terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O Natal e a Depressão

 
Chegando no mês de Dezembro, começamos a ser bombardeados pelas frases de motivação, felicidade e confraternização. Muitos afirmam que é a melhor época do ano; outros a consideram a pior de todas. Nesse período do ano percebemos um extremo oposto entre pessoas muito felizes e outras extremamente tristes, e até deprimidas.
 
O Natal é aépoca do ano em queas pessoas experimentamuma alta incidência dedepressão.Os hospitais eas forças policiaisrelatam crescimento no numero desuicídios e tentativas desuicídio.
Psiquiatras, psicólogos e outros profissionais de saúde mental descrevem o aumento significativo depacientes com queixa dedepressão.
 
Uma recente pesquisa nos EUA, informou que 45% dos entrevistados temia essa época festiva do ano. Por que as pessoas ficam de primidas nessa época? Seria o espírito do “Grinch” (o personagem criado pelo Dr. Seuss que odiava o Natal) em pleno vigor durante a temporada? Será que é por causa do clima de inverno (no hemisfério norte), onde a escuridão chega as 4 horas da tarde? Certamente tudo isso pode ter a sua contribuição nessa tristeza que assola muitos; porém, conheço pessoas que vivem no Brasil, onde o Natal acontece em pleno verão (muito sol, luz e calor) e a tristeza e depressão continuam sendo presenças marcantes.
 
A Raiva, a Ansiedade e a Depressão no Natal
 
Algumas pessoas tem motivos para lamentar durante essa época; motivos que podem estar associados a perda e saudade por um ente querido; a solidão que só aumenta a tristeza ou a aproximação do final de mais um ano e a falta de perspectiva de vida. Enfim, motivos reais podem existir, mas para algumas pessoas a tristeza dessa época pode estar relacionada com as expectativas irreais e auto-reflexões excessivas, assim como a ruminação sobre as insuficiências da vida (típico em pessoas que se sentem “vítimas”) em comparação com outras que parecem ter mais e fazer mais ou conseguir mais.
 
A raiva é outro sentimento marcante no período. Ela se manifesta principalmente devido a excessiva comercialização com foco em presentes, assim como a ênfase em atividades sociais “perfeitas e felizes”.
 
Outras pessoas relatam que elas temem o Natal por causa das expectativas para reuniões sociais com a família, amigos e conhecidos que preferem não passar o tempo junto. A obrigação das reuniões de famíla torna-se um pêso e uma obrigação.
 
Outros, ainda, se tornam ansiosos por causa da pressão (tanto de comerciais como de parentes e amigos) para gastar um monte de dinheiro com presentes, gerando um aumento de dívidas.
 
Se você se sente deprimido no Natal, aqui estão algumas dicas que podem ajudar:
  • Em primeiro lugar, se a depressão está por um longo período e impedindo você de ter uma qualidade de vida, procure a ajuda de um profissional de saúde mental.
  • Defina limites pessoais a respeito do dinheiro gasto em presentes e o número de eventos sociais que está disposto a ir.
  • Não aceite qualquer representação “perfeita” de Natal que os meios de comunicação, instituições ou outras pessoas tentam fazer você acreditar. Crie o cenário em que você irá se sentir bem e não se force a fazer nada que o deixa tenso, ansioso ou infeliz.
  • Reduza as suas expectativas sobre o “Natal perfeito”. A perfeição não existe e quem cria a ilusão ou realidade é apenas você.
  • Envolva-se em atividades solidárias. Faça caridade e ajude aqueles que tem menos que você. Por mais que você ache que tem pouco, perceba que sempre há alguém em uma situação inferior a sua.
  • Seja grato pelo que você tem em sua vida, em vez de se concentrar no que você não tem.
  • Tome uma atitude e faça coisas interessantes e divertidas. Resultado diferente vem de atitude diferente!
  • Evite ruminação excessiva sobre a sua vida e a comparação dela com a de outras pessoas. “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.
Caso você se sinta feliz e em paz nessa época do ano, aproveite a sua boa energia para estender a mão para aqueles que ficam deprimidos.
 
Para aqueles que estão deprimidos, essa é uma boa oportunidade para se libertar do passado (seja ele qual for) e da crença de que o Natal é um período triste e de que você odeia essa época. Experimente pensar diferente e observe como se sentirá. Pode ser que mudando de crença, você comece a ter um
Natal feliz e em paz consigo mesmo e com o mês de Dezembro.

sábado, 11 de outubro de 2014

Você se lembra de como era ser uma criança?

"Temos sempre a mesma idade por dentro." Gertrude Stein
 
Muitas vezes acordamos já pensando no nosso dia que será cheio de obrigações e compromissos. Tanta coisa para fazer e tão pouco – ou nenhum tempo para diversão ou mesmo simplesmente, relaxar.
 
As memórias de tempos leves, alegres e divertidos estão ficando cada vez mais distantes. Lembranças de tempos em que estávamos totalmente presentes em tudo o que fazíamos. Onde a vida era o aqui e o agora.
 
Quando observamos com atenção uma criança brincando no parque, vemos que elas estão se movendo com uma energia positiva e desprovidas de medo ou controle. Isso acontece porque as crianças não tentam reprimir a energia delas. Elas não pensam: "Devo olhar para essa borboleta e quero saber para onde ela está indo? Devo correr atrás dela?” Não, elas não pensam, elas agem. Por não reprimir a energia e permitir que ela flua, as crianças estão constantemente em processo de descoberta e busca.
 
Infelizmente na medida em que crescemos vamos deixando para tras a leveza e descontração que tínhamos quando éramos crianças. Passamos a adotar uma postura e pensamentos rígidos, e incorporamos isso no nosso dia a dia, nas nossas relações, nas nossas regras de vida e na nossa maneira de ser, ver e viver nesse mundo.
 
Crescer e tornar-se um adulto não significa que devemos ser constantemente sérios, rigidamente disciplinados e exigentes. É claro que essas são qualidades necessárias em muitos momentos da vida adulta, mas em outros, é importante se permitir apenas ser leve, livre e naturalmente solto como uma criança.
 
Aproveitando que hoje é comemorado no Brasil, o dia das crianças, pare e pense por um momento sobre quando foi a última vez que você realmente se soltou, se permitiu e ousou algo novo. Pense na última vez em que você brincou e riu descontraidamente. Caso você não lembre como é estar assim, então observe por alguns minutos uma criança. Coloque-se no lugar dela e imagine-se com toda aquela energia, força e descontração.
 
Em geral as crianças tem uma leveza e alegria natural, e não se preocupam tanto com as coisas ao seu redor. Elas simplesmente vivem o momento com intensidade e alegria. É claro que existem exceções, e essas são para aquelas crianças sofridas ou que já vivenciaram momentos dificeis na vida. Dessas, a alegria foi substituida pela dor, preocupação e tristeza. Porém, a verdadeira essência infantil é leve, pura e feliz.
 
