quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Mantenha o bom humor e torne a sua vida mais leve com seus filhos

Infelizmente quase que diariamente eu escuto frases do tipo: “Hoje meus filhos me tiraram do sério”, “Tive que me controlar para não bater em um deles”, “Eles me irritam demais quando não levam as suas atividades a sério, “Eu não aguento mais brigar com meus filhos.” Bem, a lista de frases é grande, mas estas servem como uma pequena amostra de como os adultos estão perdendo o bom humor para lidar com as suas crianças.

A vida pode ser difícil, pois podemos ter problemas no trabalho, estresse no trânsito, doenças na família, vida pessoal para administrar e etc. Por tudo isso, o bom e querido humor perde seu espaço no nosso cotidiano. Mas vamos pensar em como podemos aliviar a nossa carga quando encontramos bom humor em nossas vidas.

Somos modelos para os nossos filhos

Penso que desejamos ensinar os nossos filhos a serem sérios e responsáveis em suas vidas quando adultos, e não ranzinzas e estressados. Já escutei de algumas crianças a seguinte frase: “Eu não quero ser adulto, pois eles são muito chatos, estressados e mal humorados”.

Trazendo o bom humor para o dia- a-dia

Pense que a maioria dos problemas com as crianças podem ser tratados com bom humor e boa vontade. Mesmo quando você estiver sério por causa de algum trabalho a fazer ou com uma preocupação recorrente, tente injetar um pouco de bom humor no trato com as suas crianças e você verá que algo mudará dentro de você e na sua relação com os seus filhos.

Se a criança derramou suco na mesa ou no tapete, o que você faz? Reclama e diz horrores à criança? Ou aproveita o momento para ensiná-la (com bom humor) a se responsabilizar pelos seus atos e a ser mais cuidadosa?

Imagine a seguinte cena e duas prováveis e diferentes respostas dos pais a elas:

Cena
Você preparou uma deliciosa sopa para o jantar e acreditava que todos os seus filhos iriam amar toma-la. Quando eles chegam à mesa e olham o que tem pela frente para comer, eles fazem uma cara de quem não gostou da ideia e olham para você com um olhar ligeiramente desesperado, como se quisessem lhe perguntar: “Vou ter de comer isso?”.

Resposta da mãe/pai MAL humorado: “Eu não acredito que vocês não gostaram da sopa se ainda nem provaram para ver se está boa. Eu passei horas na cozinha preparando o jantar enquanto vocês estavam assistindo TV e agora nem comer vocês se dão ao trabalho? Pois se não tomarem a sopa, vão ficar com fome.”

Resposta da mãe/pai BEM humorado: “Pela cara de vocês eu estou achando que a sopinha não vai rolar, não é?”.

Percebem a diferença? Em qual das duas respostas acima vocês acreditam que os filhos se sentiriam mais felizes, leves, confiantes e verdadeiros admiradores dos pais?

Vantagens do  bom humor
Outra vantagem de tratar a maioria dos problemas com leveza e um toque de alegria, é que quando você estiver sério, seus filhos saberão que você realmente está falando sério e não é apenas mais um de seus ataques de mal humor. Eles aprenderão a distinguir isso na sua voz e na sua fisionomia.  Nesse momento eles saberão prestar atenção no que você tem a dizer para eles, pois o assunto deve ser respeitado.

Dicas para ir trazendo aos poucos a leveza e o bom humor na sua vida com seus filhos
 - Preserve a espontaneidade na sua vida. De vez em quando quebre a rotina e ofereça aos seus filhos um delicioso sundae, por exemplo, mesmo que isso estrague o jantar – ou faça isso em vez do jantar.
- Reserve um tempo para se divertir de verdade com seus filhos. Faça algo que os dois apreciem e se sintam bem.

