domingo, 28 de junho de 2009

Adolescência: a primeira crise da feminilidade.

Na Psicologia, uma “crise é um período de tensões e rupturas, marcado pela instabilidade durante a qual a ansiedade relativa às próprias capacidades e ou á própria identidade aumenta” – Dicionário de Psicologia.
As crises adultas, quando resolvidas, levam a maturidade e a saúde psicológica. A crise na adolescência de uma garota tem outra funcionalidade dentre muitas, a de fazer a conexão da fase criança com a nova fase, a da jovem moça que está surgindo. É o que Bardwick e Douvan chamaram de “A primeira crise do feminino”. Para ficar mais claro é só observar a mudança de comportamento que ocorre com as meninas por volta dos 11 anos. Até esta idade, elas se acham mais ou menos livres para fazerem e se comportarem como bem entenderem; com a adolescência chegando, a porta da liberdade vai se fechando e a mudança de comportamento acontecendo. Agora, parece que todos esperam da jovem um repertório, um visual e um comportamento novo e específico. De maneira sutil (mas muitas vezes nada sutil) ela é cobrada a ter sucesso com os rapazes. Independente de quanto sucesso uma adolescente esteja tendo em outras áreas da vida, os pais de uma jovem de 15 anos que não esteja namorando começa a ser preocupar. É claro que ela será forçada a arranjar um namorado, pois já está na idade de pensar em rapazes.
A adolescente estará começando a sua saga pela busca da sua identidade feminina. Ela receberá conselhos da mãe, tias e amigas sobre como se vestir, andar, falar... É uma chuva de informações que quase não há tempo para processá-las e muito menos tempo ainda para descobrir seu próprio e único jeito de ser.Escuto o relato de adolescentes se sentindo desamparadas, apesar de ter muita gente por perto disposta a ajudar, mas para estas jovens o tipo de ajuda ofertada não é a procurada. O sentimento de confusão e rejeição torna-se um parceiro freqüente.
E para tornar um pouco mais complexa a primeira crise da feminilidade, temos a ajuda da mídia e do marketing visual que enche os lares com idéias de comportamento e corpo “ideal”.
Todas as fases da vida precisam ser experienciadas intensamente, mas para que isso aconteça precisamos tomar consciência que somos seres únicos, com experiências individuais, ninguém é igual a ninguém, e desejar esse tipo de igualdade é não permitir que a individualidade se manifeste, é tentar usar a face do outro.
Abraços,
Lila

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