A vida adulta vai nos tirando pouco a pouco desse universo infantil; vai roubando as nossas memórias de leveza e descontração. Passamos a carregar uma tensão desnecessária, ansiedade extrema e estresse insuportável. Nos sentimos pesados, tristes e preocupados. Quando chegamos a esse ponto, é sinal de que precisamos resgatar a nossa parte criança que foi engolida pelo adulto.
 
Abaixo relaciono algumas coisas simples que podemos fazer e que podem ajudar a resgatar a criança que ainda vive dentro de cada um de nós.
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Fotos by Lila
 
 
Trazendo a sua criança interior para a sua vida
  • Suspenda temporariamente as suas crenças e sinta a experiência.
  • Permita-se! Faça algo que você, a muito tempo, sente vontade de fazer mas que vem adiando porque pensa que não tem mais idade para isso. Tente algo novo, seja o que for, simplesmente tente. Algo simples como andar por outra rua, ou mudar seu estilo de roupa, ou mesmo tentar um novo corte de cabelo.
  • Esteja aberto para novas ideias e para conhecer novas pessoas. As crianças naturalmente declaram: "Aqui estou mundo, me mostre o que você tem". Faça o mesmo!
  • Experimente mais e discuta menos. Crianças não ficam discutindo sobre o que fazer, elas simplesmente dizem "não seria divertido se nós ...".
  • Coloque o seu ego de lado. Você não é melhor do que ninguém, você é apenas diferente. Esse é o pensamento de toda criança, logo elas interagem com todos e com tudo.
  • Recupere a seu criatividade. Faça algo criativo, algo que você considere único. Seja pintar, montar um carro, jogar num estilo diferente ou ler um livro a partir do segundo capitulo. Se você reaprender como é ser uma criança, a sua criatividade vai naturalmente florescer.
Lembre que você ainda é uma criança, você apenas cresceu, ficou fisicamente diferente e adquiriu novas experiências; mas a leveza, a bondade, a alegria e descontração ainda moram dentro de você, então deixe tudo isso retornar ao lugar que pertence: na sua vida e no seu dia a dia.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Bater não educa e nem disciplina os filhos

 
Quem me conhece sabe que eu sou uma defensora da “NÃO palmada”, e sempre que possível escrevo sobre o tema no intuito de esclarecer aos pais e cuidadores que bater não ajuda a educar e nem a disciplinar uma criança, e sim as torna tristes, agressivas e inseguras.
 
Eu entendo que através do bater, muitos pais tem a intenção de diminuir o mau comportamento da criança ou adolescente. No entanto, bater a longo prazo normalmente aumenta o comportamento agressivo e o distanciamento entre pais e filhos.
 
Por décadas estudiosos da saúde mental tem pesquisado sobre os efeitos negativos da palmada e dos castigos corporais em crianças; com isso, não nos faltam provas e informações sobre a ineficácia desse método de disciplinar filhos. No entanto, muitos pais ainda continuam a usar a agressividade dentro de casa, lugar esse que deveria servir de proteção aos filhos e não de abuso.
 
Eu costumo dizer que bater em crianças para educá-las é o mesmo que gritar para pedir silêncio. Não faz o menor sentido.
 
Caso você deseje ajudar o seu filho a ter um comportamento melhor, deixo abaixo algumas sugestão.
  • Utilize o reforço positivo:  Todo mundo gosta de elogios e incentivo, não? E as crianças adoram ter a tenção dos pais quando elas fazem algo bom e correto, e ser elogiado por isso é algo que as deixa orgulhosas de si mesmas. Ex: caso a criança tenha o hábito de brigar com os amigos, elogie quando ela não se comportar assim. “Percebi que você não brigou com seus amigos hoje. Ter se esforçado para se relacionar bem com eles foi fantástico
Obs: evite usar os termos “estou feliz/orgulhoso de você”, pois o bom comportamento das crianças não deve ser para agradar aos pais e sim para prepará-los para a vida.
  • Estabeleça conseqüências:  Comportamentos indesejados geram consequencias a quem os cometeu, e não castigos físicos ou agressivos. Deixe claro aos seus filhos que você não aprova o fizeram; explique porque não aprova e fale sobre as consequencias da atitudes. Ex: “Você ter brigado com seus amigos não foi a melhor maneira de resolver o problema. Você tem feito isso ha muitos dias e não tem se esforçado para melhorar. Devido a isso, você não receberá a sua mesada este mês”.
Obs: as consequencias precisam ter um efeito de “perda ou de pagar por”, caso contrário não surtirá efeito. É mais ou menos como dirigir sem cinto e não levar multa, apenas advertência do guarda.
  • Estabeleça recompensas:  Comportamentos desejados geram recompensas a quem os praticou. Ex: “Você tem se esforçado para se relacionar bem com seus amigos, e percebi que nessa semana você foi gentil e educado com eles. Acredito que esse é um sinal de maturidade. Com essa atitude positiva, você ganhará uma hora mais para brincar de video game nos finais de semana.”

Disciplinar e educar filhos com atitudes positivas, baseadas no diálogo e sem agressividade ou violência, vai gerar crianças e adultos mais saudáveis e confiantes. Essa é uma receita de sucesso, então está na hora de colocá-la em prática.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Nuances da relação entre mães e filhas

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Foto by Lila Rosana
 

  Este pode ser considerado um dos mais intensos e complexos de todos os relacionamentos entre os seres humanos.
 
  Até a adolescência, a relação mãe-filha tende a ser próxima e afetuosa. Filhas livremente expressam seu amor e admiração por suas mães. Chegam a dizer: “Quando eu crescer quero ser como você, mamãe”. Porém, na adolescência, quando a filha se depara com a tarefa de diferenciar-se da mãe, essa relação pode se tornar um mix de intimidade e distanciamento.
 
  Certa vez escutei o seguinte relato de uma mãe: “Minha filha e eu somos tanto as melhores amigas quanto as piores inimigas. Não há meio-termo. Às vezes, ela confia em mim como uma aliada. Ela quer sair comigo, principalmente quando eu me ofereço para levá-la às compras. Há ocasiões em que conseguimos discutir sobre seu futuro de forma civilizada. Mas em outros momentos, não podemos nem ao menos estar na mesma sala, sem insultarmos uma a outra. Sim, eu admito, às vezes eu sou tão ruim com ela tanto quanto ela é comigo, talvez eu seja ainda pior.”
 
Garotas adolescentes querem tanto a distância de suas mães, como manter uma relação próxima com elas. Parece conflitante não? E de fato é. É uma relação bastante contraditória, principalmente quando as filhas adolescentes estão exercendo sua autonomia em suas tentativas de construir uma autoimagem diferenciada da mãe. E é  nessa fase que elas empurram suas mães para bem longe de si.
 
