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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Nuances da relação entre mães e filhas

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Foto by Lila Rosana
 

  Este pode ser considerado um dos mais intensos e complexos de todos os relacionamentos entre os seres humanos.
 
  Até a adolescência, a relação mãe-filha tende a ser próxima e afetuosa. Filhas livremente expressam seu amor e admiração por suas mães. Chegam a dizer: “Quando eu crescer quero ser como você, mamãe”. Porém, na adolescência, quando a filha se depara com a tarefa de diferenciar-se da mãe, essa relação pode se tornar um mix de intimidade e distanciamento.
 
  Certa vez escutei o seguinte relato de uma mãe: “Minha filha e eu somos tanto as melhores amigas quanto as piores inimigas. Não há meio-termo. Às vezes, ela confia em mim como uma aliada. Ela quer sair comigo, principalmente quando eu me ofereço para levá-la às compras. Há ocasiões em que conseguimos discutir sobre seu futuro de forma civilizada. Mas em outros momentos, não podemos nem ao menos estar na mesma sala, sem insultarmos uma a outra. Sim, eu admito, às vezes eu sou tão ruim com ela tanto quanto ela é comigo, talvez eu seja ainda pior.”
 
Garotas adolescentes querem tanto a distância de suas mães, como manter uma relação próxima com elas. Parece conflitante não? E de fato é. É uma relação bastante contraditória, principalmente quando as filhas adolescentes estão exercendo sua autonomia em suas tentativas de construir uma autoimagem diferenciada da mãe. E é  nessa fase que elas empurram suas mães para bem longe de si.
 
  O autor John Gray (Homens são de Marte Mulheres são de Vênus) acredita que meninas que mantiveram um relacionamento conflitante com suas mães durante a infância, tendem a ser afastar delas durante a adolescência. E diz mais: “Para desenvolver um sentido sobre si mesmas, meninas adolescentes sentem uma maior necessidade de lutar, desafiar, ou rebelar-se contra o controle de suas mães.”
 
  Por outro lado, quando as filhas estão à procura de conexão, eles normalmente voltam para suas mães. Quando a mãe está disponível para este retorno, elas podem viver um dos momentos mais preciosos, grandiosos e íntimos na relação mãe e filha.
 
 Uma universidade canadense está desenvolvendo uma teoria interessante sobre este tipo de relacionamento – mães e filhas.  Eles temporariamente chamam de “P M two”, é a relação entre a menstruação (ou period em Inglês) e a menopausa. Estão estudando meninas adolescentes que estão em seu início da menstruação e suas mães entrando na menopausa. O que vem se observando nestes estudos, é que mães e filhas vem passando por mudanças físicas e hormonais praticamente ao mesmo tempo. Esses hormônios e as alterações físicas que acontecem no mesmo período de tempo, é uma receita para a inconsistência interpessoal e conflitos entre essas duas gerações de mulheres.
 
  Uma participante da pesquisa relatou: “Havia apenas uma ou duas semanas entre o momento em que experimentei minhas primeiras ondas de calor e minha filha teve sua primeira menstruação. E para mim, a menopausa foi repleta de todos os sintomas – calor, irritabilidade, alterações de humor, até mesmo o zumbido nos ouvidos. Com a minha filha passando por todas as oscilações de seu humor e as mudanças físicas decorrentes da menstruação, éramos como dois gatos de rua presos em um espaço apertado”.
mãe
 
  Tem muito que se falar sobre este tipo de relacionamento, mas o intuito do texto é chamar a atenção para a dinâmica que existir entre mães e filhas. Quando as mães, em suas tentativas de manter o relacionamento vivo e saudável, podem vir a sufocar suas filhas. Por isso as mães precisam aprender a ficar por perto e, ao mesmo tempo dar às suas filhas o espaço necessário para ser tornarem independentes e criarem a sua própria identidade.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Precisamos educar as nossas meninas


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Não é novidade que nós pais somos os responsáveis pela educação e formação geral de nossos filhos; porém nesse texto quero enfatizar a influência feminina sobre os filhos, sem absolutamente excluir a importante e fundamental participação masculina.  
 
Nós pais podemos formar (ou deformar – como diz a autora Alice Müller) a vida emocional dos nossos filhos. E nós mães sem a menor dúvida, temos uma influência enorme sobre as nossas “crias”.
 
A responsabilidade materna
 
Tornar-se mãe é uma decisão que passa por diversas variáveis e vai exigir muito de quem deseja educar e não apenas criar os filhos. O que observo é que muitas mães sem ao menos se dar conta, usam a maternidade com propósitos egoístas. Certa vez escutei de uma mãe o seguinte comentário: “Precisamos ter pelo menos dois filhos, pois será difícil deixar nas costas de um a responsabilidade de cuidar da gente (pais) na velhice”. Tenhamos em mente algo: Filho não é plano de aposentadoria! Porém, muitos pais fazem essa inconsciente relação.
 
Que relação é essa?
 
As mulheres carregam os filhos no ventre por no máximo nove meses e esse é sem dúvida, um tempo para uma ligação além de visceral; mas energética, mental e emocional. Nós mães somos o primeiro contato de qualquer ser humano com o mundo. Olhem a grandeza e importância dessa experiência.
 
Quem dera todas as mães pudessem ser amorosas e emocionalmente equilibradas. Seria quase perfeito e provavelmente teríamos uma sociedade mais saudável. Mas para chegarmos próximo desse ponto é preciso trilhar um longo caminho que começa a ser percorrido desde a infância.
 