Encontrar um ponto de equilíbrio entre as coisas sérias e as brincadeiras, vai proporcionar a você e a seus filhos uma oportunidade de se apreciarem realmente como pessoas.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ciúmes do Irmãozinho

 
É normal um filho único se ressentir da chegada de um irmãozinho. Afinal, de uma hora para outra, ele deixa de ser o centro das atenções e precisa aprender a compartilhar, o que não é nada fácil para uma criança.
 
Comportando-se como um bebê
 
Voltar a agir como bebê é uma forma de a criança mostrar que se sente excluída, e provavelmente ela retoma os antigos hábitos quando tiver a certeza de que continua sendo amada e valorizada pelos pais.
 
A necessidade de segurança
 
Compreender e respeitar esse sentimento da criança é o primeiro passo para ajudá-la a restabelecer a segurança. Enquanto a criança não se sentir segura, ela continuará atuando como um bebê, pois para ela, esse é o caminho para receber atenção e carinho, afinal é assim que o recém-chegado na família recebe a valiosa atenção dos pais.
 
O que fazer para ajudar?
 
Proibir ou censurar os comportamentos da criança só irá aumentar o ciúme pelo novo bebê. Então o que fazer? Faça concessões, permita que a criança expresse a sua insegurança e vá garantindo a ela através da sua atenção e dos seus cuidados, que ela continua tendo o seu antigo lugar. Explique que ela não precisa ser parecida com o bebê e valorize as qualidades dela na idade que tem. Você pode chamá-la para lhe ajudar nas tarefas simples com o novo morador da casa, mas só faça isso se ela aceitar e se sentir a vontade para tal. Experimente falas motivadoras como: “Olha só, você já foi um bebezinho como este e agora já é um garotinho que anda e fala. Você já faz muitas coisas sozinho”. Comentários como esses estimulam o diálogo e encorajam a criança a falar sobre seus medos e inseguranças que provavelmente não viriam à tona diante de uma pergunta mais direta.
 
Descobrindo caminhos
 
À medida que a criança percebe a atenção da família, ela abandonará espontaneamente as atitudes ciumentas e passará a ver o irmãozinho com novos e felizes olhos. Para os pais, o desafio será de descobrir o caminho para harmonizar as diferentes necessidades de cada um. 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Amigos Imaginários

Quadrinhos: bichos de pelúcia, como o tigre Haroldo, companheiro de Calvin, ganham vida e personalidade.

Os seus filhos já “criaram” um amigo imaginário? Aquele com o qual eles brincam, falam e convivem diariamente como se fosse real? Caso a sua resposta seja sim, saiba que você não é o único a ter essa experiência, pois uma em cada três crianças nutre temporariamente uma relação existente apenas na fantasia – o que não é motivo para preocupação.

Pais podem respirar aliviados, pois todos os estudos sobre esse fenômeno chegam ao mesmo resultado: não há motivo para preocupações! Os amiguinhos imaginários até estimulam o desenvolvimento das crianças, podem suprir eventuais lacunas afetivas e ajudam na elaboração de questões psíquicas.

Idade em que surgem os amigos
 Esse comportamento geralmente surge a partir do terceiro ano de vida de uma criança, quando já é possível diferenciar entre o “eu” do “outro”. Observem que o amigo inventado quase sempre tem um nome, é de um sexo determinado e tem aparência bem definida, com traços de personalidade específicos, que podem sofrer alterações com o decorrer do tempo e avanço na idade da criança.

Finalidade dos Amigos
Companheiros imaginários podem ter funções variadas. Algumas crianças e jovens iniciam essa amizade quando se sentem sozinhos.

Para os mais novos, o amigo “de mentirinha” é quase sempre um companheiro de brincadeiras que pode estar  “presente”  também à mesa na hora das refeições, pode ser chamado pelo nome, e pode até acompanhar a criança durante todo o dia.

Fato Interessante
Alguns pesquisadores afirmam que praticamente todos nós temos um parceiro imaginário em um determinado estágio do desenvolvimento – porém, ele quase nunca é descoberto pelos adultos e a própria pessoa normalmente não se lembra disso anos mais tarde.

