domingo, 24 de novembro de 2013

A crítica e o ego ferido



Foto retirada da net
Foto retirada da net
 
Críticas fazem parte da vida, e quem se propõe a conviver com outras pessoas correm o risco de ser criticadas. Para algumas pessoas receber uma crítica é o fim do mundo, elas se sentem ofendidas, julgadas e analisadas. Outras as acolhem e analisam, tirando proveito do que há de positivo nelas, descartando o excesso que julgam “inúteis”.
 
Ego ofendido
 
Quem não assimila críticas ou mesmo não as aceita, tem o que chamamos de “ego ferido”, o que torna mais difícil lidar com as críticas, sendo isso muitas vezes um desafio. A pessoa com o “ego ferido” demonstra em geral os seguintes comportamentos: sente-se magoada, injustiçada, mal interpretada (isso numa atitude passiva) ou acredita que deve discutir e reagir a todas as críticas, até provar que a pessoa que criticou é que estava errada (numa atitude ativa). É claro que existem críticas que pouco nos acrescenta, mas é necessário saber lidar com essas também.
 
Inteligência Emocional

Quando usamos a nossa inteligência emocional (nossa capacidade de reagir positivamente diante de situações emocionais difíceis) diante de criticas e julgamentos, saberemos ser tolerantes e elegantes, aceitando de forma positiva a crítica feita, desconsiderando até que exista a intenção de ofensa na fala do outro. Se você age apenas emocionalmente (e não com a inteligência emocional) em relação às criticas, suas chances de entender a situação, de aprender com ela e de amadurecer diante da experiência serão diminuídas.

Dicas:
 
- Segure a primeira reação que é a de defesa. Se você tem o desejo de se defender, é porque a critica o tocou de alguma maneira, considere isso positivo e tente descobrir em qual parte da sua experiência de vida ela lhe toca.
 
- Passe a critica nas três peneiras: 1. O que tem de verdade nisso, 2. Porque para mim esta sendo difícil aceitar, 3. Escutar e aguardar para reagir (se preciso, em outro momento quando tudo estiver mais em ordem na sua mente).
 
- O ideal seria ficar em silêncio refletindo, ou agradecer pela preocupação do outro em lhe alertar, dizendo que refletirá sobre o que lhe disserem, mesmo que o outro lhe critique de forma agressiva.
 
- Procure focar apenas ao objeto da crítica. É sábio e inteligente identificar e responder somente à crítica que é o centro da questão. Não traga à conversa outras questões de conflito. Essa é uma forma de economizar energia e de evitar discussões infrutíferas que só remetem à briga.
 
- Não se justifique e nem ataque ao receber um julgamento ou uma crítica. Fica “feio” se justificar e atacar, porque demonstra insegurança e um ego ferido.
 
A imaturidade e a crítica
 
Algumas pessoas respondem de forma clamorosa a qualquer vestígio de critica ou julgamento, em geral elas possuem um aspecto infantil no seu comportamento. É como se sua forma de raciocinar fosse parecida com a das crianças: As crianças quando ressentem não possuem uma forma madura de proceder, elas 'mostram a língua, xingam ou gritam, demonstrando a sua raiva. O impulso e a excessiva emoção são quem assumem o comando da situação.
 
“A culpa é do outro que quer determinar como devo agir”, esse é o pensamento imaturo que vem a tona. A crítica pode ofender sim, mas quanto maior o orgulho da pessoa mais facilmente ela se ofende, e isso é independente da maneira, forma ou situação em que a crítica é feita.
 
A pessoa emocionalmente madura tende a pensar que a crítica traz em si oportunidades valiosas de aprendizado, o qual pode se relacionar a sua forma de agir, à forma como o outro costuma se comportar, sobre uma melhor maneira de realizar um trabalho, educar os filhos e etc. Receber positivamente uma critica, determina maturidade e bom senso e que a pessoa permite ser percebida pelos outros por diferentes pontos de vista, aceitando a versão de que o mundo tem muitos olhares que vão além do seu próprio.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A continuação do Abuso


Foto retirada da net e editada por mim.
Foto retirada da net e editada por mim
 
Tenho visto essa foto circulando pela mídia e percebo que ela tem chocado os mais conscientes e extraído risos dos que ainda não percebem além do senso comum.
Quando vi a imagem pela primeira vez, uma pergunta me veio à mente: “O que poderia estar pensando e sentindo a pessoa que tirou a foto?”.
 
A nossa sociedade vem vivendo a perpetuação de uma cultura de abuso. Os pais que estimulam esse tipo de comportamento em seus filhos ou com outras crianças, provavelmente têm feridas antigas de abuso.
 
Uma vez falando sobre esse tema, uma pessoa me perguntou: “Todos nós temos traumas de infância, então porque não agimos da mesma maneira?”. Dentre muitas possíveis respostas, escolhi uma: “Porque percebemos e digerimos as experiências de maneiras diferentes.”
 
Deformando Personalidades
 
Experiências traumáticas podem deformar a nossa personalidade. Por isso é importante buscarmos ajuda para cicatrizar as nossas feridas antigas.
 
A tomada de consciência e o conhecimento da verdade que nos assombraram (ou assombram) podem ser libertadores e nos ajudar a caminhar em harmonia conosco e com os que dependem de nós.
 
Criança Ferida
 
Todo adulto tem dentro de si uma criança ferida. Em muitos há feridas enormes que deformam personalidades, tornando adultos cruéis e insensíveis; e são estas feridas que promovem a perpetuação do ciclo do abuso.
 
Algumas pessoas que foram vítimas de abusos (sejam físicos, emocionais ou sexuais) durante a infância, podem não ter tido a oportunidade de desenvolver uma qualidade essencial para a vida em sociedade, a empatia. E tornaram-se como soldados prestes a atirar, puxa o gatilho na primeira oportunidade que tem para descarregar a dor de dentro de si.
 
Pessoas profundamente machucadas e sofridas são como bombas relógio que inconscientemente estão prestes a explodir. A explosão é uma maneira de extravazar a raiva, o medo e o abuso sofrido.
 
Ciclo do Abuso
 
O ciclo do abuso pode ser identificado de diversas maneiras, como por exemplo: Nos pais que abusam de seus próprios filhos; nos profissionais da lei que abusam de seu poder; nas mulheres que não valorizam seu corpo e os expõem em excesso ou colocam-se em risco sem a menor consideração ou respeito por elas mesmas; no excessivo uso de álcool e no consumo de drogas, etc. São muitas as maneiras que permitimos equivocadamente, sair de dentro de nós, o medo, o terror e a repulsa por abusos sofridos.
 
Tomada de Consciência
 
Uma das mais eficazes maneiras de romper com o ciclo de abuso é a tomada de consciência. Quando agimos sem nos questionar, nos tornamos robotizados e passamos em frente os nossos medos na tentativa de curá-los. A teoria do trauma fala bem sobre isso: Quando vivenciamos uma situação traumática (toda experiência que não digerimos bem e que consideramos inacabadas, como uma perda, um acidente, uma doença), tendemos a repeti-la inconscientemente na tentativa de resolvê-la de vez.
 
O nosso inconsciente tem uma sabedoria, ele entende que não vamos viver em paz enquanto determinados traumas dentro de nós estão inacabados. Traumas geram mais traumas e abusos geram mais abusos. É um ciclo. Por isso é importantíssimo a tomada de consciência e o encerramento dos ciclos. Caso contrário, continuaremos perpetuando-os de maneira errada, como expondo crianças em cenas abusivas e nos divertindo com elas, assim como quem nos abusou no passado se divertiu e nos expôs.