Quadrinhos: bichos de pelúcia, como o tigre Haroldo, companheiro de Calvin, ganham vida e personalidade. |
Os
seus filhos já “criaram” um amigo imaginário? Aquele com o qual eles
brincam, falam e convivem diariamente como se fosse real? Caso a sua
resposta seja sim, saiba que você não é o único a ter essa experiência,
pois uma em cada três crianças nutre temporariamente uma relação
existente apenas na fantasia – o que não é motivo para preocupação.
Pais
podem respirar aliviados, pois todos os estudos sobre esse fenômeno
chegam ao mesmo resultado: não há motivo para preocupações! Os
amiguinhos imaginários até estimulam o desenvolvimento das crianças,
podem suprir eventuais lacunas afetivas e ajudam na elaboração de
questões psíquicas.
Idade em que surgem os amigos
Esse
comportamento geralmente surge a partir do terceiro ano de vida de uma
criança, quando já é possível diferenciar entre o “eu” do “outro”.
Observem que o amigo inventado quase sempre tem um nome, é de um sexo
determinado e tem aparência bem definida, com traços de personalidade
específicos, que podem sofrer alterações com o decorrer do tempo e
avanço na idade da criança.
Finalidade dos Amigos
Companheiros imaginários podem ter funções variadas. Algumas crianças e jovens iniciam essa amizade quando se sentem sozinhos.
Para
os mais novos, o amigo “de mentirinha” é quase sempre um companheiro de
brincadeiras que pode estar “presente” também à mesa na hora das
refeições, pode ser chamado pelo nome, e pode até acompanhar a criança
durante todo o dia.
Fato Interessante
Alguns
pesquisadores afirmam que praticamente todos nós temos um parceiro
imaginário em um determinado estágio do desenvolvimento – porém, ele
quase nunca é descoberto pelos adultos e a própria pessoa normalmente
não se lembra disso anos mais tarde.
Devo me preocupar com isso?
Não
raro, pais, professores e terapeutas incomodam-se não apenas com o fato
de as amizades imaginárias serem mantidas por um longo tempo, às vezes
por anos, mas também com a nitidez com que as crianças parecem ver seus
amiguinhos. Mas os pequenos sabem muito bem que seus parceiros não são
reais e que só existem em sua imaginação.
Essas
criações psíquicas podem ser claramente diferenciadas de fantasias
patológicas, que ocorrem, por exemplo, nas psicoses. A criança nunca se
sente indefensavelmente dominada pelo amigo que criou – pelo contrário,
ela pode modelar, modificar e manipular sua invenção como quiser. E
também determinar a duração desse “relacionamento”. Com isso, ter um
amigo imaginário passa a ser uma criação saudável que ajuda a criança e
adolescente a desenvolver de maneira positiva as suas emoções.
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