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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Cinco coisas que os pais NÃO deveriam dizer aos seus filhos - A Quarta

"Você ainda não entendeu?” - Você já ensinou o seu filho como pegar uma bola de handball cinco vezes, ou como somar e subtrair frações inúmeras vezes. Ele mostra sinais de que não está entendendo ou de que está tendo dificuldades para fazer o que você ensina, se a partir disso, você apressadamente pergunta: "Você ainda não entendeu?" Podemos não nos dar conta disso, mas este é um comentário degradante.  Se a criança “tem que entender algo que você está tentando ensinar, ela irá querer desesperadamente fazer algo para agradar você, para que atenda as suas expectativas.
 
Dificilmente a frase “você AINDA não entendeu isso? Vem com um tom de voz gentil ou empático, se assim o fosse essa frase não teria sentido ou razão para sair da sua boca. Ela deixa implícitos os seguintes comentários de julgamentos: “Por que você não consegue fazer isso?” - “O que há de errado com você?”  Ao falarmos dessa maneira, penso que não temos a intenção de dizer tais frases aos nossos filhos, mas é dessa forma que eles as entendem, então tomar cuidado com o que falamos é mais que importante, é vital aos nossos filhos. Palavras não apenas ferem, elas destroem muita coisa dentro de nós: o carinho pelos pais, o respeito por si e pelos outros, a autoestima, a consideração, a imagem positiva de si e dos outros e por ai vai – a lista é imensa.
Certa vez escutei de um menino de seis anos a seguinte frase: “mamãe disse que sou burro e louco”. Perguntei para ele como foi a frase que ele escutou da mãe, e ele me respondeu. “A frase foi assim: você não percebe que isso que você fez foi uma burrice? Foi uma loucura!” Bem, esta frase é agressiva até para um adulto escutar, apesar de termos um “crivo auditivo” que seleciona palavras e significados antes de chegar a um entendimento final. Agora imaginemos isso para o ouvido de uma criança que ainda não tem esta capacidade de discernir metáforas. Faz pequenos estragos, não?
Dica: Se você está cansado de ensinar determinadas coisas aos seus filhos, então dê uma pausa para todos. Diga: “Ok, vamos dar um tempo, acho que todos estamos um pouco cansados, vamos fazer algo diferente e daqui a X tempo voltamos, certo?” Provavelmente você vai ouvir: “Oba mamãe!” ou “Claro! Voltamos depois do lanche” “Ufa! até que enfim uma pausa, já estava cansado disso!” (esta é a favorita do meu filho).
Caso você perceba que ensinar não é a sua melhor qualidade, procure alguém que possa fazer isso por você, assim desgastes emocionais e relacionais serão evitados e o aprendizado acontecerá de maneira saudável para todos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Cinco coisas que os pais NÃO deveriam dizer aos seus filhos - A Terceira

3- "Peça desculpas!" – Seu filho de 2 anos pega o brinquedo de outra criança e isso a faz chorar. Você instantaneamente diz para ele: “Devolva o brinquedo e peça desculpas ao amiguinho!” É claro que você está tentando ensinar ao seu filho a ter compaixão e a ser educado com os outros, o que é um objetivo louvável.  Mas "forçar” uma criança pequena a pedir desculpas não vai ensiná-la a ter essas habilidades sociais.
Crianças pequenas não entendem automaticamente o porquê de elas terem que se desculpar.  Quando você “obriga” uma criança a dizer que está arrependida, isso pode atrasar a aceitação natural dela de desculpar-se com alguém. Como assim? Vamos pensar juntos. Pedir desculpas é mais que um gesto gentil, é uma capacidade de sentir compaixão pelo outro, de sentir empatia, de perceber que o que fizemos machucou outra pessoa, então quando automatizamos este gesto com os nossos filhos pequenos, eles não assimilam no tempo deles, a grandeza do “pedir desculpas a alguém”.

Os primeiros aprendizados de uma criança são através dos exemplos que veem, principalmente os exemplos das pessoas que estão próximas, das que cuidam delas no dia a dia. Com isso, os pais são os melhores modelos para ensinar através do exemplo.