  O autor John Gray (Homens são de Marte Mulheres são de Vênus) acredita que meninas que mantiveram um relacionamento conflitante com suas mães durante a infância, tendem a ser afastar delas durante a adolescência. E diz mais: “Para desenvolver um sentido sobre si mesmas, meninas adolescentes sentem uma maior necessidade de lutar, desafiar, ou rebelar-se contra o controle de suas mães.”
 
  Por outro lado, quando as filhas estão à procura de conexão, eles normalmente voltam para suas mães. Quando a mãe está disponível para este retorno, elas podem viver um dos momentos mais preciosos, grandiosos e íntimos na relação mãe e filha.
 
 Uma universidade canadense está desenvolvendo uma teoria interessante sobre este tipo de relacionamento – mães e filhas.  Eles temporariamente chamam de “P M two”, é a relação entre a menstruação (ou period em Inglês) e a menopausa. Estão estudando meninas adolescentes que estão em seu início da menstruação e suas mães entrando na menopausa. O que vem se observando nestes estudos, é que mães e filhas vem passando por mudanças físicas e hormonais praticamente ao mesmo tempo. Esses hormônios e as alterações físicas que acontecem no mesmo período de tempo, é uma receita para a inconsistência interpessoal e conflitos entre essas duas gerações de mulheres.
 
  Uma participante da pesquisa relatou: “Havia apenas uma ou duas semanas entre o momento em que experimentei minhas primeiras ondas de calor e minha filha teve sua primeira menstruação. E para mim, a menopausa foi repleta de todos os sintomas – calor, irritabilidade, alterações de humor, até mesmo o zumbido nos ouvidos. Com a minha filha passando por todas as oscilações de seu humor e as mudanças físicas decorrentes da menstruação, éramos como dois gatos de rua presos em um espaço apertado”.
mãe
 
  Tem muito que se falar sobre este tipo de relacionamento, mas o intuito do texto é chamar a atenção para a dinâmica que existir entre mães e filhas. Quando as mães, em suas tentativas de manter o relacionamento vivo e saudável, podem vir a sufocar suas filhas. Por isso as mães precisam aprender a ficar por perto e, ao mesmo tempo dar às suas filhas o espaço necessário para ser tornarem independentes e criarem a sua própria identidade.

domingo, 10 de agosto de 2014

O papel paterno e o impacto no bem estar (ou não) dos filhos



Sobre o dia dos pais 
 
 O dia dos pais não é apenas uma data, pois “todo dia é dia dos pais”. É uma data de muita relevância e que leva a nossa atenção a esse importante personagem na vida de qualquer ser humano, o pai. Bem, falar sobre a paternidade é algo que sempre desperta em mim reflexões sobre o atual papel masculino na sociedade, e dentro das famílias.
 
 Não é novidade que os homens sempre estiveram historicamente em destaque, e assumiram importante papel em revoluções, sejam elas no âmbito da ciência, arte ou guerra. Em vários momentos históricos, o homem sempre esteve lá, em seu papel marcante e influenciador. Diante desse quadro, parece que houve pouco tempo e dedicação dos homens para assuntos que aparentemente tinham “menor importância”, o cuidar de filhos. Então “isso” foi deixado nas mãos de quem tinha mais tempo e melhor entendia do assunto, as mães.

Filhos, assunto de mulher. Será?
 
 A conhecida frase  “cuidar de filhos é coisa para mulher” foi um dos pensamentos que se instalou em muitos inconscientes masculinos ao longo dos anos, e, infelizmente permanece lá. É claro que existem exceções, mas eu não estou aqui falando delas, e sim de um percentual maior de homens que ainda acham que ser pai é prover aos filhos bens materiais, tipo: “ir para a guerra e trazer a vitória para a casa”.
 
 Porém vale lembrar que o pai é muito mais do que apenas o 'segundo adulto" na vida dos filhos. Pais envolvidos com seus filhos trazem benefícios positivos que nenhuma outra pessoa é capaz de trazer; só que eles precisam tomar consciência disso.
 
 Conheço crianças que praticamente imploram a presença dos pais na vida delas. E isso não é feito apenas através de palavras do tipo: “papai brinca comigo”, mas com atitudes silenciosas que podem não ser percebidas sem um olhar sensível, empático e perspicaz. 

Mães, deixem que os pais tenham um lugar ao sol
 
 Como já foi dito acima, durante muito tempo os pais deixaram os filhos nas mãos femininas e nós assumimos esse duplo papel com “unhas e dentes”, deixando os pais fora dessa relação. Os filhos passaram “a nos pertencer” e nós eventualmente davámos licença para esse pai se aproximar, desde que ele obdecesse as regras da casa. Devido a isso, deixar os filhos aos cuidados dos pais, é algo que fazemos com os dentes travados, pois não estamos acostumadas, mas precisamos permitir que os pais assumam o lugar deles que é perto dos filhos, do contrário, eles estarão cada vez mais ausentes e gerando prejuízos emocionais aos filhos.
 
 Pais ausentes
 
 Quando falo em ausência dos pais, não me refiro apenas àqueles que não assumiram os filhos, ou que já faleceram ou que não tem tempo para os mesmos, pois trabalham muito e estão sempre cansados. Esses também são ausentes do papel da paternidade, é claro. Porém, falo dos que estão dia a dia com os filhos, mas longe dos filhos. Nesse tipo de relação não existe contato de qualidade, como: carinho, ensinamentos positivos ou educação do que é certo ou errado, assim como não existe troca de experiência (sim, seus filhos tem muito a lhe ensinar), aprendizados e nem afeto.
 
Algumas caracteristicas apresentadas em filhos de pais ausentes

- Ansiedade
- Excessivo medo (de diferentes coisas e situações)
- Comportamento social inadequado
- Insegurança
- Obesidade
- Irritabilidade
- Tristeza
- Agressividade

 Algumas importantes influências paternas
 
  Um indireto, porém extremamente influente comportamento que um pai pode ter sobre seu filho é através da qualidade de seu relacionamento com a mãe das crianças. Independente dos pais estarem casados ou não, um pai que tem um bom relacionamento com a mãe de seus filhos está dando importante lições sobre como lidar com pessoas, e principalmente sobre como lidar com as mulheres. 
 
 Quanto mais tempo um pai dedica aos seus filhos, maior será a estabilidade e saúde fisica, psicologica e emocional dos mesmos. Um grande número de crianças fisica e emocionalmente doentes, está ligado a ausência dos pais na vida delas. O pai tem um impacto direto sobre o bem-estar de seus filhos, incluindo a capacidade cognitiva, grau de escolaridade, bem-estar psicológico e comportamento social.
 
