Trabalho na área clínica atendendo pessoas de todas as idades. Adoro estar com elas e poder compartilhar um pouco do íntimo universo de cada um. Sinto-me verdadeiramente honrada!
Aqui confesso a minha paixão pelo trabalho com crianças e adolescentes, em especial com a orientação de pais. Não é um trabalho fácil, como muitos tendem a pensar. É extremamente delicado, pois lido com as crianças/adolescentes (o que é mais simples e deliciosamente gratificante) e com seus pais. É impossível atender esse universo de clientes sem fazer um elo de comunicação com os pais, pois muitas vezes o que os filhos pensam e como se comportam é oriundo dessa relação.
Duas coisas me chamam a atenção no trabalho de orientação de pais: A dificuldade que eles tem em estabelecer limite e educar com firmeza.
Entendo perfeitamente porque os pais estão um pouco perdidos nesse mundo moderno, onde o educar virou um grande dilema. Muitos se perguntam: Faço como os meus pais fizeram? Ou educo da maneira “moderna”. Bem, é aí que todo o problema começa. Não existe a maneira moderna, existe a maneira certa, sempre houve. Os nossos pais estavam tão perdidos quanto nós estamos.
É claro que muito tem se falado sobre a educação de filhos e antigos conceitos foram repaginados e muitos livros editados. Hoje em dia temos mais acesso a informações, ao cuidar de nós mesmos, ao que ler. Mas o que fazer com tudo isso? Como pôr em prática tudo o que ouvimos e lemos?
Num certo dia escutei a queixa de um casal sobre o seu filho de cinco anos: “Não sabemos mais o que fazer. Ele não nos ouve, só faz o que quer” (esta tem sido uma queixa muito comum entre os pais). Quando escuto esse tipo de frase, tenho plena certeza de que os pais estão perdidos. Eles se perderam no “como educar seus filhos”. Quando aprofundo a conversa, surge a frase que já imaginava: “Nós não batemos, mas ele fica de castigo sempre e, muitas vezes perco a paciência e grito. Olha que sempre procuro falar com calma...” Percebem a confusão? Se nós ficamos confusos imaginem os filhos. E eles quando se sentem confusos vão tentar se achar, procurar um porto seguro. Se não é em nós, em quem ou em que será?
Precisamos apreender que para sermos pais amorosos, legais, amigos, cuidadosos e que educam não é, nem de longe, preciso ser permissivo. Nossos filhos precisam de ajuda! Nós devemos direcionar a sua caminhada, guiar os seus passos, amparar e acolher as suas dúvidas. Conseguimos isso quando estamos cientes de quem é o adulto na família. Não é a velha e cruel frase: “Quem manda aqui sou eu e você tem que me ouvir!”. Você não tem que mandar e nem que ser ouvido por obrigação. Eles precisam aprender a respeitar e a querer ouvir você, não porque são obrigados, mas porque confiam no que você diz. Isso é respeito! Você só consegue isso quando dá o exemplo. Respeite e confie nos seus filhos e eles farão o mesmo com você.
Abraços,
Lila
Nenhum comentário:
Postar um comentário