Mãe, eu vejo o mundo com os seus olhos
 
Quero falar de algo que muitos ainda duvidam ou duvidavam, mas quando mencionamos que a “ciência comprova”, tudo passa a ter um novo e diferente crédito. Então vamos lá...Comprovados estudos, mostram que a partir do terceiro mês de gravidez, o feto já consegue absorver sensações maternas arquivando-as em suas memórias perinatais (dentro do útero). Essa é uma maneira que o feto e futuro bebê, começa a formar a sua percepção de mundo, e isso tem seu início através da mãe.
 
Ego discriminador...O que é  isso?
 
Como dito acima, o primeiro contato do bebê com o mundo é través da mãe e, as nossas percepções, ações, crenças, comportamentos e etc passam a ser também as de nossos filhos. Isso significa que temos uma enorme responsabilidade em nossas mãos. E, para tornar a grande aventura da maternidade algo mais emocionante, ainda vamos lidar com o seguinte aspecto: a ausência do ego discriminador durante a infância. O *Ego discriminador, em um breve resumo, é a capacidade humana de separar o que é meu e o que é do outro. Quando uma criança escuta a mãe dizendo: “Você é chato e pare de me atrapalhar!” Ela vai realmente pensar que é uma criança chata e que atrapalha a mãe. A criança não consegue entender, separar e assimilar que naquele momento em que mãe lhe diz isso, é porque ela está estressada ou com raiva e que está descarregando a  emoção dela em cima da criança.  A criança entende: Eu sou!” e não: “Ela sente isso!” Somente a partir dos 12 anos que a criança começa a descobrir a sua identidade, podendo quem sabe, iniciar a responder à pergunta “Quem sou eu?”.
*Ego: De acordo com a psicanálise, o Ego é responsável por manter o equilíbrio do nosso aparelho psíquico.
Por que devemos educar as nossas meninas?
 
Pelo simples e importante fato de que elas serão as futuras mães, e elas estarão educando as próximas gerações; e seus filhos, educando as seguintes e assim por diante. Tudo o que vivemos durante a nossa infância estará nos guiando na fase adulta. Se tivermos vivido situações dramáticas, difíceis ou excessivamente tristes, ou mesmo alegres, respeitosas e íntegras, estas experiências serão a nossa referência de mundo e são elas que ensinaremos aos nossos filhos.   
 
“Eu apanhei e não morri”
 
Quando sofremos abusos durante a infância e sobrevivemos a eles, temos o nosso corpo físico vivo, mas provavelmente o nosso corpo emocional está fragmentado, doente e sofrido.
Já conversei com muitas mães que se sentiram pressionadas pelas “cobranças atuais sobre educação de filhos”. Elas frequentemente me diziam: “Hoje em dia tudo é proibido – bater, castigo e etc. Na minha época eu apanhei e não foi pouco, e estou aqui viva e inteira para contar a história!” -
Compreendo perfeitamente o que elas dizem e como se sentem. Mas em geral após esses comentários terem sido ditos, eu fazia a seguinte pergunta: “Se você pudesse ter escolhido entre apanhar ou não, entre ter tido pais amorosos ou estressados, o que você escolheria?” - Adivinhem as respostas.
 
Sobreviventes emocionais
 
É claro que nenhuma criança quer apanhar ou mesmo sofrer castigos. Quem sobrevive a pais abusadores são chamados de “sobreviventes”, literalmente falando (Rosa Cukier fala melhor sobre esse tema em seu livro Sobreviventes Emocionais) E como tais possuem sequelas, dores armazenadas e sufocadas no íntimo de seu ser, e essas irão se manifestar mais cedo ou mais tarde sem o olhar atento de quem vê a verdade dentro de si mesmo.
 
Vidas em ciclo
 
Pensem em quantas mulheres que foram surradas durante a infância e que se casaram com homens que continuaram a bater nelas e com isso, perpetuaram esse ciclo batendo em seus filhos ou mesmo permitindo que eles apanhassem de outras pessoas, seja o pai, avós ou tios.  
 
Pensem em quantas mulheres que foram sexualmente abusadas e que hoje são descuidadas com suas filhas meninas, fazendo “vista grossa” para que o abuso com elas aconteça dentro de casa por aqueles que deviam protegê-las.
 
Pensem em quantas mulheres que sofreram com as inúmeras chantagens emocionais de suas mães, devido a carência, imaturidade ou transtornos psiquicos que elas sofriam e, que hoje tem dificuldades para cuidar de si mesmas sem se sentirem culpadas por estarem abandonando a mãe para viverem as suas próprias vidas.   
 
Precisamos urgentemente cuidar de nossas meninas. Precisamos encerrar o ciclo de abusos. Preisamos libertar as futuras gerações para uma vida emocionalmente saudável. Precisamos de homens equilibrados que serão frutos de mães conscientes e responsáveis. Precisamos gerar uma nova sociedade e, isso começará dentro de um ventre.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Criando Filhos - Torne as coisas mais fáceis para você

É preciso ter bom humor para criar filhos saudáveis
Já escutei diversas vezes a seguinte frase: “Não é fácil criar filhos”. Tudo bem pode não ser a tarefa mais fácil do mundo, mas também não é a mais difícil. Precisamos apenas tornar mais leve o nosso cotidiano com os nossos filhos e, para isso é importante estarmos atentos para alguns comportamentos que devemos evitar. Vamos ver quais?

