As férias escolares estão batendo à porta, e crianças com tempo livre demais são “um pé” para o consumo descontrolado; seja o consumo ilimitado de comida, excessivos passeios aos shoppings, horas a mais em frente ao computador ou na televisão.
Existe algo que nós pais precisamos apreender: a ensinar aos nossos filhos a curtir o tempo livre sem que a relação entre ele, versus lazer e o consumo venha imediatamente à mente.
Sabemos que devido à agitação do dia a dia e ao bombardeio de alternativas consumistas ao nosso redor, esquecemos que bons momentos também podem estar atrelados a atividades simples como idas ao parque, museus, caminhadas pela praia, jogos no quintal e etc.
É claro que se você for perguntar aos seus filhos: filho(a) você quer caminhar no parque ou ir ao shopping comprar algo? Eles vão optar pela segunda. Porém, é claro que ninguém vai se atrever a fazer essa pergunta, certo?
Novo público consumista
Sabemos a criança é alvo de muitas empresas que desejam atraí-la desde cedo para ser um possível consumidor amanhã. Hoje em dia podemos encontrar diversas linhas de produtos feitas especialmente para crianças até 12 anos de idade, pois até essa idade, elas são mais suscetíveis à propaganda, devido a falta de senso crítico para entender o significado real da publicidade.
Além da mídia envolvente, as crianças ainda enfrentam a pressão que vem do grupo em que estão inseridas, que muitas vezes é forte a ponto de ser irresistível. Por exemplo, dentro das escolas é bem comum ter crianças que são líderes natas, que têm influência forte sobre as outras e ditam moda e comportamentos; as demais que não estão “dentro do esquema” tendem a ser excluídas do grupo. Isso é uma pressão enorme para qualquer criança, jogando-as nos braços do consumismo.
E as férias como ficam?
Quando o assunto são as férias de verão ou final de ano, novos tópicos vêm à tona: para onde você vai viajar e o que vai comprar passam a ser as perguntas do momento. Dupla atenção para isso! É importante lembrar aos filhos que férias são para relaxar, aproveitar momentos juntos, não ter a preocupação com o relógio e conhecer lugares antes não visitados. Férias não são excursões de compras.
Consumo em excesso
Há alguns anos atrás, tive a oportunidade de ver fotos de uma menina de 11 anos que viajou para a Disney. Eu fiquei impressionada com a quantidade de malas que ela sozinha trouxe da viagem. Ela viajou com uma mala pequena e voltou com quatro grandes. Eu perguntei para ela o porquê de tantas malas e ele me respondeu que eram todas as coisas que ela havia comprado na viagem de 10 dias.
Reaprendendo
Precisamos urgentemente inverter os valores relacionados ao consumo. Não apenas para o bem de nossos filhos, mas da sociedade e do planeta. Afinal, quanto mais consumimos, mais lixo produzimos. Não me refiro apenas ao lixo material, mas ao mental. Uma mente consumista é uma mente vazia de propósitos.
Vamos ensinar aos nossos filhos que momentos descontraídos, onde o riso, o abraço e a conversa sem objetivo valem mais que qualquer presente material que nós possamos lhes oferecer. Esse é um aprendizado que pode levar um tempo e vai precisar de muita dedicação da sua parte, mas que com certeza valerá a pena. Esse formato de relacionamento desvinculado do consumo, pode ser resumido numa frase: “as melhores coisas na vida não são coisas”.
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