 Meninas que tem pais envolvidos, que as respeitam e cuidam delas, são menos propensas a se envolver em futuros relacionamentos violentos ou doentios. Porém, não adianta tratar bem a filha e se comportar mal com a mãe dela, pois se assim o for, o aprendizado será distorcido devido a confusão criada na cabeça da menina, tipo: “meu pai gosta de mim, mas trata mal minha mãe. Não entendo isso direito”.
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Imagens retiradas da net
 
 Em resumo, os pais que exercem um forte e positivo impacto sobre o desenvolvimento e a saúde dos filhos; os que estão sempre presentes na vida deles, criando um ambiente permanente e seguro, estarão desenvolvendo filhos saudáveis e, provavelmente adultos emocionalmente estáveis; que gerarão crianças saudáveis e bons futuros pais ou mães. Esse é um lindo ciclo, que se passado de geração a geração, criará uma sociedade mais equilibrada, com a qual todos temos a ganhar.
 
 Como eu disse no começo do texto, os homens sempre exerceram importante papel na sociedade, sendo capazes de criar revoluções; então essa é uma que vale é muito a pena: revolucionar o papel dos pais na família e na sociedade. 

                Feliz dia dos pais, e que a data traga uma tomada de consciência à todos!

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Viciados em "Selfie"


selfie
Selfie foi eleita a palavra em inglês do ano.
Foto by DRJays.com
 
 
 
 
Muito além de uma simples foto tirada de si mesmo, o viciado em selfie (a tendência de tirar fotos pessoais através dos smartphones) busca aprovação e reconhecimento através de suas fotos.
Os que postam esse tipo de foto, buscam obter o reconhecimento público e sentem-se frustados ou motivados de acordo com o números de comentários e curtidas em suas fotos.
 
As redes sociais estão cheias deles, e o comportamento tem chamado a atenção de estudiosos da saúde mental, pois pode estar diretamente relacionado a problemas de saúde mental, tais como depressão, obsessão ou mesmo paranóia. 
 
Os adolescentes mostram maior tendência ao vício, mas a coisa não para neles: adultos que apresentam baixa autoestima,  ou sentem-se envelhecendo e não aceitam bem o fato, tendem a postar muitos “selfies” em redes sociais também. Eles sentem a necessidade de reconhecimento social e da “afirmação”, vinda pelos elogios, de que continuam “belos e jovens”.
 
O que se observa é que as fotos 'selfies' tem tido um impacto emocional na vida das pessoas. A recompensa dos que as publicam, são os elogios e “likes” em suas fotos.  Sem eles, os viciados em selfie, podem se sentir rejeitados pelos amigos ou familiares, afetando relações sociais e a autoimagem.
 
Existe também um comportamento compulsivo por trás da ação de postar muitos selfies, e eles podem gerar outros disturbios mentais como o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC - se refere a preocupação excessiva por um defeito corporal mínimo ou por defeitos corporais imaginários) e o TOC (Transtorno Obssessivo Compulsivo – refere a repetição de um comportamento e obsessão de pensamentos).
 
Isto é simples de entender: se fazemos algo e encontramos uma pequena recompensa, voltaremos a repetir a ação. A recompensa dessa ação seria a aceitação social. Alguns contentam-se obtendo poucos 'likes', outros necessitam atingir o máximo que puderem e ficam "viciados" neste reconhecimento social.
 
A pessoa que não atingir a quantidade de apoio esperado, invariavelmente irá optar por publicar uma nova foto 'selfie'. Se a resposta continuar a ser negativa isso poderá afetar a autoconfiança ou criar pensamentos negativos sobre si mesmo.
 
Confira os sintomas:
  • Você presta demasiada atenção às suas fotografias publicadas?
  • Controla quem as vê ou a quem agrada ou comenta?
  • Entra inumeras vezes online nas redes sociais para conferir as vizualizações de suas fotos?
  • Fica ansioso com a esperança de atingir o maior número de 'likes'?
  • Caso não atinja o reconhecimento desejado, deleta a sua foto?
  • Você tira inumeras fotos de si mesmo em várias situações e lugares e as posta nas redes sociais?
  • Perdeu a motivação por outras atividades e tem estado demasiadamente preocupado com a aparência?  
  • Perdeu a noção do “bom senso” do que é público e privado e publica fotos “selfies” em situações como: ao acordar, no banho, tomando café, etc?  
Um caso clínico
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Danny Bowman Foto by TV2.no
 
Um jovem britânico de 19 anos tentou cometer suicídio depois que ele não conseguiu obter o “selfie perfeito”. Danny Bowman ficou tão obcecado em capturar a foto perfeita, que passou 10 horas por dia tirando fotos de si mesmo. Ele perdeu quase 30 quilos, abandonou a escola e não saiu de casa por seis meses em busca da sua imagem perfeita. Logo ao acordar, ele já tirava umas 10 fotos suas.
 
Frustrado em suas inúmeras tentativas, Bowman, eventualmente, tentou tirar a própria vida por uma overdose, mas foi salvo por sua mãe. Ele disse: "Eu estava constantemente em busca da foto perfeita e quando eu percebi que eu não poderia obté-la eu queria morrer. Perdi meus amigos, meu ano letivo, minha saúde e quase a minha vida "
 
Uma das maneiras de evitar cair no vício é estar atento aos sintomas e perguntar a si mesmo, antes de publicar uma foto selfie, o porquê de estar fazendo isso.  Escute as respostas, elas darão a você uma boa noção do que é bom senso ou do que ultrapassa a barreira do estranho e sem sentido. Caso você sinta que a situação está ficando fora de controle, procure ajuda médica.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Frustração, como lidar com ela?



O tema me pareceu propício para o momento atual na vida de alguns brasileiros. Muitos estão demasiadamente frustrados com a derrota da seleção de futebol, e alguns estão agindo com a imaturidade de quem não sabe lidar com as frustrações da vida.  Esse é um aprendizado contínuo e precisa de prática e persistência, pois caso contrário, podemos nos tornar adultos mimados que “quebram” tudo quando não são atendidos em seus desejos.
 
Não é novidade que a  vida é cheia de frustrações; das pequenas irritações de perder algo até o problema maior do fracasso de um objetivo desejado. O que esquecemos é que muitas coisas que realmente queremos sempre vão trazer consigo um grau de frustração, pois as expectativas são sempre diferentes da realidade. Ser capaz de administrar esse sentimento nos permite permanecer felizes e positivos, mesmo em circunstâncias difíceis.
 
A frustração deve ser levada a sério, pois pode ter um impacto altamente negativo sobre o nosso estado de espírito, humor e vida. Ela pode transformar uma pessoa positiva em uma pessoa que vê quase tudo como um problema. Pode atrapalhar ou inibir o progresso pessoal, e às vezes imobilizar completamente as nossas ações e atitudes. 
 
