Ao longo da história da humanidade, crianças têm sofrido todo tipo de violência independentemente da cultura ou classe social em que vivem.
Há pouco tempo falar abertamente sobre abuso sexual* de crianças e adolescentes era um verdadeiro tabu (assunto delicado que gera incômodo em algumas pessoas quando se fala sobre). A grande maioria dos casos de abusos eram escondidos pela vítima por vergonha e medo. Hoje a realidade está um pouco diferente. Algumas poucas vítimas ou testemunhas, se permitem falar, denunciar ou relatar o que vem acontecendo com elas. Porém, muitos adultos, pais das vítimas, ainda preferem manter o silêncio fazendo de conta que nada está acontecendo. Preferem não expor os fatos e nem enfrentar a situação de forma aberta e corajosa. Eles sabem que isso implicaria em mexer numa ordem familiar estabelecida, pois a maioria de casos de abusos ocorrem dentro de casa. O lar que deveria ser o lugar mais seguro para uma criança, muitas vezes é o cenário de momentos de terror.
É importante que tenhamos em mente o conceito sobre Abuso Sexual: Abuso sexual é todo ato ou jogo sexual, relação heterossexual ou homossexual entre um ou mais adultos e uma criança menor de 18 anos, tendo por finalidade estimulação sexual sobre sua pessoa ou de outra pessoa.
A violência sexual contra crianças e adolescentes pode se manifestar de diversas formas como:
- com contato físico por meio de toques,
- carícias, manipulação de genitais,
- relações com penetração anal, vaginal,
- sexo oral;
- sem contato físico como o voyerismo,
- assédio,
- exibicionismo,
- utilização da criança para elaboração de material pornográfico ou obsceno;
- com contato físico com violência nos casos de estupro, brutalização, muitas vezes chegando ao assassinato das vítimas.
Por conta do interminável sigilo das testemunhas, vítimas e algozes, as crianças e os adolescentes tornam-se involuntariamente cúmplices de sua própria dor, sendo obrigadas a assumirem sozinhas as terríveis conseqüências físicas e psicológicas do abuso.
Cenário em que acontecem os abusos
Em geral, o abuso sexual acontece sempre que as crianças ou os adolescentes estão sozinhos. A experiência que vivenciam, os momentos de medo e de incapacidade diante do que vai acontecer ou aconteceu, torna o cotidiano e a vida de muitos deles, quase insuportável. Manter tudo isso em segredo é um peso a mais, mas as vítimas sabem o quanto ele é difícil de ser partilhado.
O medo e a descrença silencia
Tanto a criança quanto o adolescente temem a punição ou não acreditam na capacidade do adulto de protegê-los. Se não conseguem falar é porque não tem mais confiança no adulto. Outros, quando falam, são desacreditados e acusados de sedução. Para um vitima não há nada pior do que se abrir para algum que duvida dela.
Síndrome de Acomodação
R.C. Summit (1983) descreveu a "Síndrome de Acomodação" da criança e adolescente vítimas de abusos sexuais: “Se o diagnostico de abuso não foi feito, e se as pessoas não acreditam na criança ou no adolescente, os distúrbios são mais discretos e eles aprendem a aceitar a situação e sobreviver a ela, sob o risco de as conseqüências só se manifestarem mais tarde na forma de graves problemas de personalidade”.
As nossas crianças e os nossos adolescentes estão sequelados pelo excesso de abuso que sofrem e é o nosso dever ajudá-los. Romper com o silêncio e acreditar na vítima do abuso é um primeiro e importante passo.
Olá, Lila.
ResponderExcluirHá pouco tempo assisti a um filme sobre isso, é um filme com base num documentário e que inclusive foi premiado, aqui o título ficou como "POLISSIA" ("polícia"), escrito em forma de letra de criança. É um filme que me chamou muito a atenção por muitos motivos e também é um filme que posso classificar com absoluta certeza como um filme de terror. A mim o terror surreal não abala nada, monstros e fantasmas e etc., ao contrário de uma realidade como esta, a da pedofilia, que tira-me o chão.
Bjs,
Michelle