Quando você se desculpa com alguém e a sua criança vê isso, ela vai aos poucos percebendo o rico significado da palavra e da ação. Quando você se desculpa com os seus filhos, eles vão sentir “na pele” como é bom ser compreendido e ser acolhido. Estas são as principais maneiras de ensinar “o desculpar-se” aos seus filhos pequenos. Lições aprendidas nos primeiros anos de vida vão caminhar com eles nos demais dias da sua existência. Mas atenção, depois que eles crescem, é a hora de lembra-los do aprendizado obtido lá atrás. Isso serve para as ocasiões em que uma criança de 6 anos faz algo e não se desculpa, aí sim cabe a sua observação a ele: “Filho, cadê a palavrinha mágica?.”  

Dica: Para começar a ensinar aos pequeninos sobre a desculpa nos relacionamentos com os outros (além do exemplo, é claro) tente desculpar-se com a outra criança, isso ajudará o seu filho a entender emocionalmente todo o processo. Esta é uma maneira de modelar o comportamento que você está tentando incentivar. Mas antes se certifique que você está em situações em que um pedido de desculpas é realmente necessário, para que o seu filho não se sinta injustiçado. Se ele não fez nada, mas você entendeu que sim, e pede desculpas por ele, isso poderia gerar um sentimento de injustiça na criança: “Poxa, eu não fiz nada!”

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Cinco coisas que os pais não devem dizer aos seus filhos - A Segunda

  • “Você não tem mais idade para isso!” - Sua filha tem dez anos, e você acha que ela está agindo como se tivesse cinco, então você diz para ela: “Pare com isso, você não tem mais cinco anos!” Este tipo de fala tem uma grande relação com a nossa dificuldade de gerir a nossa própria frustração em relação aos nossos filhos. Queremos que eles se comportem de um jeito e eles fazem de outro, então “jogamos a bomba.” O resultado disso? Filhos ouvem seus pais criticá-los num momento em que eles estão tendo problemas. Problemas? Isso mesmo! Quando uma criança se comporta dessa maneira, é uma forma de nos falar: “eu não sei o que fazer com isso! Antes essas coisas não aconteciam comigo.”  
 É claro que num primeiro momento vai lhe parecer um “jogo”  do tipo encenando um papel para conseguir algo. Mas fiquemos atentos a uma coisa: Nós somos os pais e os adultos dessa relação. As crianças ou adolescentes ainda não possuem a suposta sabedoria que podemos (ou deveríamos) ter. Entender como um jogo, um mimo, uma manhã ou algo do gênero, não significa que você tem razão. Precisamos confirmar esta percepção com eles, e para fazermos isso precisamos ser cuidadosos.  Este é o segredo da empatia (perceber os sentimentos das outras pessoas colocar-se no lugar delas para compreender o seu ponto de vista).  Quando criticamos ou simplesmente apontamos que a criança ou o adolescente está se comportando “mal”, perdemos a grande chance de demonstrar empatia para com eles.
Vou dar um exemplo prático para ficar mais claro: Certo dia chamei meu filho de 8 anos para tomar banho, ele me disse “Eu não vou. Não quero tomar banho!” Achei aquela resposta estranha, pois ele geralmente não responde com aquele tom ou daquela maneira a um chamado meu. Naquele momento pensei que ele estava se comportando como um menino de 3 ou 4 anos (lembrem-se: perceber não significa dizer isso para eles). Continuei falando com ele e perguntei “Por que você não quer tomar banho?” – resposta “Por que não!”.  Opa! Algo está acontecendo (pensei), pois ele não costuma responder sem argumentar ou dizer o que deseja. Cheguei perto dele e perguntei: “Hoje aconteceu algo que você não gostou? Na escola, em casa ou com os amigos?”. Esta é uma boa opção de pergunta, pois ela abre um leque de possibilidades de respostas. Ele me olhou com a cara meio zangada e com os olhos cheios de lágrimas e me disse o que havia acontecido na escola.  Ele tinha um problema, não sabia como lidar com ele e, se comportar como uma criança “tola” que não obedece à mãe era só uma válvula de escape.  Conheço o meu filho, sabia que aquele comportamento não era típico dele, então era claro que havia uma razão para tudo aquilo estar acontecendo.  Quando estamos atentos aos filhos, podemos perceber com mais clareza o que está diferente neles e com eles.
Parece difícil usar a empatia ou a percepção? Acreditem no que eu vou dizer. Apenas parece difícil, mas não é! É claro que agir dessa maneira vai exigir um pouco mais de você. Vai exigir paciência e treino. Quanto mais você praticar esta maneira de se relacionar com os seus filhos, mas fácil ela vai se tornar.
Já escutei algumas pessoas dizerem que não tem paciência, que na hora da raiva e difícil lembrar essas “regras de convivência”, que não conhecem sobre psicologia então nunca irão conseguir agir dessa maneira, etc. Bem, eu só tenho uma resposta para quem pensa assim: Se você não deseja ou acha que não consegue ter paciência, se você não quer dedicar seu tempo para um relacionamento mais saudável com os seus filhos, se você não acredita que é possível agir dessa maneira na hora em que “o circo pega fogo”, então talvez você precise pensar se deseja apenas criar seus filhos (dando alimento, lazer, escola, roupas, etc.) ou pretende educar. Educar não apenas para que possam cumprir com as regras sociais ou de etiquetas, mas educar para que se tornem pessoas saudáveis, íntegras e úteis para a sociedade. Tornar-se bom pai/mãe não é difícil, mas é preciso dedicação.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Transtorno da Ansiedade na Infância

