imaginário em um determinado estágio do desenvolvimento – porém, ele quase nunca é descoberto pelos adultos e a própria pessoa normalmente não se lembra disso anos mais tarde.

Devo me preocupar com isso?
Não raro, pais, professores e terapeutas incomodam-se não apenas com o fato de as amizades imaginárias serem mantidas por um longo tempo, às vezes por anos, mas também com a nitidez com que as crianças parecem ver seus amiguinhos. Mas os pequenos sabem muito bem que seus parceiros não são reais e que só existem em sua imaginação.

Essas criações psíquicas podem ser claramente diferenciadas de fantasias patológicas, que ocorrem, por exemplo, nas psicoses. A criança nunca se sente indefensavelmente dominada pelo amigo que criou – pelo contrário, ela pode modelar, modificar e manipular sua invenção como quiser. E também determinar a duração desse “relacionamento”. Com isso, ter um amigo imaginário passa a ser uma criação saudável que ajuda a criança e adolescente a desenvolver de maneira positiva as suas emoções.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Relacionamento: Rir com o outro ou rir do outro?


Dizem que é mais difícil arrancar risadas do que lágrimas e que poucos têm talento para transformar uma situação complicada em comédia. Quem consegue, garante que a vida fica mais leve. Porém esta é uma arte para poucos e requer um enorme bom senso e uma imensa capacidade de perceber até onde vai o seu limite e começa o do outro.

Cuidado para não extrapolar

Piada também tem limite. Há uma enorme diferença entre rir com alguém e rir de alguém. Lembro-me de meus pais me dizendo: “Quando você falar algo supostamente engraçado observe se você é a única que está rindo, se for, tenhas certeza de que algo está errado”. Tudo muda quando somos o motivo da piada. Por isso, é bom ficarmos atentos com o que dizemos para as pessoas que amamos.

Geralmente rir do outro começa quando termina o carinho, o respeito e a consideração. Rir do outro, magoa, constrange e gera insegurança.  Então, porque casais insistem em manter essa linha de relacionamento?  Já presenciei muitos casais fazendo piadas sobre o outro, onde apenas uma parte ria e a outra constrangida e séria estava.

Procurei no dicionário o significado da palavra respeito e encontrei dentre outros, os seguintes: apreço, consideração, acatamento, deferência, referência, relação. Casais que se amam e se respeitam e desejam serem cuidadosos um com o outro, escolhem outro formato de relacionamento.  Escolhem rir juntos.

Culturalmente falando

Nós brasileiros aprendemos a driblar a dor com o humor, fazemos piadas sobre situações difíceis e assimilamos que esta é uma maneira de aliviar o que é quase insuportável. “Rir é o melhor remédio” já diz a frase popular. Bem, metaforicamente falando, se o remédio for um alopático, ele provavelmente terá efeitos colaterais e poderá provocar mais dor oriunda do suposto “humor”.

Em muitos relacionamentos, o preconceito, a raiva, o incômodo ou a necessidade de dizer algo ao outro pode vir revestido de humor.  Cuidado! Dessa maneira,  a “graça” disfarça a seriedade de um tema e assim a consciência pode dormir tranquila acreditando que não magoou a outra pessoa.  A mensagem foi dita, mas quem a compreendeu? Ela gerou algum aprendizado para a relação? Ou apenas gerou risos de um dos lados?

Você está falando sério ou é brincadeira?

Se em um relacionamento, as piadas ou brincadeiras são as principais maneiras de dizer algo ao outro, falar sério passa a ser uma grande dificuldade. Ninguém tende a dar muito crédito ao sujeito “bem humorado”.

Forma de expressão

 Do meu ponto de vista há várias explicações para uma pessoa ser engraçadinha. É uma forma criativa de desenvolver-se socialmente ou ainda pode ser uma maneira de compensar a baixa autoestima ou a insegurança. O bom humor é uma ótima qualidade, desde que essa não seja a única forma de uma pessoa se relacionar.