Devo me preocupar com isso?
Não raro, pais, professores e terapeutas incomodam-se não apenas com o fato de as amizades imaginárias serem mantidas por um longo tempo, às vezes por anos, mas também com a nitidez com que as crianças parecem ver seus amiguinhos. Mas os pequenos sabem muito bem que seus parceiros não são reais e que só existem em sua imaginação.

Essas criações psíquicas podem ser claramente diferenciadas de fantasias patológicas, que ocorrem, por exemplo, nas psicoses. A criança nunca se sente indefensavelmente dominada pelo amigo que criou – pelo contrário, ela pode modelar, modificar e manipular sua invenção como quiser. E também determinar a duração desse “relacionamento”. Com isso, ter um amigo imaginário passa a ser uma criação saudável que ajuda a criança e adolescente a desenvolver de maneira positiva as suas emoções.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Relacionamento: Rir com o outro ou rir do outro?


Dizem que é mais difícil arrancar risadas do que lágrimas e que poucos têm talento para transformar uma situação complicada em comédia. Quem consegue, garante que a vida fica mais leve. Porém esta é uma arte para poucos e requer um enorme bom senso e uma imensa capacidade de perceber até onde vai o seu limite e começa o do outro.

Cuidado para não extrapolar

Piada também tem limite. Há uma enorme diferença entre rir com alguém e rir de alguém. Lembro-me de meus pais me dizendo: “Quando você falar algo supostamente engraçado observe se você é a única que está rindo, se for, tenhas certeza de que algo está errado”. Tudo muda quando somos o motivo da piada. Por isso, é bom ficarmos atentos com o que dizemos para as pessoas que amamos.

Geralmente rir do outro começa quando termina o carinho, o respeito e a consideração. Rir do outro, magoa, constrange e gera insegurança.  Então, porque casais insistem em manter essa linha de relacionamento?  Já presenciei muitos casais fazendo piadas sobre o outro, onde apenas uma parte ria e a outra constrangida e séria estava.

Procurei no dicionário o significado da palavra respeito e encontrei dentre outros, os seguintes: apreço, consideração, acatamento, deferência, referência, relação. Casais que se amam e se respeitam e desejam serem cuidadosos um com o outro, escolhem outro formato de relacionamento.  Escolhem rir juntos.

Culturalmente falando

Nós brasileiros aprendemos a driblar a dor com o humor, fazemos piadas sobre situações difíceis e assimilamos que esta é uma maneira de aliviar o que é quase insuportável. “Rir é o melhor remédio” já diz a frase popular. Bem, metaforicamente falando, se o remédio for um alopático, ele provavelmente terá efeitos colaterais e poderá provocar mais dor oriunda do suposto “humor”.

Em muitos relacionamentos, o preconceito, a raiva, o incômodo ou a necessidade de dizer algo ao outro pode vir revestido de humor.  Cuidado! Dessa maneira,  a “graça” disfarça a seriedade de um tema e assim a consciência pode dormir tranquila acreditando que não magoou a outra pessoa.  A mensagem foi dita, mas quem a compreendeu? Ela gerou algum aprendizado para a relação? Ou apenas gerou risos de um dos lados?

Você está falando sério ou é brincadeira?

Se em um relacionamento, as piadas ou brincadeiras são as principais maneiras de dizer algo ao outro, falar sério passa a ser uma grande dificuldade. Ninguém tende a dar muito crédito ao sujeito “bem humorado”.

Forma de expressão

 Do meu ponto de vista há várias explicações para uma pessoa ser engraçadinha. É uma forma criativa de desenvolver-se socialmente ou ainda pode ser uma maneira de compensar a baixa autoestima ou a insegurança. O bom humor é uma ótima qualidade, desde que essa não seja a única forma de uma pessoa se relacionar.