Li recentemente este livro e achei muito interessante para nós pais. Ele fala sobre o transtorno da ansiedade sofrido na infância. Hoje em dia, este transtorno é mais comum do que pensamos.

O livro cita vários exemplos de crianças ansiosas, como:
"A menina Talia tem apenas 9 anos, é cheia de amigas e adora ouvir rock, mas ela morre de medo de água, tanto que evita festinhas à beira da piscina. Outro garoto, George, tem 12 anos e se sente muito sozinho. Apesar de conversar com os pais, não consegue socializar com mais ninguém e isso tem preocupado sua família. Laís, de 7 anos não consegue viver mais longe de sua mãe e nem aceita mais dormir na casa do pai (eles se separaram). Já Caio, de 10 anos, se preocupa com tudo e vive com medo, e sempre que encosta em um objeto que pode lhe transmitir germes, corre para o banheiro para lavar as mãos intensamente."

Todos esses casos e sintomas são exemplos de ansiedade exagerada. A ansiedade é algo normal e faz parte da vida de todas as crianças e, como visto, ela pode assumir diversas formas. O grande problema, contudo, é quando o transtorno atrapalha a vida da criança a ponto de isolá-la do mundo por conta de sua fobia. Em alguns casos, a ansiedade na infância pode marcar o início de uma vida de angústias e tormentos que, nos casos mais graves pode levar a problemas mais sérios na fase adulta.
Precisamos conhecer mais sobre o tema para que possamos ajudar aos nossos filhos que, dependendo do caso, devem também contar com o auxílio de um profissional.

Aqui, coloco um trecho de um capítulo do livro que achei interessante:

Como a Ansiedade Infantil se manifesta?

"Todo mundo é único e não há duas crianças ansiosas que se comportem exatamente da mesma maneira. Existem, porém, amplas semelhanças que podemos descrever.

Quando sente ansiedade, a criança geralmente percebe três efeitos diferentes. Em primeiro lugar, a ansiedade é vivida em seus processos mentais e pensamentos. A criança ansiosa terá pensamentos que giram em torno de algum tipo de perigo ou ameaça: podem viver com medo de se machucar, de que alguém próximo a elas se machuque ou de ser motivo de risos. Em segundo lugar, a ansiedade é experimentada em um plano físico, em seu corpo.

Quando uma criança se torna ansiosa, seu corpo se torna mais empertigado, mais alerta. Os pesquisadores frequentemente se referem a esse fenômeno como resposta

"luta ou fuga", porque ele serve para proteger a pessoa, preparando-a para lutar ou fugir do perigo em potencial. A reação de luta ou fuga envolve mudanças tais como aumento da frequência cardíaca, respiração, transpiração e náusea.

Por conseguinte, quando apreensiva, a criança ansiosa pode queixar-se de dor de estômago, de dor de cabeça, pode vomitar, ter diarreia ou fadiga. Em terceiro lugar, e provavelmente o mais importante, a ansiedade afeta o comportamento da criança. Em situações que a deixam ansiosa, ela pode ficar nervosa, sentir as pernas bambas, chorar, agarrar-se a adultos ou ficar trêmula.