1. Não faça promessas que não pode cumprir
Muitas vezes estamos apressados, estressados e nem prestamos muita atenção para as nossas promessas aos nossos filhos, só que eles inevitavelmente vão cobrar você, até mesmo porque eles confiam no que você fala. Se você não deseja comprar pequenas brigas e perder a confiança de seus filhos, então só prometa quando tiver certeza absoluta de que pode cumprir com a sua palavra.

 2. Não pergunte quando não houve a possibilidade de escolha
Quando você faz isso, você está dando a chance de seu filho lhe dizer não para algo que você acredita que deve ser sim. Se o seu filho tem que tomar banho, então apenas comunique a ele isso: “Hora do banho!”. Se você perguntar: “Filho, você quer tomar banho agora?” – Penso que ele vai lhe dizer: “Não!”

 3.  Não se envolva em discussões
“Bater boca” com os filhos é uma total perda de tempo e energia e não leva você para lugar nenhum. Aliás, leva sim – a desunião, culpa, conflito e mágoa. Converse com eles, troque ideias, envolva-os em um diálogo. Exponha o seu caso e escute a versão deles, reconsidere  sua posição se necessário e no final alguma decisão vai sair e ponha um ponto final no tópico.

 4. Não guarde rancor
Pais precisam ser imparciais. As crianças são seres espontâneos e cheios de caprichos. Podem em um acesso de raiva dizer que você é má e que te odeiam, e no momento seguinte vão se jogar nos seus braços dizendo que é a melhor mãe do mundo.  Pais precisam aprender a esquecer o passado com a mesma facilidade que eles o fazem.  Enfrente e resolva cada assunto na medida em que eles surgem depois os esqueça. Para sempre!

 5. Não desista sobre pressão
Muitos pais são “vencidos pelo cansaço” e cedem aos filhos caprichos ou desejos que deviam ser evitados. Filhos vão lhe pressionar e pressionar pelo tempo que julgarem suficiente para fazê-lo mudar de ideia e decisão. Se eles conseguem uma vez, farão isso sempre.  Se uma decisão precisou ser tomada ou se algo não pode ser realizado, então exponha aos seus filhos os seus motivos e permaneça firme em sua decisão. Lembre-se: Ser firme, não significa ser grosseiro ou desrespeitoso, apenas sustente a sua decisão e mostre através do exemplo, quem está no comando.

 6. Não grite
Penso que todos os pais já deveriam saber que gritar não resolve nada, só tornam as coisas piores. São humilhantes, desviam a atenção do que precisa ser resolvido e criam uma relação baseada no poder e no abuso dele. Se você tem um problema que precisa ser resolvido com o seu filho, então sente e converse. Fale, troque ideias, escute. Gritos encerram os diálogos justamente quando você está tentando se comunicar.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Mães e Filhas

Bem este até pode ser considerado um dos mais intensos e complexos de todos os relacionamentos. 
Até a adolescência, a relação mãe-filha tende a ser próxima e afetuosa. Filhas livremente expressam seu amor e admiração por suas mães. Chegam a dizer:  “Quando eu crescer quero ser como você, mamãe”. Mas durante a adolescência, quando a filha adolescente se depara com a tarefa de diferenciar-se da mãe, a relação mãe-filha pode se tornar um mix de intimidade e distanciamento.

Recentemente escutei o seguinte relato de uma mãe: “Minha filha e eu somos tanto as melhores amigas quanto as piores inimigas. Não há meio-termo. Às vezes, ela confia em mim como uma aliada. Ela quer sair comigo, principalmente quando eu me ofereço para levá-la às compras. Há ocasiões em que conseguimos discutir sobre seu futuro de forma civilizada. Mas em outros momentos, não podemos nem ao menos estar na mesma sala, sem insultarmos uma a outra. Sim, eu admito, às vezes eu sou tão ruim com ela tanto quanto ela é comigo, talvez eu seja ainda pior.”

Garotas adolescentes querem tanto a liberdade de suas mães como manter uma relação próxima com elas. Parece conflitante não? E de fato o é. É uma relação bastante contraditória, principalmente quando as filhas adolescentes estão exercendo sua autonomia em suas tentativas de construir uma auto imagem diferenciada, nesta fase, eles empurram suas mães para bem longe.

O autor John Gray(Homens são de Marte Mulheres são de Vênus) acredita que meninas que mantiveram um relacionamento conflitante com suas mães durante a infância, tendem a ser afastar delas durante a adolescência. E diz mais: "Para desenvolver um sentido sobre si mesmas, meninas adolescentes sentem uma maior necessidade de lutar, desafiar, ou rebelar-se contra o controle de suas mães."
Por outro lado, quando as filhas estão à procura de conexão, eles normalmente voltam para suas mães. Quando a mãe está disponível para este retorno, elas podem viver um dos momentos mais preciosos,grandiosos e íntimos nesta relação.

Uma universidade canadense está desenvolvendo uma teoria interessante sobre este tipo de relacionamento – mães e filhas.  Eles temporariamente chamam de “P M two”, é a relação entre a menstruação (ou period em Inglês) e a menopausa. Estão estudando meninas adolescentes que estão em seu início da menstruação e suas mães entrando na menopausa. O que vem se observando nestes estudos, é que mães e filhas vem passando por mudanças físicas e hormonais praticamente ao mesmo tempo. Esses hormônios e as alterações físicas que acontecem no mesmo período de tempo, são uma receita para a inconsistência interpessoal e conflitos entre essas duas gerações de mulheres.