Entendendo a frustração 
 
A frustração é uma emoção que ocorre nas situações em que somos impedidos de alcançar um resultado desejado. Em geral, sempre que chegamos a um dos nossos objetivos, nos sentimos satisfeitos e felizes, e sempre que somos impedidos de alcançar qualquer objetivo podemos sucumbir à frustração e nos sentir irritados, tristes ou com raiva.
 
Quanto mais importante for seu objetivo, maior será a sua frustração ou raiva se ele não se realizar; e quanto mais frustrações sofremos, começamos a perder a confiança nos nossos objetivos e em nós mesmos.
Frustração3 
 
Os dois lados da frustração
 
Frustração não é necessariamente algo ruim. Podemos usá-la como um indicador dos problemas na nossa vida e como um motivador para mudar de estilo de vida ou mesmo de objetivos. No entanto, quando a frustração resulta em raiva, irritabilidade, estresse ou ressentimento, ela torna-se uma espiral descendente e passamos a ter um sentimento de renúncia ou desistência, o que pode levar a depressão profunda ou mesmo a autodestruição.
 
Tipos de frustrações 
 
Basicamente existem dois tipos de frustrações: as internas e as externas.
 
A frustração interna geralmente começa quando não podemos ter o que queremos, como resultado de deficiências reais ou imaginárias, como por exemplo a falta de confiança em nós mesmos, o medo diante de situações sociais ou o excessivo auto-julgamento.
 
A externa envolve condições fora do controle da pessoa, tais como barreiras físicas que encontramos na vida incluindo outras pessoas ou situações que atrapalham o alcance de nossos objetivos. Estas podem ser inevitaveis, o que não significa que precisamos nos entregar a situação sem agir. Podemos aprender que aceitar a dança da vida é um dos segredos de evitar a frustração.  Lutar para que as coisas “ruins” desapareçam é desejar que tudo seja do nosso jeito, do nosso modelo de vida e pensamentos e isso só gera mais e mais frustrações.
 
Frustração1
Respostas típicas a frustração
 
  • Raiva: A frustração gera raiva e raiva gera agressão. A raiva e a agressão proveniente da frustração, é direcionada para algo ou alguém que tenha poucas chances de reagir.
  • Desistir: Tornar-se apático, sem vida, desistir do objetivo de uma maneira passiva.  Se nos frustramos várias vezes, podemos abandonar a escola, sair de empregos ou nos afastar de pessoas.
  • Perder a confiança: A perda da confiança é um terrível efeito colateral que vem acompanhando do desistir diante de um objetivo não alcançado. Quando perdemos a auto-confiança e auto estima,  podemos ter dificulade para planejamos uma proxima meta, e podemos não ser capazes de avaliar com precisão a nossa capacidade de realizá-la. 
  • Estresse: O estresse é o "desgaste" do nosso corpo e da nossa mente quando não alcançamos os nossos objetivos. Quando temos dificuldade em aceitar que nosso ambiente está em constante mudança, podemos experimentar sinais de irritabilidade, raiva, fadiga, ansiedade, dores de cabeça, depressão, dores de estômago, hipertensão, enxaquecas, úlceras e até ataques cardíacos.  
  • Depressão: Ah! a depressão! Essa é um dos maiores sinais de que você não está lidando muito bem com as frustrações da vida. A vida não está como você quer, então você deprime, se entrega, abandona seus objetivos, deixando de acreditar na vida.
Lidando com a frustração
 
Frustração e raiva são emoções fundamentais que todos experienciamos de vez em quando. Elas fazem parte da vida e por isso precisamos aprender a lidar com essas emoções se queremos viver com qualidade e nos desenvolver emocionalmente.  Eu costumo dizer que ou nós controlamos a nossas frustrações, ou elas controlam a nossa vida.
 
Lembrar que não podemos eliminar as frustrações de nossa vida é um primeiro passo para aprender a lidar com elas. Entender que apesar de todos os nossos esforços, as circunstâncias da vida nem sempre estarão sobre o nosso controle e irão acontecer numa ordem que nem sempre é a nossa.
 
A vida é cheia de frustração, dor, perda, e de ações imprevisíveis de outras pessoas. Não podemos mudar isso; mas podemos mudar a nossa maneira de deixar tais eventos nos afetar.
 
Frustração2
Fotos retiradas da internet
 

domingo, 8 de junho de 2014

Reencontrando a sua criança interior

Foto: Arquivo pessoal
 
Quando éramos crianças tínhamos uma infinidade de sonhos. Fazíamos projetos para o nosso futuro, desenhávamos a nossa futura casa e a rua onde iríamos morar.
 
Quando éramos crianças, éramos mais positivos e esperançosos. Dificilmente pensávamos que algo do que imaginávamos não iria acontecer.  É como se tivéssemos nascido para brilhar, para ser grande.
 
Quando éramos apenas uma criança, sabíamos que tínhamos algo especial para fazer no mundo e pretendíamos seguir adiante sem medo e sem a intenção de parar no meio do caminho. Desistir? Jamais!
 
Mas, de repente tudo muda e os nossos sonhos vão sendo engavetados. A esperança deixa o lugar para o conformismo, e o que tínhamos como certeza passa a ser uma grande dúvida. É aí que começamos a perder o contato com os nossos interessantes sonhos infantis e passamos a adotar um estilo de vida totalmente diferente daquilo que imaginávamos para nós.
 
O que será que aconteceu conosco? Você consegue identificar em qual momento da sua vida tudo começou a ficar diferente do que você desejava antes?
 
Cada resposta é absolutamente individual, mas algo em comum parece acontecer com todos nós: as nossas antigas e individuais aspirações deram lugar ao desejo coletivo.
 
Sem nos darmos conta, começamos a acreditar que o que nos tornará felizes nessa sociedade exigente e cheia de regras é: ter uma carreira de sucesso, um casamento, família, filhos, uma bela casa e viagen. Tantos sonhos coletivos que nós nos esquecemos de quem realmente somos e do que sonhávamos para nós. Tudo parece ter ficado tão distante e esquecido no tempo.
 
A nossa vida como adultos passa a ser tomada por tantas obrigações que mal temos tempo para cuidar de nós mesmos, e muito menos nos ocupar com pensamentos antigos.
 
Onde está aquela criança alegre, criativa, sonhadora e absolutamente motivada pelos seus desejos? Será que ela se tornou um adulto brilhante, criativo e ainda cheio de sonhos?
 
Que tal fazermos um chamado para a sua criança? Peça que ela venha ate você e que sente no seu colo. Converse com ela e faça-lhe algumas perguntas. Escute quais respostas ela tem a lhe dizer. Diga para ela relembrar você sobre os seus antigos sonhos, assim quem sabe, você voltará a acreditar neles.
 
Aproveite e conte para ela como tem sido a sua vida e sobre o que você gostaria de mudar nela.
 