Não podemos deixar de mencionar que a ansiedade quase sempre envolve algum tipo de fuga. Pode tratar-se de uma fuga óbvia (recusar-se a levar o lixo para fora de casa quando está escuro, por exemplo), assim como pode envolver manifestações mais sutis (ficar cuidando o tempo todo da música, em uma festa, para não ter de conversar com ninguém, por exemplo).

O grau de ansiedade varia muito de uma para outra criança. Certas crianças têm medo apenas de uma ou duas coisas. Pode ser, por exemplo, que uma criança seja habitualmente segura e extrovertida, mas tenha medo de dormir de luz apagada. Na outra ponta do espectro, algumas crianças podem afligir-se com muitas áreas da vida e parecer sempre nervosas e sensíveis. Pode acontecer, por exemplo, de a criança ficar muito apreensiva diante de qualquer situação nova, ter medo de conhecer outras crianças, ter medo de cachorros, de aranhas e do escuro, ou ficar muito intranquila quando os pais saem à noite."

Fica aqui a sugestão para leitura.
Boa semana!

domingo, 5 de setembro de 2010

Uma pausa para a diversão. Que tal tirar fotos?


Crianças e adolescentes adoram diversão e nós adultos adoramos tirar fotos deles, não é? Por isso estou postando algo diferente desta vez, só para descontrair a garotada e dar uma folga para os pais neste feriadão.

Lembram daquelas cabines de tirar fotos automáticas? Bem, criaram uma versão online bem divertida! O site chama La Photo Cabine e para usá-lo basta ter uma webcam e acessar o site http://www.laphotocabine.com/


Você "entra" na cabine, escuta as instruções de uma moça como se fosse em uma cabine de verdade. Ela fala francês, mas é tudo bem fácil de usar.
 Clic na setinha amarela para "entrar" na cabine.

 
Agora é só se posicionar em frente a câmera, acertar o enquadramento, apertar o botão vermelho e pronto! Você irá ouvir quatro "flashes" e logo em seguida suas fotinhos saem pela maquina.
É muito legal! Faça poses a vontade.

Você pode escolher fotos coloridas ou em preto e branco. Pode colocar as fotos todas na vertical ou assim, arrumadas na forma de um retângulo. O meu pequeno achou muito divertido e não queria mais parar...
Boas Fotos! Lila

sábado, 21 de agosto de 2010

No Parque

A pequena historinha abaixo, mostra com clareza como as crianças lidam com a própria timidez.
"Dia desses eu estava sozinha
Sentada num banquinho
Que só tinha lugar para mim
Ai pensei:
Que tal procurar um outro lugar
com mais espaço
pra outro caber?
Sai voando e encontrei um banco comprido
Tão grandioso que acomodaria uma geração de borboletas!
E não demorou para chegar a companhia
"Gosta de vir ao parque?", perguntou.
"Sim, sim. Aqui tem árvores, sorvete e vento gostoso".
"Eu também adoro o vento! Ele desmancha os cabelos,
mas também faz cafuné."
Quer saber? Agora só procuro sentar
em bancos bem grandões assim".
____________________________
Fotos: Dani Romanesi