Uma participante da pesquisa relata: “Havia apenas uma ou duas semanas entre o momento em que experimentei minhas primeiras ondas de calor e minha filha teve sua primeira menstruação. E para mim, a menopausa foi repleta de todos os sintomas - calor, irritabilidade, alterações de humor, até mesmo o zumbido nos ouvidos. Com a minha filha passando por todas as oscilações de seu humor e as mudanças físicas decorrentes da menstruação, éramos como dois gatos de rua presos em um espaço apertado.”

Tem muito o que se falar sobre este tipo de relacionamento, mas o intuito deste texto é chamar a atenção para a dinâmica perigosa que pode existir entre mães e filhas. Quando as mães, em suas tentativas de manter o relacionamento vivo e saudável, podem vir a sufocar suas filhas. As mães precisam aprender a ficar perto e ao mesmo tempo dar às suas filhas o espaço necessário para ser tornarem independentes e criarem a sua própria identidade.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Mãe estressada, criança obesa

É claro que não é uma regra, mas o estado emocional materno pode afetar o apetite dos filhos. Nós adultos identificamos facilmente a ligação entre o estresse e a alimentação: O fato de nos sentirmos mais ansiosos determina quase sempre alterações no comportamento alimentar. Para alguns, a subida dos níveis de ansiedade implica na perda quase total de apetite; mas para outros o stress é responsável pelo aumento do apetite e, quase invariavelmente, pelo aumento de peso.

Hoje em dia, muito se fala sobre a obesidade infantil e sobre a necessidade de os pais se responsabilizarem por hábitos de vida saudáveis – que incluem uma alimentação variada e a prática regular de exercício físico – é divulgado um estudo interessante que mostra que em famílias menos favorecidas, mas, em que a comida é suficiente, o estresse da mãe pode contribuir para a obesidade dos filhos. Quanto maior é o nível de ansiedade da mãe, maior é a probabilidade de as crianças se tornarem obesas. Curiosamente, esta probabilidade decresce no caso das famílias em que há carências alimentares.

Num ambiente estressante, a comida serve de alguma forma, para confortar, seja através do aumento da quantidade de alimentos ingeridos, seja através da alteração no tipo de alimentação. A influência é mais significativa em crianças com menos de 10 anos, pois nessa fase da vida, os filhos costumam fazer refeições em casa. Na adolescência, quando o contato com os amigos aumenta, os hábitos alimentares são alterados. A “independência” dos adolescentes proporciona alternativa de alimentação, além de mais recursos sociais e emocionais para lidar com o estresse maternal. Pelo contrário, as crianças pequenas tendem a interiorizar mais essa ansiedade.

Observe como está o seu estado emocional e como os seus filhos se comportam diante dele. Ficam tristes? com apetite? irritados? Agora tente se acalmar e observe novamente. Você verá uma enorme diferença. Experimente! 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Alguém para chamar de Mãe

“Se a felicidade depende de um período, esse período é o primeiro ano de vida. Se depende de uma pessoa, essa pessoa é a mãe”. A frase do psicanalista Donald Winnicott nos fala da importância da mãe na vida dos filhos. É visível que nos dias atuais os filhos andam órfãos de pais vivos. A grande maioria dos pais andam tragados pela correria do dia a dia, pelos compromissos excessivos e sem muito tempo para exercer um importante e fundamental papel: cuidar dos filhos.
Na cidade onde vivo existe uma cultura muito enraizada de deixar os filhos com a babá. Esta, muitas vezes, assume quase que 100% as funções da mãe. Certo dia, fui a um aniversário infantil e me deparei com a seguinte cena: O pai, a mãe e os filhos sempre acompanhados por jovens ou senhoras vestidas de branco, a babá. Para cada filho uma babá. Eram as senhoras de branco que corriam atrás dos filhos, davam comida e chamavam atenção por alguma situação que não achassem certas. No final da festa, com os bambinos já cansados, eram as mesmas mulheres de branco que carregavam os pequenos até o carro e iam com eles no banco de trás preservando a sua segurança. Ao observar a cena, fiquei a me perguntar o que os pais tinham ido fazer ali? Comer? Conversar? Ou aproveitar algum momento divertido com os filhos? Os filhos estavam totalmente entregues as babás, e os pais, perdendo um momento único com eles.
Não sou contra termos uma babá para nos ajudar com os nossos filhos, eu mesma tenho uma. Apenas defendo que as babás devem estar presentes com os nossos filhos apenas nos momentos em que realmente não podemos estar com eles, e que estes momentos sejam mínimos. O que acontece hoje em dia, é que a mulher acorda cedo, muito antes dos filhos e sai para trabalhar, retornando a noite quando eles já estão dormindo. A mulher deve parar de trabalhar? Acredito que não. O ideal é poder conciliar as duas coisas e faze-las bem. Pois quando decidimos ser mãe, precisamos ter a clareza de que a vida muda. Realmente não dá para continuar dormindo ate tarde, nem com as intermináveis saídas nos finais de semana sem por em prejuízo a relação com os filhos.