A sua pequena criança sonhadora, que ainda vive dentro de você, está disposta a voltar a correr ao redor da mesa e a sentar-se no chão para brincar. Ela está disposta a olhar-se no espelho e a sorrir dizendo o quanto você ainda pode ser feliz. Permita que ela venha novamente para a sua vida.
 
Deixe-a entrar e cumprir o que prometeu a si mesma. Torne-a muito bem vinda de volta à sua vida!

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Somos pais agressivos ou assertivos?

 
Foto retirada da net
 
A assertividade e a agressividade estão sempre presentes na nossa vida. Em geral desenvolvemos mais uma do que a outra, e passamos a utiliza-la no nosso dia a dia, tornando-a quase um estilo de vida.
 
Ser Assertivo
 
Eu costumo dizer que a assertividade é um jeito de ser e de expressar o que sentimos e pensamos, sem que tiremos os direitos de outras pessoas de expressar o que sentem.
 
A assertividade é o ingrediente dos relacionamentos proveitosos. Numa relação onde a base é a assertividade, os pais não deixam de se impor aos seus filhos. Eles ajudam os filhos a pensar por eles próprios, reforçando com isso a autoestima e a capacidade de diferenciar entre o certo e o errado e de focar em objetivos.
 
Algumas pessoas  confundem assertividade com agressividade e dizem: “Eu sou sincero e digo mesmo tudo o que penso”. Na verdade elas estão sendo inseguras e agressivas.  Outras não assumem seus pensamentos, pois desejam manter “a paz e não criar atrito”, mas na realidade estão sendo passivas, abafadas pelo próprio medo.
 
Uma das vantagens de ser assertivo é lidar melhor com os conflitos. Quanto mais assertivo você for, menos estresse terá e saberá agir com mais tato em diversas situações. Melhorará sua credibilidade na sua relação com seus filhos e saberá lidar com as tentativas de manipulação ou chantagem emocional.
 
A assertividade precisa ser desenvolvida, e para isso temos que ter autoconhecimento e melhor compreensão dos outros. A convivência em grupo facilita esse aprendizado quando baseada na empatia.
 
Ser Agressivo
 
A agressividade também a defino como um jeito de ser e de expressar o que sentimos e pensamos, mas tirando o direito da outra pessoa de expressar o que sente.
 
Ser assertivo parece ser mais coerente e, gerar melhores resultados numa relação interpessoal, então porque será que encontramos mais pais agressivos do que assertivos?
 
A questão é que aprendemos a ser agressivos desde muito cedo. O comportamento agressivo é instintivo e útil para nossa sobrevivência em determinadas situações. Agredimos para não sermos feridos. Ser agressivo também é um comportamento reforçador, pois através dele conseguimos o que queremos, mesmo que por um curto período de tempo.
 
Numa relação baseada na agressividade, não nos damos conta que humilhamos as pessoas fazendo com que se sintam mais fracas do que nós e com menos capacidade de expressar o que sentem, pensam ou desejam.
 
A agressividade gera “resultados rápidos” num conflito entre pais e filhos. Quanto menor a criança e quanto mais agressivos forem os pais, maior o medo gerado e o controle sobre os pequenos. Só que a agressividade tem os seus dias contados nessa relação. Os filhos crescem e, ter sido agressivo com eles tornou-se uma bomba que está prestes a explodir.
 
Muitos pais se queixam que os filhos adolescentes estão rebeldes, não dão ouvidos ao que lhes é dito e tornam-se agressivos. Acontece que nessa fase, eles se sentem mais fortalecidos e com capacidade de se defender de todas as agressões sofridas anteriormente. A autoridade, respaldada na agressividade, não tem mais espaço nessa relação. “Agora eu já posso me defender”, disse uma adolescente de 14 anos.
 
Para termos filhos saudáveis e conscientes de suas emoções, com capacidade de expressar o que sentem de maneira clara e objetiva e respeitando os outros, é fundamental que sejamos pais assertivos e que eduquemos por meio da própria assertividade

domingo, 18 de maio de 2014

Faça o que você ama e mude a sua vida

Foto: galeria pessoal
 
Nós vivemos dia após dia e raramente usamos o nosso tempo para pensarmos sobre a nossa vida. Dedicamos muita energia ao nosso trabalho e desejamos que através dele, consigamos ganhar e economizar dinheiro. É claro que o dinheiro tem a sua importância, e precisamos dele para nos mantermos em relação as nossas necessidades materiais. Mas a vida não significa apenas ganhar e economizar dinheiro, a vida é muito mais que isso.
 
Você tem vivido a sua vida com amor? Tem feito o que ama? Se você acorda e reclama do que vai fazer durante o dia, então provavelmente não está fazendo o que ama, está fazendo algo por necessidade, obrigação, mas não com amor. Seja ir para o trabalho ou cuidar de seus filhos em casa, se não tem amor, virará obrigação e peso.
 
Reflexões 
 
Você já parou para pensar quais são os seus valores na vida? O que é importante para você? Por qual motivo você vive? Quais são as suas prioridades? O que o deixa feliz? São perguntas simples, mas quando respondidas podem nos levar a reflexões, e quem sabe, a tomada de decisões e a novos rumos na vida.
 
Vamos pensar em algo bem lógico e simples: temos em média apenas 100 anos ou menos para vivermos essa vida, e um dia todos nós vamos morrer. Esse é o ciclo natural da vida. Acredito que todos já saibam. Então, antes que isso aconteça poderíamos pensar sobre o nosso atual estilo de vida e como estamos usando os nossos preciosos dias na terra.
 
Olhe para a sua vida. Olhe para dentro de si mesmo e analise que tipo de coisas você gostaria de mudar. O que o incomoda? O seu corpo? A sua saúde? A sua vida de um modo geral? O seu emprego? As suas atitudes? Seus pensamentos?
 
Talvez você tenha sonhos que colocou na gaveta e esteja esperando o “momento certo” para realizá-los. Porém, muitas vezes esquecemos algo importante: não sabemos nada sobre o futuro, e muito menos se teremos tempo suficiente para realizar tudo o que queremos. Então, a hora é agora!
 
Embora haja uma longa distância entre fazer planos para o futuro e tomar decisões sobre eles, muitas vezes é mais fácil manter os sonhos em nossa mente. Isso nos dá a ilusão de que eles estão por perto e que podem se realizar algum dia. Mas lembre-se: sem ação, os sonhos são apenas uma ilusão.
 
Pensando no “Aqui e Agora”
 
Aprendi através da filosofia budista, um simples, porém profundo exercicio de reflexão que você poderá fazer todos os dias antes de dormir. Ele tem o intuito de nos ajudar a pensar sobre como estamos vivendo atualmente, e o que podemos quem sabe, começar a mudar.
 