Almofadas no Chão

Olá queridos leitores do blog!
Para reativar o blog depois de quatro semanas ausente, escolhi este texto que amo de paixão.
Que ele inspire a pequena criança que existe dentro de cada um de nós.
Com carinho,
Lila
"Você é uma criança e sempre será.
Por mais que os anos lhe pareçam pesos acrescentados à sua bagagem, você nunca esquecerá de uma caixa cheia de brinquedos.
Ainda que sua alegria de hoje não seja a mesma dos anos primeiros, jamais lhe será possível esquecer como era sorrir sem medo de ser feliz.
Mesmo que decepções tenham abalado sua confiança nos semelhantes, vez ou outra você se lembrará de alguém pequenino que há muitos anos lhe deu um beijo todo melado, numa festa de aniversário.
Ainda que muitos amores entrem e saiam de sua vida, as lembranças do primeiro amor em nenhum tempo se apagarão de sua memória.
Depois de alguns fracassos, talvez hoje você creia que é difícil alcançar o sucesso, mas para sempre relembrará o orgulho que sentiu de si mesmo quando recebeu seu primeiro diploma.
Se hoje, pouco ou nada a surpreende, após tantos revezes, por certo nunca esquecerá a surpresa e o prazer que sentiu quando descobriu que Papai Noel era o seu papai.
Embora a solidão tantas vezes a assalte, em certos momentos você lembrará como era bom ficar sozinha, falando com seus amigos invisíveis.
Se hoje, em dias de lazer, em praias ou campos, você se policia todo o tempo para não se sentir ridícula, é bem nesses dias que você recorda como já foi gostoso andar sem vestes, inocentemente, e sem sentir vergonha.
Por mais que o tempo passe, você é uma criança e sempre será.
Agora você está aí, crescida, sofrida, cheia de boas e de más experiências, de vivências que a ajudam a prosseguir, mas lá no fundo - bem no fundo - você sabe que alguém que mais tinha a lhe ensinar era a criança que você mandou ficar quieta, comportada, sentada lá num cantinho, não podendo abrir a boca sem pedir licença.
Seja qual for a sua idade, isso pouco importa à sua criança.
É só chamar e ela se aproximará
Chame-a!
Ria com ela... Brinque com ela...
Ela está louquinha para fazer bagunça e para morrer de rir de você e com você.
Alegre-a! Ela merece! Você merece!
Não se importe com o que os outros possam pensar. Pois eles também são crianças e sempre serão.
Convide-os para um passeio no seu trenzinho elétrico.
Talvez eles se neguem a ir, mas um dia se arrependerão.
Ande sem medo de cair, pois para as crianças, Deus coloca almofadas no chão".
_____________________________
Texto: Silvia Schmidt

terça-feira, 15 de junho de 2010

Eduque com Respeito

Trabalho na área clínica atendendo pessoas de todas as idades. Adoro estar com elas e poder compartilhar um pouco do íntimo universo de cada um. Sinto-me verdadeiramente honrada!

Aqui confesso a minha paixão pelo trabalho com crianças e adolescentes, em especial com a orientação de pais. Não é um trabalho fácil, como muitos tendem a pensar. É extremamente delicado, pois lido com as crianças/adolescentes (o que é mais simples e deliciosamente gratificante) e com seus pais. É impossível atender esse universo de clientes sem fazer um elo de comunicação com os pais, pois muitas vezes o que os filhos pensam e como se comportam é oriundo dessa relação.

Duas coisas me chamam a atenção no trabalho de orientação de pais: A dificuldade que eles tem em estabelecer limite e educar com firmeza.

Entendo perfeitamente porque os pais estão um pouco perdidos nesse mundo moderno, onde o educar virou um grande dilema. Muitos se perguntam: Faço como os meus pais fizeram? Ou educo da maneira “moderna”. Bem, é aí que todo o problema começa. Não existe a maneira moderna, existe a maneira certa, sempre houve. Os nossos pais estavam tão perdidos quanto nós estamos.

É claro que muito tem se falado sobre a educação de filhos e antigos conceitos foram repaginados e muitos livros editados. Hoje em dia temos mais acesso a informações, ao cuidar de nós mesmos, ao que ler. Mas o que fazer com tudo isso? Como pôr em prática tudo o que ouvimos e lemos?

Num certo dia escutei a queixa de um casal sobre o seu filho de cinco anos: “Não sabemos mais o que fazer. Ele não nos ouve, só faz o que quer” (esta tem sido uma queixa muito comum entre os pais). Quando escuto esse tipo de frase, tenho plena certeza de que os pais estão perdidos. Eles se perderam no “como educar seus filhos”. Quando aprofundo a conversa, surge a frase que já imaginava: “Nós não batemos, mas ele fica de castigo sempre e, muitas vezes perco a paciência e grito. Olha que sempre procuro falar com calma...” Percebem a confusão? Se nós ficamos confusos imaginem os filhos. E eles quando se sentem confusos vão tentar se achar, procurar um porto seguro. Se não é em nós, em quem ou em que será?

