segunda-feira, 26 de abril de 2010

Quem manda aqui sou eu! ... Será?

Trabalho na área clinica atendendo pessoas de todas as idades. Adoro estar com elas e poder compartilhar um pouco do íntimo universo de cada um. Sinto-me verdadeiramente honrada!

Aqui confesso a minha paixão pelo trabalho com crianças e adolescentes, em especial com a orientação de pais. Não é um trabalho fácil, como muitos tendem a pensar. É extremamente delicado, pois lido com as crianças/adolescentes (o que é mais simples e deliciosamente gratificante) e com seus pais. É impossível atender esse universo de clientes sem fazer um elo de comunicação com os seus pais, pois muitas vezes o que elas passam é oriundo dessa relação parental.

Duas coisas me impressionam no trabalho com pais: a dificuldade de estabelecer limites e educar com firmeza seus filhos. É incrível como é quase unânime as queixas que são apresentadas (Postarei outros textos sobre os temas).

Entendo perfeitamente porque os pais estão um pouco perdidos nesse mundo moderno, onde o educar virou um grande dilema. Muitos se perguntam: Faço como os meus pais fizeram? Ou educo da maneira “moderna”? Bem, é aí que todo o problema começa. Não existe a maneira moderna, existe a maneira certa, sempre houve. Os nossos pais estavam tão perdidos quanto nós estamos. Claro, muito tem se falado sobre a educação de filhos. Antigos conceitos foram repaginados e muitos livros editados. A diferença é que temos mais acesso a informações, ao cuidar de nós mesmos, ao que ler. Mas o que fazer com tudo isso? Como pôr em prática tudo o que ouvimos e lemos?

Num certo dia escutei a queixa de um casal sobre o seu filho de cinco anos: “Não sabemos mais o que fazer. Ele não nos ouve, só faz o que quer” (esta tem sido uma queixa muito comum entre os pais). Quando escuto esta frase, tenho plena certeza de que estes pais estão perdidos. Eles se perderam no “como educar seus filhos”. Quando aprofundo a conversa, surge a frase que já imaginava: “Nós não batemos, mas ele fica de castigo sempre e, muitas vezes perco a paciência e grito. Olha que sempre procuro falar com calma...” Percebem a confusão? Se nós ficamos confusos imaginem os filhos. E eles quando se sentem confusos vão tentar se achar, procurar um porto seguro. Se não é em nós, em quem ou em que será?

Precisamos apreender que para sermos pais amorosos, legais, amigos, cuidadosos e que educam não é, nem de longe, preciso ser permissivo. Nossos filhos precisam de ajuda! Nós devemos direcionar a sua caminhada, guiar os seus passos, amparar e acolher as suas dúvidas. Conseguimos isso quando estamos cientes de quem é o adulto na família. Não é a velha e cruel frase: “Quem manda aqui sou eu e você tem que me ouvir”. Você não tem que mandar e nem que ser ouvido com obrigação. Eles precisam aprender a querer ouvir você, não porque são obrigados, mas porque confiam no que você diz. Isso é respeito! Você só consegue isso quando dá o exemplo. Respeite e confie nos seus filhos e eles farão o mesmo com você.
Abraços,
Lila

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Os Filhos e o Divórcio

A crença dos filhos em relação aos pais é que eles viverão juntos para sempre. Dificilmente passa pela cabeça desses pequenos que os pais podem um dia vir a se separar. Porém sabemos que o divórcio acontece e que na maioria das vezes não é bom para os filhos.

Existem escritores que tentam amenizar a dor da separação, escrevendo dicas sobre como lidar a situação. Os argumentos são distintos, mas a realidade é que nenhum filho gosta dessa idéia.

Obviamente existem filhos que afirmam que a separação dos pais foi a melhor decisão para a vida do casal diante da vida que levavam, mais isso não signfica que aprovam a idéia de separação. Muito provavelmente eles iriam preferir ter os pais juntos e vivendo felizes.

