domingo, 11 de maio de 2014

Quando nos tornamos mães!

 
 
Existe uma grande transformação na mulher quando ela se torna mãe. No começo, somos únicas e independentes, responsáveis apenas por nós mesmas e com pensamentos exclusivistas.
 
Independentes de termos amigos, parentes ou pessoas convivendo conosco, essas não dependem de nós da maneira que um filho dependerá. A maternidade nos traz a consciência da extensão da nossa existência. É como se passássemos a existir, também, em um outro corpo.  Isso pode ser percebido por algumas mulheres como algo lindo e encantador, e por outras como algo estranho e assustador.
 
Provavelmente você já deve ter conhecido no mínimo uma mulher que tem medo, ou não tem vontade, ou mesmo interesse na maternidade. Assim como, já deve ter conhecido outras que sonham em ser mães desde a mais nova idade.  O que desperta o interesse em algumas e o medo em outras?
Cada experiência é única, e não deve ser esteriotipada. Porém, o desejo ou não de ser mãe pode ter uma relação direta com a mãe que você teve e com a sua experiência enquanto filha.
 
A força feminina
 
Nós mulheres somos dotadas de uma força especial, única e de um poder que nos proporciona “formar ou deformar a vida emocional de nossos filhos” (Alice Miller).
 
A primeira experiência interpessoal de todo ser humano é com a mãe. Somos gerados dentro de um útero materno, e somos nutridos não apenas pelo alimento orgânico que vem através da mãe, mas também pela nutrição emocional.
 
Pesquisas com mães e filhos durante o período gestacional comprovam que o feto, a partir do terceiro mês, já consegue absorver muito da emoção materna. Quando estamos ainda dentro do ventre e no nosso processo de formação humana,  já estamos conectados emocionalmente com esse ser feminino que nos dá a vida: a mulher, a mãe.
 
Perceba que desde o inicio de nossas vidas já estamos sendo influenciados pela figura feminina.  Já absorvemos muito dessa essência, e levaremos essa experiência conosco durante a nossa jornada pessoal.
 
O Nascimento de uma Mãe
 
Quando estava grávida de meu filho eu imaginava que já tinha  consciência da maternidade, sobre o “ser mãe”, pois afinal minha barriga crescia a cada semana, meu corpo mudava a cada mês, e eu sabia que em alguns meses um novo ser faria parte da minha vida. Porém, na verdade, eu pude perceber que a mãe que havia dentro de mim nasceu quando ele nasceu.  Com isso, costumo dizer que no momento em que nasce um filho, nasce também uma mãe. Nós somos iniciados no mesmo dia nessa jornada que se chama relação entre “mãe e filhos”.
 
Quando tudo começa
 
Nós seres humanos temos o dom de dar continuidade a ciclos. Passamos adiante o que aprendemos; perpetuamos hábitos e  geramos experiências através deles.
 
Com o nascimento de nossos filhos começa a nossa jornada como mãe e a deles, como filhos. É uma dança, cheia de altos e baixos, permeada por medos, felicidades, inseguranças e certezas.  O que tornará, saudável ou não, a nossa relação com nossos filhos, são os nossos registros emocionais e como os elaboramos dentro de nós, das nossas experiências enquanto filhos.
 
No momento em que acessamos a criança que fomos e a colocamos em contato com o adulto que nos tornamos, poderemos perceber onde estão os nossos medos, angústias, felicidade e impulsos reprimidos que inevitavelmente irão se manifestar algum dia, e muitas vezes através da maternidade.
 
O nosso inconsciente é sábio, e ele libera para o nosso consciente toda informação armazenada que precisa ser elaborada para que nos tornemos um ser humano melhor.
 
A “culpa” não é apenas de nossas mães
 
Tem uma historia que o autor Irvin D. Yalom menciona em um de seus livros, que exemplificará o que pretendo dizer à vocês.  Ela será contada com as minhas palavras e não as do autor, mas a ideia é a mesma:
 
‘Dois filhos de uma mesma mãe se tornaram pessoas totalmente diferentes quando adultos.  Um deles se tornou um empresário de sucesso, tinha uma família feliz e costumava ajudar as pessoas. O outro se tornou um criminoso, nunca casou ou mesmo teve filhos, e as coisas que fazia eram sempre para prejudicar outras pessoas. Ao serem questionados sobre seus estilos de vida, as respostas dos dois foi a mesma: “Sou assim devido a mãe que tive!” ’.
 
Podemos fazer diferente
 
Cada pessoa que conhecemos está passando por uma batalha pessoal que nós não sabemos muita coisa ou nada a respeito, então sejamos generosos sempre” - Ian Maclaren.
Hoje temos mais informações do que os nossos pais tiveram, então temos a obrigação de sermos melhores do que eles conseguiram ser, assim como nossos filhos terão mais informações do que temos, e eles provavelmente serão melhores do que nós somos hoje. Esse é um ciclo de sabedoria que se for colocado em prática gerará bons frutos a humanidade.
 
Repetir os mesmos “erros” que nossos pais cometeram não contribuirá em nada para a evolução da espécie. A velha frase: “Eu cresci apanhando, então acho certo educar dando palmadas” é um bom exemplo da repetição equivocada.
 
Temos em nossas mãos a chance de mudar o mundo, e podemos fazer isso com muito amor e sabedoria. Usando a nossa experiência do passado como referência do que devemos ou não fazer, vai nos ajudar a fazer escolhas corretas e sensatas em tudo na vida.
 
Feliz dia das Mães para todas as mulheres que são mães ou que ainda irão ser!

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