Certo dia, conversei com uma mãe que lamentava pelo fato da filha de dois anos não querer ficar com ela e sim com a babá. Ela me perguntou por que isso acontecia. Fiz-lhe algumas perguntas antes de responder:
- Quem acorda com a sua filha pela manhã?
Resp. A babá
- Quem dá banho, troca a roupa e dá o café da manhã para ela?
Resp. A babá
- Quem brinca com a sua filha durante o dia?
Resp. A babá
- Quem cuida dela quando está doente?
Resp. A babá
- Quem leva a sua filha para passear no final de tarde?
Resp. A babá
Ao responder as minhas perguntas, a mãe conseguiu responder ao seu questionamento. Bem, não resta dúvida que quem assume a maternidade desta criança é a babá. Ela é a verdadeira mãe. Pode ser duro ouvir isso, mas quando abrimos mão de cuidar de nossos filhos e delegamos isso a alguém, esse alguém realmente assume o nosso lugar, não apenas a nível de tarefas, mas a nível de vinculo, de confiança...

Um outro exemplo: ao conversar com outra mãe sobre o seu filho, a mesma me perguntou se eu não gostaria de falar com a babá, pois era ela quem ficava a maior parte do tempo com a criança. Então lhe perguntei o que fazia com o seu tempo. Ela respondeu que além de trabalhar tinha que se cuidar indo a academia, salão e encontro com as amigas, pois ela precisava de momentos para si. É claro que precisamos nos cuidar, ter tempo para nós mesmas, mas, e nossos filhos? Quem cuida deles? A mãe um pouco indignada me disse: “Mas eu preciso trabalhar para pagar as contas, dar um conforto para ele, viver melhor...” Bem, penso que esse é o preço que se paga para não estar com os filhos. É uma escolha. Caso você não tenha escolha, tente valorizar ao máximo o tempo que tem junto dos seus filhos. Brinque com eles, assista a filmes, jogue, leia livros, vá a praça, etc. Existem muitas coisas simples que podemos fazer com eles. Não adianta nada estar em casa se você estará grudada na TV ou no computador. É enganar-se que está cuidando, valorizando o tempo com eles. Os filhos precisam de contato, diálogo, brincadeiras, cuidados... Pense nisso!
Abraços,
Lila

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Que tipo de mãe você é?


Ser mãe não é uma fórmula única. A maternidade permite uma diversidade de expressões, sem, no entanto, perder o encanto. Sabemos que existe todo tipo de pessoas e também de mães. Existem mães carinhosas, mães bravas e outras rancorosas, mães manhosas, intelectuais, atléticas e domésticas. Vou falar um pouquinho de alguns tipos de mães: Você provavelmente já conheceu alguma mulher que disse que detesta estar grávida, mas que ama ser mãe, pois é essas mulheres não gostam de estar grávidas e de todo o processo que envolve a gravidez e de ter um filho, como: gestar, amamentar, dar banho, fazer dormir... No entanto gostam de ser mães. Protegem, amparam e dão carinho, mas procuram não gerar dependência em seus filhos. Esse perfil materno gosta de criar seus filhotes de forma livre, pois quanto antes eles se tornarem independentes dela melhor. Mães assim são ótimas para incentivar a natureza nata de explorador que toda criança possui. A grande dificuldade está quando mesmo com uma criação independente, o (a) filho (a) tem uma personalidade passiva e dependente. É preciso ficar atenta para não gerar ansiedade e expectativas exageradas na criança e em si mesma. Lembre-se, nossos filhos, apesar de parecidos, são diferentes de nós.

Existem mulheres que adiam o máximo possível a maternidade. Sempre há uma prioridade, que pode ser o trabalho, a viagem, o dinheiro... Mas quando a maternidade chega, elas encaram de forma prática, já articulando como será o quarto, quem cuidará da criança, quanto tempo pretende dispor para ficar com ela. Essas mamães querem os filhos maiores o quanto antes para que possam interagir com elas. Caso fosse possível escolher, eles já nasceriam com três anos. Como são extremamente racionais e objetivas, ter filhos emotivos e sensíveis demais podem lhe gerar estresse e incomodo. É importante se permitir aprender com eles. Uma dica legal é procurar olhar o mundo a partir da perspectiva da criança: fique por alguns momentos da altura dela e procure ver o mundo a partir desse foco. Costuma ser revelador como o mundo é visto diferente por eles.

Existem mães tranquilas, pacatas e sem muita ambição para si e para seus filhos. Em geral são donas de casa, com ou sem uma profissão que provavelmente não exercem. São cuidadosas e amorosas com seus filhos, mas por vezes podem ficar “desligadas” e voltadas para o seu mundo e seus incómodos. Estar em reflexão nem sempre gera mudanças nessas mães e em seus filhos. Como vivem sem muitas expectativas, não as incentivam em seus filhotes, deixando-os mais livres. Para os filhos é bom ter uma mãe tranquila e pouco exigente, mas chega um ponto da vida deles que podem sentir falta de uma mãe mais ativa e que os incentivem a sonhar.

Existem mães que acreditam que a maternidade é algo que faz parte do casamento e seguem uma ordem lógica: casei e agora terei filhos. Não gostam muito de brincar com seus filhos e procuram acima de tudo discipliná-los, o que em geral fazem com muito êxito. Seus filhos são disciplinados, mas por vezes distantes na relação mãe e filho, pois não recebem muito carinho físico e demonstrações de afeto. Lembre-se que dar carinho inclui beijos, toques e atenção.