Os corações mudam, os objetivos do casal tornam-se diferentes e a cada dia vai ficando mais pesado e dificil levar uma vida a dois. Este é um ponto de decisão: separar-se ou tentar reconstruir a relação. Bem, geralmente os casais que decidiram se separar, já tentaram a reconciliação e já deram chances para a relação. Tendo elas esgotado e nada mudado, a separação passa a ser o objetivo final.

Sabemos que o divórcio é quase sempre o ponto final em anos de desentendimentos, expressos ou velados, entre os pais. Há pais que se orgulham do fato de não ter havido muitas brigas antes da separação. “Nunca discutimos na frente das crianças” Bem, isso não é garantia de que a separação será menos dolorosa para os filhos, pois as crianças sabem que os desentendimentos existem. Elas têm um incrível radar para captar o que está oculto.

Prováveis consequencias da separação
 
Casais que brigam muito e que se divorciam, podem gerar em seus filhos estresse e um sentimento de impotência, pois eles não desejam que tudo acabe, mas sabem que não podem fazer nada. E, o que é pior, as crianças às vezes acreditam que a separação dos pais aconteceu porque elas não foram boas o suficiente, sentem como se fosse culpa delas. Esse tipo de crença pode persistir, mesmo que os pais digam o contrário.

A separação sob a perspectiva do adolescente
 
Diante da separação, os adolescentes podem perder a credibilidade antes depositada nos pais. Já ouvi uma garota de 15 anos se referir aos pais separados da seguinte maneira: “Como posso confiar neles? Eu pensei que se amavam, e de repente se separam e nem se importam com o que penso sobre isso”.

Dados de pesquisa

Um estudo observou por vinte e cinco anos crianças cujos pais haviam se separado. Descobriu-se que tais crianças apresentavam muito mais dificuldade no amor, em sua vida íntima e no comprometimento com seu casamento, do que um grupo de controle cujos pais não haviam se divorciado. Além disso, os filhos de pais divorciados tinham muito mais dificuldade de exercer seus papeis de pais.

Você pode estar se perguntando: Já que separar-se é ruim e ficar numa relação com brigas também. O que devo fazer? Se o divórcio é inevitável, procure dar o maior apoio possível para os seus filhos. Isso poderá diminuir o impacto da sua decisão sobre eles.

Algumas dicas:
 
- Evite coloca-los contra o pai/mãe. Lembre-se: é você que está se separando, não eles;
- Não tente fazer de seus filhos um álibe ou suporte emocional. Essa decisão e suas conseqüências, você terá que assumir sozinho(a);
- Permita que eles expressem o que pensam e sentem sobre o assunto, por mais que seja doloroso para você ouvir. Isso alivia muito o mal estar causado pela separação.
- Ao começar a namorar de novo, poupe seus filhos no início da sua relação. Apresente a eles somente quando a relação já estiver estável e com grandes chances de dar certo.
- Aceite e acolha os sentimentos que podem surgir em seus filhos com a separação (raiva, medo, angústia, depressão, etc.) Caso você não consiga lidar bem com eles, procure ajuda profissional para você e para seus filhos.
- Você está separando(a) do seu marido/esposa, não de seus filhos, então procure estreitar as relações e aumentar o vínculo.

Abraços,
Lila
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Sugestão de leitura: Meus pais se separaram. E agora? Cyntia MacGregor. Ed. Novo Século

terça-feira, 20 de abril de 2010

O Segredo do Casamento

Este pequeno texto de Stephen Kanitz fala um pouco sobre o casamento. É no mínimo uma reflexão com descontração. Boa leitura!
"Meus amigos separados não cansam de me perguntar como eu consegui ficar casado trinta anos com a mesma mulher. As mulheres, sempre mais maldosas que os homens, não perguntam a minha esposa como ela consegue ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo.
Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo.

Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário. Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas, dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue.

Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém agüenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade. Eu, na realidade, já estou em meu terceiro casamento - a única diferença é que me casei três vezes com a mesma mulher. Minha esposa, se não me engano, está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes do que eu.

