A postagem faz parte da blogagem coletiva do blog Mães Internacionais. No blog, mães brasileiras que moram mundo afora, contam suas experiêcias através dos temas sugeridos mês a mês.
Para conhecer um pouco do universo materno em diversas regiões do nosso planeta azul, acesse: http://www.maesinternacionais.com/
Laços de Família
Morar longe da família tem suas
perdas e ganhos, como tudo na vida, é claro! Quando escutamos a palavra laços de
família, logo vem à mente o vínculo afetivo que a palavra nos induz. Estar “enlaçado”
é bom, é saudável, é flexível e bonito, gostoso de viver e sentir, mas e quando
o laço vira nó? Ai fica
difícil desatar, não é?
Bem, para muitas pessoas que
moram longe da família, a saudade é uma companheira constante. E quando se tem filhos, este sentimento tende
a crescer.
Sentimos falta de coisas simples,
que apenas o cotidiano com essas pessoas amadas é capaz de nos oferecer. Tomar
café juntos, rir com os avós, deixar os filhos brincando com os primos e assim
por diante. Coisas boas que nas
primeiras semanas parecem mais o paraíso de tão mágico que é. Porém, como já se
refere o dito popular: “visita depois de uma semana começa a feder.” Opa!
Parece grosseira a frase (é de fato é!), mas ela serve para expressar o ponto
de colapso, o clímax, o topo, o marco ou o momento de passagem em que o laço vira
nó nesta relação interfamiliar.
Quantos de nós que moramos longe
já ficamos azul de saudade da família e, começamos a ter pequenos (ou grandes)
desentendimentos após os sete primeiros dias de peace and Love together?
Viver longe da família nos priva
de muita coisa boa, mas nos poupa de muitas outras nada agradáveis, como os incansáveis
palpites na comida dos filhos, no ritmo da casa e da família, na maneira de se
vestir ou de falar com as crianças, etc. Em horas como essas, damos um grande
viva para a era da tecnologia, onde um skype ou MSN e afins nos conecta apenas
com momentos bons e saudáveis; nos oferece a facilidade de estar falando de
afetos e amores e, quando a conversa fica séria ou invasiva demais, a
desconexão chega em boa hora.
O tema vem de longa data sendo
pauta de discussão e observação de pessoas das mais diversas nuances
intelectuais. Com isso não seria difícil de imaginar que a nossa adorável
escritora Clarisse Lispector não dedicasse algumas horas para escrever seu
livro com o mesmo tema desta postagem: Laços de família. No livro, ela relata a
vida de
personagens que se encontram de alguma maneira entrelaçados em suas relações
familiares, fazendo com que cada convívio influencie o modo de viver das demais
personagens.
Família é isso: é
influência, permanência, referência e ausência. Tudo tem a sua medida certa, basta não querermos passar dos limites do copo que tudo tende a ficar bem.
Abraços,
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