Aqui está: Antes de dormir pense que este foi seu último dia de vida e que pela manhã você não mais acordará. Diante desse pensamento, reflita sobre como foi seu último dia de vida. Você esteve feliz? Com raiva? Triste? Arrepende-se de algo que fez ou que não fez? Desejava ter mais tempo de vida para mudar algo? Queria ter dito ou feito coisas boas para alguém? O que gostaria de ter feito? Ou o que desejou não ter feito ou dito?  - Na manhã seguinte, ao acordar, lembre-se do que refletiu na noite anterior e perceba a sua nova chance que a vida está lhe dando. Aja! 
 
Na primeira vez que você fizer esse exercício, provavelmente você sentirá uma leve angustia, pois pensar na morte e no morrer ainda é um tabu para todos nós. Desejamos colocar essa idéia para o mais longe possível de nossos pensamentos, e não trazê-la para nossas reflexões diárias. Isso é natural, pois esse tipo de reflexão ainda não faz parte da nossa cultura.
 
Polaridades
 
Falando sobre o agir e o existir; o morrer e o viver. Convido você a pensar na polaridade na qual o universo é sustentado. Temos o dia e a noite, a água e o fogo, o mar e o deserto, o céu e a terra, a vida e a morte e assim por diante. Nada é uma coisa só, tudo tem o seu oposto que o ajuda a manter o equilibrio. O estado unilateral é um estado patológico, que precisa do seu oposto para tornar-se equilibrado e sadio. Por exemplo, ninguém é feliz ou triste o tempo inteiro. Isso nos dá a tranquilidade de pensarmos que tudo tem uma finitude. Quando nos apropriamos desta informação, temos força para suportar a dor, e serenidade para valorizar os momentos felizes.
 
Então, não encare “o pensar sobre o viver e o morrer” como algo fúnebre ou sem sentido, apenas tome consciência de que para vivermos plenamente, precisamos nos apropiar da nossa finitude, pois muitas vezes agimos como se tivéssemos a certeza da existência do amanhã, e não temos.
 
Não desperdice a sua vida fazendo o que não ama, e nunca perca de vista os seus sonhos. Traga-os para perto de você, coloque-os em prática. Faça da sua vida algo absolutamente brilhante.
 
Independente das suas crenças, tenha sempre consciência que nesse corpo, com essas pessoas e nesse estilo de vida, só se vive uma vez. Essa sua existência, nesse formato, é única. Torne-a especial!

domingo, 11 de maio de 2014

Quando nos tornamos mães!

 
 
Existe uma grande transformação na mulher quando ela se torna mãe. No começo, somos únicas e independentes, responsáveis apenas por nós mesmas e com pensamentos exclusivistas.
 
Independentes de termos amigos, parentes ou pessoas convivendo conosco, essas não dependem de nós da maneira que um filho dependerá. A maternidade nos traz a consciência da extensão da nossa existência. É como se passássemos a existir, também, em um outro corpo.  Isso pode ser percebido por algumas mulheres como algo lindo e encantador, e por outras como algo estranho e assustador.
 
Provavelmente você já deve ter conhecido no mínimo uma mulher que tem medo, ou não tem vontade, ou mesmo interesse na maternidade. Assim como, já deve ter conhecido outras que sonham em ser mães desde a mais nova idade.  O que desperta o interesse em algumas e o medo em outras?
Cada experiência é única, e não deve ser esteriotipada. Porém, o desejo ou não de ser mãe pode ter uma relação direta com a mãe que você teve e com a sua experiência enquanto filha.
 
A força feminina
 
Nós mulheres somos dotadas de uma força especial, única e de um poder que nos proporciona “formar ou deformar a vida emocional de nossos filhos” (Alice Miller).
 
A primeira experiência interpessoal de todo ser humano é com a mãe. Somos gerados dentro de um útero materno, e somos nutridos não apenas pelo alimento orgânico que vem através da mãe, mas também pela nutrição emocional.
 
Pesquisas com mães e filhos durante o período gestacional comprovam que o feto, a partir do terceiro mês, já consegue absorver muito da emoção materna. Quando estamos ainda dentro do ventre e no nosso processo de formação humana,  já estamos conectados emocionalmente com esse ser feminino que nos dá a vida: a mulher, a mãe.
 
Perceba que desde o inicio de nossas vidas já estamos sendo influenciados pela figura feminina.  Já absorvemos muito dessa essência, e levaremos essa experiência conosco durante a nossa jornada pessoal.
 
O Nascimento de uma Mãe
 
Quando estava grávida de meu filho eu imaginava que já tinha  consciência da maternidade, sobre o “ser mãe”, pois afinal minha barriga crescia a cada semana, meu corpo mudava a cada mês, e eu sabia que em alguns meses um novo ser faria parte da minha vida. Porém, na verdade, eu pude perceber que a mãe que havia dentro de mim nasceu quando ele nasceu.  Com isso, costumo dizer que no momento em que nasce um filho, nasce também uma mãe. Nós somos iniciados no mesmo dia nessa jornada que se chama relação entre “mãe e filhos”.
 
Quando tudo começa
 
Nós seres humanos temos o dom de dar continuidade a ciclos. Passamos adiante o que aprendemos; perpetuamos hábitos e  geramos experiências através deles.
 
Com o nascimento de nossos filhos começa a nossa jornada como mãe e a deles, como filhos. É uma dança, cheia de altos e baixos, permeada por medos, felicidades, inseguranças e certezas.  O que tornará, saudável ou não, a nossa relação com nossos filhos, são os nossos registros emocionais e como os elaboramos dentro de nós, das nossas experiências enquanto filhos.
 
No momento em que acessamos a criança que fomos e a colocamos em contato com o adulto que nos tornamos, poderemos perceber onde estão os nossos medos, angústias, felicidade e impulsos reprimidos que inevitavelmente irão se manifestar algum dia, e muitas vezes através da maternidade.
 
O nosso inconsciente é sábio, e ele libera para o nosso consciente toda informação armazenada que precisa ser elaborada para que nos tornemos um ser humano melhor.
 
A “culpa” não é apenas de nossas mães
 
Tem uma historia que o autor Irvin D. Yalom menciona em um de seus livros, que exemplificará o que pretendo dizer à vocês.  Ela será contada com as minhas palavras e não as do autor, mas a ideia é a mesma:
 
‘Dois filhos de uma mesma mãe se tornaram pessoas totalmente diferentes quando adultos.  Um deles se tornou um empresário de sucesso, tinha uma família feliz e costumava ajudar as pessoas. O outro se tornou um criminoso, nunca casou ou mesmo teve filhos, e as coisas que fazia eram sempre para prejudicar outras pessoas. Ao serem questionados sobre seus estilos de vida, as respostas dos dois foi a mesma: “Sou assim devido a mãe que tive!” ’.
 