O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher. O segredo no fundo, é renovar o casamento, e não procurar um casamento novo. Isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal. De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. De tempos em tempos, é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, voltar a se vender, seduzir e ser seduzido.

Há quanto tempo vocês não saem para dançar? Há quanto tempo você não tenta conquistá-la ou conquistá-lo como se seu par fosse um pretendente em potencial? Há quanto tempo não fazem uma lua de mel, sem os filhos eternamente brigando para ter a sua irrestrita atenção?
Sem falar nos inúmeros quilos que se acrescentaram a você, depois do casamento. Mulher e marido que se separam perdem 10 quilos num único mês, por que vocês não podem conseguir o mesmo?

Faça de conta que você está de caso novo. Se fosse um casamento novo, você certamente passaria a freqüentar lugares desconhecidos, mudaria de casa ou apartamento, trocaria seu guarda-roupa, os discos, o corte de cabelo e a maquiagem. Mas tudo isso pode ser feito sem que você se separe de seu cônjuge.

Vamos ser honestos: ninguém agüenta a mesma mulher ou marido por trinta anos com a mesma
roupa, o mesmo batom, com os mesmos amigos, com as mesmas piadas. Muitas vezes não é sua esposa que está ficando chata e mofada, são os amigos dela (e talvez os seus), são seus próprios móveis com a mesma desbotada decoração. Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um dos prazeres da separação. Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo círculo de amigos.

Não é preciso um divórcio litigioso para ter tudo isso. Basta mudar de lugares e interesses e não se deixar acomodar. Isso obviamente custa caro e muitas uniões se esfacelam porque o casal se recusa a pagar esses pequenos custos necessários para renovar um casamento. Mas, se você se separar, sua nova esposa vai querer novos filhos, novos móveis, novas roupas, e você ainda terá a pensão dos filhos do casamento anterior.

Não existe essa tal "estabilidade do casamento", nem ela deveria ser almejada. O mundo muda, e você também, seu marido, sua esposa, seu bairro e seus amigos. A melhor estratégia para salvar um casamento não é manter uma "relação estável", mas saber mudar junto. Todo cônjuge precisa evoluir, estudar, aprimorar-se, interessar-se por coisas que jamais teria pensando fazer no início do casamento. Você faz isso constantemente no trabalho, por que não fazer na própria família? É o que seus filhos fazem desde que vieram ao mundo.

Portanto, descubra o novo homem ou a nova mulher que vive ao seu lado, em vez de sair por aí tentando descobrir um novo e interessante par. Tenho certeza de que seus filhos os respeitarão pela decisão de se manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças. Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão: por isso, de vez em quando é necessário casar-se de novo, mas tente fazê-lo sempre com o mesmo par".
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Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br)
Editora Abril, Revista Veja, edição 1922, ano 38, nº 37, 14 de setembro de 2005, página 24.

domingo, 18 de abril de 2010

Honestidade vem de berço!

Tenho um princípio básico na educação do meu filho: Que ele seja Honesto, Justo e Bom. Porém, é uma missão árdua... Principalmente na sociedade em que vivemos, onde a desonestidade virou senso comum. É claro que existem exceções, mas não estou me referindo a minoria e sim ao grande número que cresce, não apenas no Brasil, mas no mundo.

A revista Seleções do Readers Digest fez uma pesquisa em trinta e um países para testar a honestidade das pessoas. Não, o Brasil não ficou em primeiro lugar e sim em décimo quarto... Bem, não somos os mais desonestos do mundo, o que pode ser um pequeno alívio, mas não a solução.

A pesquisa consistia em “esquecer" trinta celulares em locais estratégicos para ver quem os devolvia. A China ganhou o titulo de país mais desonesto. Foram recuperados apenas treze celulares. Segundo a pesquisa, uma das pessoas ao invés de devolver, deu o celular para o filho pequeno, só porque ele pediu... Em Hong Kong, um guarda que achou um celular, disse ao ser questionado: Que celular? Ele estava segurando o telefone.