Precisamos apreender que para sermos pais amorosos, legais, amigos, cuidadosos e que educam não é, nem de longe, preciso ser permissivo. Nossos filhos precisam de ajuda! Nós devemos direcionar a sua caminhada, guiar os seus passos, amparar e acolher as suas dúvidas. Conseguimos isso quando estamos cientes de quem é o adulto na família. Não é a velha e cruel frase: “Quem manda aqui sou eu e você tem que me ouvir!”. Você não tem que mandar e nem que ser ouvido por obrigação. Eles precisam aprender a respeitar e a querer ouvir você, não porque são obrigados, mas porque confiam no que você diz. Isso é respeito! Você só consegue isso quando dá o exemplo. Respeite e confie nos seus filhos e eles farão o mesmo com você.

Abraços,
Lila

domingo, 23 de maio de 2010

Transtorno de Conduta. O que é isso?

Quem assistiu ao filme Toy Story conhece bem o personagem de um garotinho chamado Cid. Ele destrói todos os seus brinquedos e os da sua irmã. Cid tem um dos comportamentos típicos de crianças e adolescentes com Transtorno de Conduta. Esses pequenos que se divertem com o sofrimento dos outros, seja um animal ou um amigo chamam a atenção pela agressividade exagerada e falta de empatia.

O que é o Transtorno de Conduta? - "É um padrão repetitivo e persistente de comportamento que viola regras sociais importantes em sua idade ou os direitos básicos alheios" (ABP - Associação Brasileira de Psiquiatria)

Bem, nenhum menor de 18 anos pode ser chamado de psicopata, uma vez que sua personalidade ainda não está formada. Nesses casos, usamos o termo "Transtorno de conduta". Calma! Não quero dizer que as crianças com transtornos de conduta serão psicopatas no futuro, mas não posso deixar de ressaltar que esse transtorno revela um forte risco. Assim como nem toda criança com TC será um psicopata, mas todo psicopata sofria de TC.

Quando o comportamento de uma criança ou adolescente deve nos preocupar?
Quando mentem ou furtam com frequencia, desrespeitam regras constantemente, maltratam animais ou a outras crianças e demonstram agressividade excessiva. É claro que certo grau de malvadeza é aceitável na infância e adolescência, pois faz parte do desenvolvimento. Vamos dar um desconto! Até mesmo porque o TC é caracterizado pela repetição, e não por atos isolados. Eles podem vir acompanhados de hiperatividade e déficits graves de atenção.

Costumo dizer que não devemos cobrar nada de ninguém que a idade não permita. Por isso, não exija capacidade de julgamento (consciência do que pode ou não fazer) ou analise de limites de crianças menores de 7 anos. Somente a partir desta idade é que essa capacidade se desenvolve. Por exemplo: Quando um menino de 6 anos coloca o gato no microondas, ele não sabe o risco que está expondo o animal, mas um menino de 8 anos sabe. É claro que existem exceções em relação a idade como no famoso caso da menina inglesa de 2 anos chamada Mary Bell (1968). Já nesta idade era muito diferente de qualquer outra criança. Nunca chorava quando se machucava e destruía todos os seus brinquedos. Aos 4 anos precisou ser contida ao tentar enforcar um amiguinho na escola. Aos 5 anos, viu um colega sendo atropelado e não demonstrou nenhuma reação emocional. Depois da alfabetização, ficou incontrolável: pichava paredes na escola, incendiou a sua casa e maltratava animais. Aos 11 anos, Mary matou por estrangulamento dois meninos (3 e 4 anos) sem dó e piedade. Antes de ser julgada, Mary foi avaliada por psiquiatras e psicólogos e teve como diagnóstico um gravíssimo transtorno de conduta. Mary foi um caso clássico e raro de psicopatia na infância. Muitos psicopatas sofreram abuso na infância, seja físico, sexual ou psicológico. O caso citado reuniu todos os fatores.

O que torna uma criança com tendência a psicopatia?
Existem três fatores de risco: a predisposição genética, um ambiente hostil e possíveis lesões cerebrais no decorrer do desenvolvimento. Esses fatores não atuam sozinhos, eles precisam de terreno fértil. Quando a criança se encontra em um ambiente hostil, violento e com carência de afeto, os sintomas podem se manifestar.
Até então, não se conhece a cura para a psicopatia em adultos, no entanto existe a chance de mudar o comportamento de crianças com o transtorno de conduta e evitar que se tornem transgressores mais tarde.