Podemos fazer diferente
 
Cada pessoa que conhecemos está passando por uma batalha pessoal que nós não sabemos muita coisa ou nada a respeito, então sejamos generosos sempre” - Ian Maclaren.
Hoje temos mais informações do que os nossos pais tiveram, então temos a obrigação de sermos melhores do que eles conseguiram ser, assim como nossos filhos terão mais informações do que temos, e eles provavelmente serão melhores do que nós somos hoje. Esse é um ciclo de sabedoria que se for colocado em prática gerará bons frutos a humanidade.
 
Repetir os mesmos “erros” que nossos pais cometeram não contribuirá em nada para a evolução da espécie. A velha frase: “Eu cresci apanhando, então acho certo educar dando palmadas” é um bom exemplo da repetição equivocada.
 
Temos em nossas mãos a chance de mudar o mundo, e podemos fazer isso com muito amor e sabedoria. Usando a nossa experiência do passado como referência do que devemos ou não fazer, vai nos ajudar a fazer escolhas corretas e sensatas em tudo na vida.
 
Feliz dia das Mães para todas as mulheres que são mães ou que ainda irão ser!

terça-feira, 22 de abril de 2014

"BookCrossing Blogueiro 2014"

Foto retirada do Blog "Luz de Luma, yes party!"
 
 
"O BookCrossing Blogueiro foi inspirado no BookCrossing - um movimento que acontece fora do mundo virtual – e nada mais é do que o acto de “libertar” um livro com a finalidade de difundir o hábito da leitura. E nós que adoramos ler, sabemos que um livro fechado na estante tem o mesmo valor de páginas em branco. Para valer, ele precisa ser usado e apreciado!"

Segundo as palavras da criadora do evento no Brasil, Luma Rosa
 
 
 



Desta vez eu vou libertar:
 
 
 
Usarei o selo abaixo colado na contracapa do livro:
 
 

sábado, 19 de abril de 2014

A maldade humana - O caso do menino Bernardo

Foto retiradada internet
 
A morte do menino Bernardo Uglione Boldrini de 11 anos, tem me deixado reflexiva sobre as motivações humanas para a prática do mal. Tenho pensado em como nós seres humanos sofremos mutações ao longo dos anos. Mudamos a nossa essência primitiva e nos fragmentamos em diferentes e multiplas formas de ser, umas boas e outras nem tanto. Vou me deter a falar sobre o que poderia nos motivar a praticar o mal, a parte “ruim” que habita dentro de nós.
 
O nosso senso de certo e errado.
 
Sabemos que a nossa capacidade humana de distinguir o que é certo e errado é algo que pode ser aprendido e desenvolvido; porém os mais recentes estudos no cérebro, revelaram que o comportamento humano e a noção sobre o que é certo e errado, já nasce com a gente; ou seja, a espécie humana sofreu uma mutação natural e já vem com as informações sobre o senso moral no DNA. Contudo, não podemos deixar de considerar que o meio cultural em que estamos inseridos tem uma enorme influência sobre o nosso comportamento e decisões; assim não devemos confundir a nossa capacidade inata de distinguir o certo e o errado, com a decisão que tomamos de agir correta ou incorretamente. Então já que nascemos com o sendo moral de certo e errado, por que algumas pessoas decidem praticar o mal em detrimento do bem?
 
A ausência do bem pode estimular a prática do mal?
 
“O mal é a ausência do bem”. Essa frase sempre ecoou em minha mente, e já foi base de muitas conversas inteligentes em grupos de estudos.  Então supostamente a prática do mal acontece porque não exercemos a nossa nata capacidade de senso moral, do certo e errado? De uma maneira simples pode-se dizer que sim, mas a questão pode ser melhor aprofundada no momento em que paramos para pensar sobre as escolhas que fazemos. Quando decidimos fazer o bem, estamos escolhendo um caminho em detrimento do outro, e o contrário é verdadeiro. Voltando ao caso do pequeno Bernardo, os seus assassinos claramente escolheram fazer o mal àquela criança, e abriram mão da escolha de praticar o bem a ela, recusando de dar carinho, atenção e amor; ações básicas e necessárias para o desenvolvimento saudável de uma criança. O que poderia ter levado aqueles pais a escolher a má ação? Provavelmente seus interesses egocêntricos; a necessidade de atender unicamente a si mesmo foi o que importou. Pessoas extremamente individualistas focam apenas em si; perderam o que eu chamo de “estar consciente do outro e de si na vida”.
 
A presença da consciência faz a diferença em nossas ações.
 
Antes de tudo é importante ressaltar a diferença entre estar consciente e ser consciente. O primeiro faz uso da razão; é a nossa capacidade de pensar e entender o que vivemos ou pensamos. O segundo é uma maneira de ser, de estar no mundo; está relacionado a maneira como levamos a vida, e principalmente é a nossa maneira de estabelecer vínculos com as outras pessoas. Gosto de um termo que aprendi ainda na universidade: “A consciência transita entre a razão e a sensibilidade”. Então poderíamos dizer que a prática do mal é também a ausência da consciência? É claro que em apenas uma palavra não é possível explicar essa cruel, profunda e intrigante manifestação do ser humano; mas posso sim dizer que a ausência dela não gera bons frutos, pois o contrário, o estar consciente nos permite cuidar e amar os outros seres.
 
Mente doentia, a psicopatia.
 
Os casos de crimes frios e premeditados como o do menino Bernardo, me faz lembrar das perturbadas mentes psicopatas, as quais são destituídas de consciência. Na Classificação Internacional de Doenças, a psicopatia é denominada de “Transtorno de Personalidade Dissocial”, e como o nome diz, indivíduos com transtono dissocial apresentam dificuldade para conviver em sociedade, pois o que prevalece são seus interesses individuais. Os psicopatas são incapazes de estabelcer vínculos verdadeiros e de se colocar no lugar do outro, e seus crimes são calculistas e visam o seu o seu próprio benefício.  Para mim, os assassinos de Bernardo são genuínos psicopatas; que agiram com crueldade e sem compaixão, ou mesmo culpa ou remorso por terem ceifado a vida de uma criança.
 
Eles estavam conscientes de seus atos, pois a psicopatia não é um estado de loucura, que deixa o indivíduo fora de si e perdido em meio a crises mentais e emocionais; eles, como todo bom psicopata, usaram a inteligência para enganar e tirar do caminho quem os incomodava.
 
O estar consciênte não impede que uma pessoa pratique o mal, ela pode ter consciência do que faz e aceitar isso como uma ação necessária e digna de ser manifestada. O ser consciente sim, nós impede por exemplo de bater num filho em um estado de estresse ou raiva; nos impede de agredir alguém fisica ou verbalmente quando discordamos do que ela diz ou faz. O ser consciente nos coloca no lugar onde devemos estar, o de Ser Humano”.