Existem mulheres que desde criança já falavam que queriam ser mães. Após o casamento, em pouco tempo estão grávidas e ávidas para cuidar de seu filhote. São cuidadosas, amorosas e dedicadas. Gostam de tudo que envolve a maternidade, desde gestar, amamentar e brincar com seus filhos. Dedicam muito de sua vida a eles. É aí que mora o perigo, pois esse tipo de mãe costuma cobrar o amor por anos doado e por isso não aceitam muito bem quando um filho quer se tornar independente e demonstra não precisar mais de seus cuidados. Para essas mães, os filhos nunca crescem, mas na verdade eles crescem e é preciso se acostumar com isso e encontrar outro objetivo que vai além da maternidade.

Existem as mães inseguras ao extremo, que acreditam que nunca vão conseguir cuidar de uma criança sozinha, pois afinal não se sentem competentes o suficiente para cuidar nem de si mesmas. Transferem a responsabilidade pelos seus filhos para outra pessoa, que pode ser a sua mãe ou avó. Depositar em outra pessoa a competência para cuidar de seus próprios filhos é a maneira que encontram para não assumir a responsabilidade de educar. A sua insegurança pode ser transmitida aos filhos que não conseguem ver na mãe uma figura forte e capaz de proteger. É importante se apropriar da sua capacidade materna e acreditar na sua maneira de educar, que pode não ser igual a da sua mãe ou avó, mas é sua e única.

Não importa que tipo de mãe você é, o que importa é que você cuide bem de seu (s) filho (s), honrando a maior função que Deus deu a um ser humano: a maternidade.
Abraços,
Lila

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Maternidade

Ser mãe é uma experiência extraordinária. Desde que me tornei uma, me sinto mais completa, inteira. A minha vida tomou um outro rumo, outro ritmo, outra cor... Mas sempre penso nas mulheres que ainda não conseguiram alcançar a maternidade, que ardentemente almejam um dia ter o seu filho nos braços e ouvir uma voz suave e amorosa chamando a palavra mais doce aos nossos ouvidos: "Mãe". A essas mulheres quero dizer que o amor e o desejo de ser mãe é a mais poderosa energia emanada de seu ser, pois desejar ter um filho é um ato de amor, uma atitude de imensa doação, é uma oração à Deus.
Conheço algumas mulheres maravilhosas que tentam naturalmente ou fazem tratamento para engravidar, umas com sucesso e outras ainda não... Vejo em todas a profunda dedicação em prol da maternidade. Quanta persistência, quanta doação, quanto amor. Nessas mulheres já reconheço a maternidade. O desejo de ser mãe é tão intenso e verdadeiro que elas abrem mão de muitas coisas para alcançar esse nobre objetivo. Digo que essas mulheres já se tornaram mães, pois dentro delas já existe amor materno, já existe doação, já existe esperança, já existe fé. Somente mães de verdade sentem tão verdadeiramente a sintonia com seus filhos, somente mães sabem a dor de não ter um filho por perto, somente mães sabem o que é ter e perder um filho...Ser mãe é tão profundo, verdadeiro e intenso.
Muitas mulheres são mães sem ter um filho. Falo da energia materna que emana de seu ser. Ser mãe é como o amor, inexplicável!
Para essas Mães meu profundo respeito e admiração.
Com afeto,
Lila

quinta-feira, 19 de março de 2009

Ser Mãe de Menino


Uma amiga, que está grávida de quatro meses, descobriu-se mãe de um menino quando pensava que seria mãe de sua segunda menina. Surpresa está se perguntando e me perguntou: como é ser mãe de um menino? Eu lhe respondi que é uma experiência maravilhosa. Ri quando ela me fez a sua segunda pergunta: mais maravilhosa que ser mãe de uma menina? Bem, aí eu não sei responder, pois não sou mãe de uma menina (pelo menos por enquanto), mas o que eu quero dizer é que ser mãe de um menino é diferente e pode ser tão gostoso quanto.

Essa amiga me inspirou para escrever sobre a arte, a beleza, a delicadeza e a responsabilidade de ser mãe de um garotinho. Sou mãe de um e simplesmente adoro. Nós brincamos juntos, saímos para passear, assistimos DVD, viajamos, vamos ao cinema, a parques, etc. Com os meninos podemos fazer muitas coisas legais!

O meu filho é um garoto muito sensível, com muita percepção de si e do outro, assim como da natureza. Comento isso não para elogiar publicamente o meu bambino, mas para exemplificar que sensibilidade, empatia e percepção são potenciais que precisamos ajudar a desenvolver em nossos filhos e nos meninos em especial, pois os nossos garotos sofrem com uma educação machista e eles precisam muito de amor, delicadeza e sensibilidade tanto quanto as nossas garotas.

É importante lembrar que num tempo não tão distante assim, nascer um menino era uma benção e uma menina uma falta de sorte. Ainda bem que as coisas mudaram um pouco no contexto cultural, mas, ainda hoje em alguns países meninas podem ser vendidas, abandonadas, etc. Você deve estar se perguntando por que estou falando sobre isso quando o tema é ser mãe de menino? Aí é que está a questão. Ser mãe de menino é, além de tudo, uma grande responsabilidade social, pois os meninos também estão sofrendo com esse formato de educação permeada pela insensibilidade e autoritarismo que damos a eles. Para termos um mundo melhor, precisamos criar e educar filhos mais felizes, saudáveis e sensíveis diante da dor do outro, para este último damos o nome de empatia (colocar-se no lugar do outro). Ensinar empatia é algo fundamental e indispensável na educação de nossos meninos.