A honestidade é uma questão de educação, mas infelizmente até mesmo pessoas que foram rigorosamente educadas podem vir a desenvolver a desonestidade. Por que isso acontece? Muitas vezes por ambição, desejo de ter o que não se pode comprar, enriquecer sem fazer esforço ou à custa do dinheiro do outro. Segundo a especialista em saúde mental, Bianca Bortolini Florsz existe três fatores que podem levar a desonestidade. Primeiro por desvio de caráter, esse nasce com a pessoa indiferente da educação e estrutura familiar; segundo é característica de personalidade, esse pode ser revertido e terceiro o comportamental, que se desenvolve devido ao meio em que vive.

Há também quem seja desonesto por doença, como roubos compulsivos. São os Cleptomaníacos. A cleptomania é um transtorno no controle do impulso. Essa doença não escolhe classe social e geralmente é diagnosticada na idade adulta.

Ser desonesto não é somente roubar, mas também levantar falso testemunho, conseguir as coisas passando por cima de outras pessoas, fraudar, não ser digno, não ter caráter e enganar. No dicionário o conceito da palavra desonesto significa: Quem não tem honestidade, indigno, torpe, desprezível, impudico, devasso.

Nesta semana fui vítima de uma situação desonesta: O meu telefone fixo ficou mudo por um longo período de dias, quase uma semana depois veio um técnico e o “consertou”. Dois dias depois, o mesmo problema; novamente chamamos o técnico da telefonia e o mesmo argumentou com o meu marido que o problema era no cabo, que precisaria trocar e que esse serviço precisava ser pago. Meu marido acreditou na conversa e concordou com o serviço e pagamento. Ao saber da situação, achei tudo estranho, primeiro pelo serviço ser cobrado, já que pagamos mensalmente uma taxa para manutenção, segundo porque não nos foi dada nenhuma nota fiscal de serviço. Para tirar a dúvida, liguei para a central de atendimento confirmando se o procedimento efetuado pelo técnico era devido. Como suspeitava, não era. Abri uma reclamação contra o profissional e solicitei o meu dinheiro de volta. Dentro de três dias úteis terei uma resposta sobre qual será a solução que empresa dará ao meu problema. Para a minha surpresa, no final do dia adivinhem quem me liga? O técnico! Aquele que cobrou um valor indevido por um serviço que era a sua obrigação de fazer. Com muita ousadia, ele liga em meu celular (usou um dado da empresa para uso pessoal – outra desonestidade) e me questionou por que eu reclamei contra ele. Se o problema era o dinheiro ele me devolvia. Disse mais... Que eu havia lhe prejudicado, pois ele era um pai de família. Bem, é claro que ele ouviu algumas verdades e provavelmente nunca mais ousará me ligar novamente. Ao desligar o telefone, fiquei por alguns minutos pensando no que havia acontecido. Eu fui enganada, reclamei por isso e o autor do “crime” me liga questionando. Meu Deus! Pensei logo em seguida. É assim que a mente de uma pessoa desonesta funciona. Ele acha que tem razão, um bom motivo para fazer o que faz e que não está fazendo nada que não possa ser desfeito mais tarde. A empatia, a consciência por si e pelo outro, a dignidade e todos os demais valores que agregam à honestidade não fazem o menor sentido para uma pessoa desonesta.
Esses valores são aprendidos em casa, somos nós os pais que devemos dar o bom exemplo. Mas o moço que citei disse ser “um pai de família”. Que tipo de educação ele recebeu e dá aos seus filhos? Lembrei do guarda da pesquisa que encontrou o telefone e entregou ao filho...

O vídeo abaixo nos mostra uma situação onde o exemplo dos pais é seguido.
Nós somos referência para os nossos filhos. Sejamos então a melhor referência que eles podem encontrar.
Obs: No final da página tem um teste de honestidade. Experimente fazer!
Abraços,
Lila