terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Transtorno da Ansiedade na Infância

Li recentemente este livro e achei muito interessante para nós pais. Ele fala sobre o transtorno da ansiedade sofrido na infância. Hoje em dia, este transtorno é mais comum do que pensamos.

O livro cita vários exemplos de crianças ansiosas, como:
"A menina Talia tem apenas 9 anos, é cheia de amigas e adora ouvir rock, mas ela morre de medo de água, tanto que evita festinhas à beira da piscina. Outro garoto, George, tem 12 anos e se sente muito sozinho. Apesar de conversar com os pais, não consegue socializar com mais ninguém e isso tem preocupado sua família. Laís, de 7 anos não consegue viver mais longe de sua mãe e nem aceita mais dormir na casa do pai (eles se separaram). Já Caio, de 10 anos, se preocupa com tudo e vive com medo, e sempre que encosta em um objeto que pode lhe transmitir germes, corre para o banheiro para lavar as mãos intensamente."

Todos esses casos e sintomas são exemplos de ansiedade exagerada. A ansiedade é algo normal e faz parte da vida de todas as crianças e, como visto, ela pode assumir diversas formas. O grande problema, contudo, é quando o transtorno atrapalha a vida da criança a ponto de isolá-la do mundo por conta de sua fobia. Em alguns casos, a ansiedade na infância pode marcar o início de uma vida de angústias e tormentos que, nos casos mais graves pode levar a problemas mais sérios na fase adulta.
Precisamos conhecer mais sobre o tema para que possamos ajudar aos nossos filhos que, dependendo do caso, devem também contar com o auxílio de um profissional.

Aqui, coloco um trecho de um capítulo do livro que achei interessante:

Como a Ansiedade Infantil se manifesta?

"Todo mundo é único e não há duas crianças ansiosas que se comportem exatamente da mesma maneira. Existem, porém, amplas semelhanças que podemos descrever.

Quando sente ansiedade, a criança geralmente percebe três efeitos diferentes. Em primeiro lugar, a ansiedade é vivida em seus processos mentais e pensamentos. A criança ansiosa terá pensamentos que giram em torno de algum tipo de perigo ou ameaça: podem viver com medo de se machucar, de que alguém próximo a elas se machuque ou de ser motivo de risos. Em segundo lugar, a ansiedade é experimentada em um plano físico, em seu corpo.

Quando uma criança se torna ansiosa, seu corpo se torna mais empertigado, mais alerta. Os pesquisadores frequentemente se referem a esse fenômeno como resposta

"luta ou fuga", porque ele serve para proteger a pessoa, preparando-a para lutar ou fugir do perigo em potencial. A reação de luta ou fuga envolve mudanças tais como aumento da frequência cardíaca, respiração, transpiração e náusea.

Por conseguinte, quando apreensiva, a criança ansiosa pode queixar-se de dor de estômago, de dor de cabeça, pode vomitar, ter diarreia ou fadiga. Em terceiro lugar, e provavelmente o mais importante, a ansiedade afeta o comportamento da criança. Em situações que a deixam ansiosa, ela pode ficar nervosa, sentir as pernas bambas, chorar, agarrar-se a adultos ou ficar trêmula.

Não podemos deixar de mencionar que a ansiedade quase sempre envolve algum tipo de fuga. Pode tratar-se de uma fuga óbvia (recusar-se a levar o lixo para fora de casa quando está escuro, por exemplo), assim como pode envolver manifestações mais sutis (ficar cuidando o tempo todo da música, em uma festa, para não ter de conversar com ninguém, por exemplo).

O grau de ansiedade varia muito de uma para outra criança. Certas crianças têm medo apenas de uma ou duas coisas. Pode ser, por exemplo, que uma criança seja habitualmente segura e extrovertida, mas tenha medo de dormir de luz apagada. Na outra ponta do espectro, algumas crianças podem afligir-se com muitas áreas da vida e parecer sempre nervosas e sensíveis. Pode acontecer, por exemplo, de a criança ficar muito apreensiva diante de qualquer situação nova, ter medo de conhecer outras crianças, ter medo de cachorros, de aranhas e do escuro, ou ficar muito intranquila quando os pais saem à noite."

Fica aqui a sugestão para leitura.
Boa semana!