Percebo nas mães a sensação de prazer em ser mãe de uma menina. Elas falam do companheirismo e da amizade que as filhas podem proporcionar e do receio em ser mãe de meninos pelo motivo contrário. Eu particularmente conheço muitos meninos companheiros e amigos de seus pais. Eles são assim se o educarmos para serem assim.

O que acontece é que a educação dos meninos está recheada de preconceitos e tabus*, pois muitos pais têm medo de educar seus filhos homens com delicadeza e sensibilidade por receio de se tornarem femininos, delicados ou sensíveis demais, como se homens não o pudessem ser.

Nos EUA foi feita uma pesquisa curiosa sobre como lidamos emocionalmente diferente com meninos e meninas. A pesquisa foi feita em uma maternidade e consistia em vestir os bebês meninos com roupa cor de rosa e os bebês meninas com roupa azul. As pessoas que visitavam os bebês pegavam as supostas meninas vestidas de cor de rosa, no colo e com muita delicadeza faziam voz macia, gesto delicado, diziam frases sensíveis para expressar carinho, etc. As pessoas que pegavam os supostos bebês meninos vestidos de azul no colo o faziam com menos delicadeza, pois eram meninos, a voz era mais grossa para expressar carinho, os gestos menos delicados e a sensibilidade menos expressa. No final de cada visita, era revelado aos visitantes o verdadeiro sexo dos bebês, o susto era grande e a mudança de comportamento em relação aos mesmos, visível. Essa pesquisa mostra como de fato as pessoas lidam, educam, pensam diferente em relação aos meninos e meninas.

Muitas mães querem ter uma menina para ir às compras, ao salão de beleza, as festas, para enfeitar com coisas legais no cabelo e corpo, etc. Os pais querem um menino para levar para o futebol, para a natação, oficina, etc. As meninas fazem coisas de menina com a mãe e os meninos fazem coisa de menino com o pai, com isso a família vai se fragmentando sutilmente e os valores ficam distorcidos em relação à educação, cultura e amor de pais. No futuro, quando se tornam adultos, a moça não terá muito que fazer, conversar com o pai e o rapaz não terá muito que fazer, conversar com a mãe, não por culpa deles, mas eles aprenderam que era assim: tudo fragmentado.

Existe algo que muitas vezes os pais esquecem: que os filhos existem não para atenderem as nossas necessidades, mas para se tornarem indivíduos saudáveis e cumprirem o objetivo que os trouxe à vida. Nós pais precisamos ajudá-los nisso. É a nossa missão! Existe uma frase que sempre digo em oração ao meu filho desde que ele estava em meu ventre “Que você meu filho se torne um homem Honesto, Justo e Bom”. Para mim, honestidade, justiça e bondade, são valores que precisam ser ensinados e valorizados em nossos filhos acima de qualquer outro.

Nós como pais, precisamos refletir sobre quais valores estamos repassando, ensinado aos nossos filhos, e acima de tudo se estamos tendo tempo de ensinar tais valores ou se estamos delegando essa importante e vital tarefa a alguém, pois muitas vezes preferimos ficar até tarde no escritório enquanto alguém ensina o dever de casa ao nosso filho, ou mesmo a tocar piano ou a jogar bola. Como bons e dedicados pais pagamos todas as contas, mas não educamos os nossos filhos. Com isso, perdemos fases preciosas da vida, nossa e deles, momentos valorosos onde podemos construir afeto, união, amor e desenvolver filhos saudáveis.

Na educação de meninos, observo muitos pais tendo uma postura que paira o descaso e chega à irresponsabilidade, permeada pelo seguinte argumento: “É um menino, precisa aprender desde cedo a se virar sozinho e a ser independente e forte, a ser homem. Deixa ele se virar!” Infelizmente é esse tipo de pensamento e educação que está deixando os nossos meninos perdidos, confusos e com conflito de identidade.

Imagine-se no lugar de um menino que em uma idade que precisa de educação, proteção e orientação, é deixado sozinho para aprender, que tipo de menino você se tornaria? Sensível para com a dor do outro? Bondoso? Justo? Provavelmente não, pois esses são valores que precisam ser ensinados por alguém. Quando estamos sós e perdidos, aprendemos com o que está ao nosso alcance, e valores morais não estão tão acessíveis assim no dia a dia.

Os meninos precisam de atenção tanto da mamãe quanto do papai, pois cada um vai passar um tipo de conhecimento ao filho homem. A mãe vai lhe ensinar sobre amor e segurança, acolhimento e sensibilidade. O pai vai lhe transmitir interesses por atividades, competências, habilidades, afabilidade, humor, equilíbrio, masculinidade (que é diferente de machismo). A vida dos meninos caminha melhor quando a mãe e o pai estão por perto educando-o. Quando um deles se ausenta de manifestar calor e afeto, principalmente nos primeiros anos de vida, para suportar a dor e o sofrimento, o menino “desliga” a sua parte mais terna e amorosa, tornando-se uma criança triste ou raivosa, por exemplo.

Um dia escutei de uma mãe desconhecida em uma praça pública, uma conversa que me pareceu absurda. Ela estava com um bebê de aproximadamente seis meses e disse à outra pessoa que não gostava de deixá-lo no colo por muito tempo que isso iria mimá-lo demais, que ela o deixava no berço a maior parte do tempo para ele ir se tornando independente dela. Penso que esta mãe não tinha a intenção de maltratar seu filho, apesar de está-lo fazendo, mas sim que era ignorante na arte de educar uma criança. Abraçar, beijar, cheirar, brincar, rir, criar afeto, vínculo, demonstrar amor nunca é demais, não mima, não estraga filho; o contrário sim!