Um abraço,
Lila
______________________
Fonte & Sugestão de Leitura:
Gritos no vazio - A história de Mary Bell - Gitta Sereny. Editora: Gutenberg
Teorias da Personalidade - Howard S. Friedman & Mirian W. Schustack

sábado, 26 de setembro de 2009

Surras diminuem o Q.I. de crianças

Fonte: Pesquisa da New Scientist - Reportagem da Folha OnLine - Caderno: Ciência & Saúde

Uma surra pode deixar uma marca na criança que é pior do que o desenho vermelho das mãos. Palmadas e outras punições corporais atrasam a inteligência infantil, segundo demonstra um novo estudo.
O Q.I. (quociente de inteligência) de crianças entre 2 e 4 anos que receberam palmadas regulares de seus pais caiu mais de cinco pontos no decorrer de quatro anos, comparado com o de crianças que não levaram palmadas.
O Quoeficiente de Inteligência apresenta queda de 5.5 pontos com palmadas. Vale ressaltar que o estímulo intelectual é mais importante, diz estudo. "O lado prático disso é que os pediatras e psicólogos precisam começar a dizer: " Não batam, sob qualquer circunstância!", diz Murray Straus ( sociólogo da Universidade de New Hampshire, em Durham) que capitaneou o estudo juntamente a Mallie Paschall (do Centro de Pesquisa e Prevenção em Berkeley, na Califórnia)

Sem desculpas
Essas não são as primeiras evidências de que bater em crianças traz um custo. Tomografias do cérebro de crianças severamente castigadas, descobriram que receber surra baixa o desempenho cerebral. No entanto, os novos pesquisadores fazem uma ligação mais forte no relacionamento de causa e efeito entre surras e inteligência.
Elizabeth Gershoff, pesquisadora de desenvolvimento infantil da Universidade do Texas, examinou crianças no decorrer de quatro anos, além de calcular muitas variáveis passíveis de confusão, como a etnia dos pais, educação e se eles faziam leituras para as crianças ou não.

Straus e Paschall analisaram dados coletados nos anos 1980 como parte de uma pesquisa nacional de saúde infantil. Em 1986, um estudo anterior mensurou o Q.I. de 1.510 crianças com idade entre 2 e 9 anos, e também observou a frequência em que suas mães as submetiam a punições corporais. Os pesquisadores repetiram os testes quatro anos depois. Os pesquisadores separaram as crianças em dois grupos de idade --2 a 4 anos e 5 a 9-- porque alguns psicólogos infantis afirmam que surras ocasionais são aceitáveis em crianças mais novas, mas não em crianças mais velhas. (Eu não concordo com esta parte)

Abaixo às palmadas
As projeções revelaram que 93% das mães bateram em crianças entre 2 a 4 anos ao menos uma vez por semana, e que 58% recorreram à disciplina física com crianças mais velhas. Quase metade das mães das crianças mais novas bateram em seus filhos três ou mais vezes por semana, apontaram Straus e Paschall.

Quatro anos depois, as crianças mais novas que jamais apanharam de suas mães tiveram um ganho de 5.5 pontos de Q.I., se comparadas com crianças que sofreram punições corporais, enquanto os mais velhos que não apanharam ganharam 2 pontos de Q.I. em relação aos que não apanharam. Estes resultados põem em dúvida a prática de surra apenas nas crianças mais novas, diz Straus. "Uma das ironias mais cruéis é que as crianças novas são mais propensas a risco porque seus cérebros têm partes de desenvolvimento ainda em formação". (Esta parte eu concordo!)

Apesar da conclusão dos cientistas, a palmada não é uma garantia de mediocridade intelectual. Nas crianças mais novas, o atributo que fez mais diferença para a pontuação do Q.I. era se as mães estimulavam ou não a capacidade cognitiva. Isto era mais importante do que qualquer outra coisa, incluindo o castigo corporal.
"Digamos que você tem uma criança que tem pais educados, que apoiam e dão estimulação cognitiva, mas que batem: estas crianças vão ficar bem de qualquer modo, poderiam ficar melhores caso não apanhassem", afirma Strauss.
Entretanto, ele tem pouca paciência com o argumento de que a surra complementa aquilo que a disciplina não cobre. "A pesquisa simplesmente não mostra isso", diz ele. "Bater não funciona melhor com crianças pequenas".