9 comentários:

  1. Lila que bom este post. Pois é amiga, a criança grande aqui é também ansiosa. Faço de tudo para não passar isto para o meu filho. É tudo tão complexo, não? TEm toda uma dinâmica de situações. Amada, sabe há tempos que te escrevo e sempre dá um bloqueio nos meus comentários... Espero que leia este! Sem te conhecer pessoalmente tenho uma admiração linda por ti! Obrigada por esclarecer, sempre, meus conflitinhos tão enosados! Do mais, tudo tranquilo. Está chegando as minhas férias e, muito divertimento vem por aí com meu filho. bjo

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  2. Lila, sem dúvida que ela é a causa para muitos problemas na fase adulta. Se ela complica a vida de uma criança, imagine quando cresce. Veja o que penso ser a causa e a solução para esse mal no meu blog. Abraço.

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  3. Lila, dizem por aí que a ansiedade é doença moderna, será? Se soubéssemos a fonte da ansiedade, o porque que ela é maior ou menor em algumas pessoas, seria bem mais fácil o controle. O roer unha é típico de pessoas ansiosas? Bem poderia escrever um post sobre este ato, tenho bastante curiosidade, pois tenho um roedor aqui em casa.
    Quando eu era criança ficava muito ansiosa antes das provas escolares, ao ponto de não querer ir à escola mas nunca cheguei ao ponto de adoecer por isso. Foi conversado na escola e as provas passaram a ser aplicadas para mim de surpresa. A ansiedade poderia crescer, porque a dúvida de não saber o dia que a prova seria aplicada poderia gerar um estresse, mas o "tempo de espera", passou a não existir pra mim e relaxei!
    Também tenho dúvidas quanto ao medo ser sintoma de ansiedade.
    Bom fim de semana! Beijus,

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  4. Querida Fabiana, é sempre bom tê-la por aqui. Ler seus comentários é sempre muito agradável. Criança grande sente muita ansiedade sim. Por isso precisamos ficar atentos se os nossos pequenos não estão absorvendo a nossa forma de ser e estar na vida.
    Beijo grande e ótimas férias.
    Lila

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  5. Olá Mauro, li o seu artigo sobre ansiedade. Que bom que você compartilhou tema semelhante. Obrigada!
    Volte sempre!
    Abraços,
    Lila

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  6. Olá Luma, que bom tê-la por aqui. Seus comentários sao sempre relevantes.
    Boa dica a sua. Vou escrever sobre o roer de unhas.
    A ansiedade realmente tem manisfestações variadas em diferentes crianças e adultos. O que a caracteriza é o seu conjunto de sintomas. O interessante é que muita gente passa por situações semelhantes que poderiam gerar ansiedade, mas nem todas a demonstram.
    Tem muito "pano pra manga" em torno deste tema. Vale a pena escrever novamente sobre ele.
    Um imenso abraço.
    Lila

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  7. Olá Lila,
    gostei das dicas. Meu filho tem apresentado alguns sintomas de ansiedade e isto me deixou muito preocupada. Uma coisa interessante é que , um dos fatores causadores da ansiedade na infância é a mãe ansiosa. Eu sou assim, sempre fui. O problema fica ainda maior, quando a gente reage a uma crise de ansiedade de nossos filhos, com mais ansiedade, o sofrimento deles aumenta ainda mais, pois é como se a gente alimentasse os medos e incertezas deles. Precisamos estar atentas! Um beijo

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  8. Boa noite,
    Minha filha de 3 anos vive pegando no umbigo e apertando uma unha com a outra, é muito tímida e não aceita muito brincar com crianças desconhecidas. Isso pode ser sinal de ansiedade ou algo que mereça acompanhamento?
    Muito obrigada!

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  9. Olá Lila...motivada pela sua sugestão comprei o livro e realmente ele tem uma leitura muito clara sobre a ansiedade infantil. Sou professora e lido com os pequeninos já fazem 15 anos, e durante esse período tenho notado a mudança no padrão de comportamento infantil,as crianças estão cada vez mais ansiosas e com muita dificuldade em expressar isso a não ser num comportamento "pseudo-hiperativo", assim como existe a necessidade de determinadas maturações para determinadas associações mentais que resultam na aprendizagem, creio eu que o contato cada vez mais precoce da criança com os "problemas de adulto" ansiedades sobre dinheiro, tensões familiares entre outros tem causado turbulencias numa mente ainda despreparada para algo fora do contexto do "concreto". Lembro que meus pais nunca discutitam na minha frente e eu nem sequer sabia se o dinheiro que meu pai recebia por salário daria pra pagar as contas, então não tinha preocupações a não ser brincar, hoje em dia os pais acham que é ser "Moderno" falar sobre determinados assuntos com uma criança ignorando a inabilidade da criança processar certas informações devida ao seu período de desenvolvimento(vide neurociência)...Beijão para você e muito obrigada pela sua dica.

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