Para termos filhos meninos ou meninas felizes e saudáveis, precisamos demonstrar carinho, afeto, amor, dizer o quanto eles são importantes. Vamos elogiar sua conquista por menor que pareça para nós, mas para eles, ela deve ter sido enorme. Vamos parabenizar pela nota conquistada, por mais que não tenha sido a desejada, e dizer: “na próxima vez você vai se esforçar mais e vai conseguir uma nota melhor, eu tenho certeza e acredito em você!” Vamos exigir menos e acreditar mais, incentivar mais, cuidar mais, estar mais por perto. Eles com certeza sentem a sua falta.

Ame, beije, abrace seus filhos não importa se eles têm cinco, dez ou quinze anos...

Um grande abraço a todos!
Lila

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Fonte Wikipédia:
*Preconceito é um
juízo preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude discriminatória perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos".
*Tabu é um assunto de que simplesmente não se fala por várias razões: porque é alvo de opiniões contraditórias, porque é um assunto que interfere com a sensibilidade das pessoas, etc. Também pode ser considerado como qualquer assunto inaceitável ou proibido em uma determinada
sociedade

sábado, 31 de janeiro de 2009

Quando Nos Tornamos Pais


Costumo dizer que todos deveríamos ser pai e mãe, pois não existe experiência mais enriquecedora do que esta. É uma experiência rica por vários motivos, que vão além da alegria de ter um filho sorrindo e solicitando por você ou da certeza da perpetuação da nossa espécie, é uma experiência rica principalmente pela grande oportunidade de evoluirmos como ser humano, tomarmos uma consciência maior do outro e de nós mesmos. Mas a grande pergunta é: “Estamos preparados para sermos pais?” E como esse preparo se dá? Não existe manual e nem fórmulas mágicas, mas existe um excelente caminho rumo à maternidade/paternidade que é o autoconhecimento. Através dele podemos acessar as nossas experiências enquanto filho, pois é com elas e através delas que vamos caminhar educando os nossos pequenos.
É importante descobrir a nossa verdade infantil, como fomos educados e que tipo de pais tivemos, o que eles nos ensinaram e como nos cuidaram física e emocionalmente.
Uma boa parte da nossa experiência infantil, mesmo as mais inconscientes, vem à tona no momento em que nos tornamos pais, especialmente porque cuidar de um filho nos remete ao momento em que fomos cuidados ou descuidados pelos nossos pais. Você deve e pode perguntar: Como as nossas experiências infantis reaparecem e como elas se manifestam na nossa relação com nossos filhos? Antes de responder quero compartilhar duas falas que frequentemente escuto de adultos: “mas eu era tão pequena e não me lembro de nada” ou “as crianças nem se dão conta do que estão vivendo” A maioria das pessoas prefere pensar assim, que a sua história passada não determina a sua história presente e, dessa forma, vivem a ilusão de que suas vidas não são determinadas por elas, e o pior que a criação de seus próprios filhos não sofre nenhuma influência de seu passado infantil. Mas uma pessoa que carrega necessidades infantis não satisfeitas de amor, atenção, afeto, carinho, cuidados físicos, etc. tentarão suprir essas carências em seus próprios filhos, por exemplo, através de um excesso de cuidado, ou de uma terrível dominação, chantagens emocionais ou fazendo dos seus filhos seus confidentes.
Os maus tratos recebidos na infância levam algumas pessoas, por exemplo, a destruir a própria vida e de outros, quando falo em destruir, não me refiro apenas ao fato de dar fim a vida física, mas sim também de tornar a sua própria vida e a dos demais insuportável. Muitos pais batem em seus filhos, pois apanharam quando criança, outros abusam física e emocionalmente porque sofreram o mesmo, e assim o trauma é perpetuado. A teoria do trauma fala dentre muitas coisas, uma que acho particularmente importante, que todo trauma* tende a se repetir na tentativa de elaboração. Por exemplo, é bem provável que filhos que apanharam estarão envolvidos em relações de maus tratos quando adultos e podem maltratar seus filhos, com isso estarão tentando inconscientemente entender e ou resolver as suas dores psíquicas.
Não podemos mudar os fatos acontecidos em nosso passado, mas podemos dar um novo significado para as nossas experiências, e isso é possível no momento em que decidimos olhar com compaixão para a nossa infância e nos permitimos aceitar a verdade sobre nós mesmos.
Gosto dentre muitas, de uma frase de Nietzsche: “Aquilo que não me mata só me fortalece”, esse é um lembrete poderoso de que as nossas experiências dolorosas podem nos auxiliar a nos tornamos mais fortes.
Cuidar do nosso passado infantil não é tarefa fácil, pode ser uma jornada densa e cansativa, mas vai nos auxiliar a encontrar respostas para muitas questões antes não resolvidas e o melhor de tudo, podemos cuidar de maneira saudável de nossos filhos, sem corrermos o risco de repetir com eles e neles os nossos dramas infantis.

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*O significado psicanalítico da palavra “trauma” refere-se a um fato, realmente acontecido, de que tenha tido alguma importante repercussão no psiquismo do sujeito.